O terceiro registro é uma entrevista do principal e mais antigo líder político de Barão Geraldo, o juiz de paz Hélio Leonardi falecido em 1985. Segundo dizia sua esposa d. Maria Páttaro , seu Hélio tinha umas caixas de documentos e fotos históricas de Barão Geraldo. A maioria foi sendo doada por ele mesmo
Em 1983, em entrevista ao repórter Ronaldo Faria ao Diário do Povo , junto com seu irmão Orpheu, foi publicada no dia 2 de fevereiro, Hélio Leonardi contou boa parte da História de Barão Geraldo, vários causos e também, de forma simples, o mito do Boi. vejam:
Segundo seu Hélio conta, o distrito ficou conhecido durante muito tempo como a “a terra que o boi falou“. A lenda, segundo Seu Hélio, vem do tempo ainda da escravatura.
“Existia um Capão (local onde o gado descansava) no lugar que hoje é a entrada para a Unicamp. Foi quando, numa sexta- feira santa, o administrador da Fazenda Santa Genebra mandou um escravo ir apanhar um boi pra fazer um trabalho”.
“E lá foi o escravo. Chegando no Capão ele viu um boi deitado e tentou pegá- lo pra levar conforme as ordens do administrador. Foi a conta: o boi virou pro escravo e falou que não trabalhava. “Hoje não é dia de se trabalhar. Hoje é sexta- feira Maior”. O homem saiu numa carreira danada. Chegando na fazenda o administrador perguntou pelo boi, e o escravo só soube responder: o boi falô que hoje é dia de Nosso Sinhô! Não é pra trabalhar!”
Veja abaixo o famoso “Capão do Boi” onde o boi teria falado. Conforme Cecília Camargo, o Capão era formado por aquela área verde – parte não desmatada ao fundo da foto do sr Mussi Mussi, funcionário da Shell em S. Paulo, filho do proprietário Salomão Mussi e genro de Guido Camargo Penteado Sobrinho. Foto de 1952 quando da inauguração do atual posto Shell do Terminal – arquivo Mª Cecília Camargo Penteado
O “Capão do Boi”, onde os antigos diziam que o boi teria falado, era aquela área verde – parte não desmatada ao fundo da foto do sr Mussi Mussi, funcionário da Shell em São Paulo, filho do proprietário Salomão Mussi e genro de Guido Camargo Penteado Sobrinho. Foto de 1952 quando da inauguração do atual posto Shell do Terminal – arquivo Mª Cecília Camargo Penteado
Hélio Leonardi (no meio) com sua filha – em frente à casa de seu irmão Orpheu (à esquerda) e Felipe Carrara (à direita) – num banco onde hoje é o cruzamento da rua Benedito Alves Aranha com Av Santa Isabel – provavelmente dos anos 1940 – Arquivo da família Leonardi (Fundo BAG – CMU)