Ambientalistas consideram mudanças na Secretaria do Verde (SECLIMAS) como inócuas
No dia 15 de fevereiro a Prefeitura de Campinas anunciou um “pacote de ações para enfrentar os impactos das mudanças climáticas. Além de um Plano de Ação , a propria mudança de nome da Secretaria do Verde e Desenvolvimento Sustentavel para SECLIMAS – Secretaria do Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade ; Entre as medidas estão a implementação da Política Municipal de Enfrentamento dos Impactos da Mudança do Clima, de um comitê sobre o tema e de um portal com as principais fontes de emissão de CO2:
Para comentar isso, fomos entrevistar as principais ambientalistas de Campinas
Para a prof. Maria Helena Novaes Rodriguez, presidente do COMDEMA (Conselho Municipal do Meio Ambiente de Campinas) Com tantas reflexões já realizadas no âmbito do COMDEMA, o Conselho Municipal do Meio Ambiente, que preside atualmente, já concluiu que existem em Campinas, “incoerências” na aplicação de políticas de conservação, preservação, recuperação de recursos ambientais.
“O Poder Executivo há muitos anos vivencia essas incoerências. Se, por um lado, os procedimentos para Licenciamento Ambiental tenham protocolos específicos e pontuais legalizados, por outro lado, não há visão do Distrito de Barão no cenário global do município e da região. O que se conseguirá com mais parcelamento do solo? O que se conseguirá de positivo com a redução absurda da área rural, especialmente nessa região? Onde estão os estímulos ao fortalecimento das atividades de reflorestamento ou de atividades rurais essenciais (produção sustentável de alimentos da horticultura orgânica?“
E, ainda a incoerência de estarmos (Decreto de 15.02.2024) com nova denominação para a Secretaria do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SVDS para Secretaria Municipal do Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade – SECLIMAS, a par de demonstração planos e algum histórico… “Alterar denominação sem alterar, na essência, esse atendimento às ambições desmedidas das empresas incorporadoras – que impermeabilizam a cidade progressivamente – é a contradição maior. E o pior que se pode constatar : as Secretarias ainda que tivessem que colaborar entre si, atuam com focos estritos, sem qualquer transversalidade. Porque não tem sintonia de ações, duas Secretarias tais como a Secretaria do Verde (atual SECLIMAS, que planeja) e a Secretaria de Serviços Públicos que deveria executar, implementar os planos?” – questiona Maria Helena.
“Hipocrisia pura”
Já para a Angela Podolsky (presidente da OSCIP APAVIVA, criada para lutar pela conservação e proteção da APA Campinas)
“Nós da APAVIVA, estamos acompanhando as ações do governo Dário no que tange ao suporte ao setor imobiliário. Isso envolve decretos, leis e resoluções que incentivam a ocupação de áreas verdes que deveriam ser preservadas. Defendemos que para conter a dupla emergência global que vivemos -crises do clima e da perda da biodiversidade é necessário conservar o que resta de vegetação nativa no município.
Temos dois casos na pratica.
1) aprovação de loteamento, e tentativa de mudar atual zoneamento para construção de muros da Zona de Conservação de Manancial da APA Campinas, na beira do Rio Atibaia. Ação propositiva da PMC que permite a impermeabilização do solo a montante do distrito de Sousas o que provocará alagamentos ainda maiores no futuro. O mais grave é que, na ansia de beneficiar o setor imobiliário, aprova e justifica os licenciamnetos a revelia das leis ambientais vigentes.
2) PL88/23 que altera a lei 207/2018 sobre uso e ocupação do solo da Zona de Expansão Urbana da cidade, é uma pá de cal sobre a zona rural do município! Onde se localizam as ultimas florestas e as matas ciliares dos principais rios. O cinturão Verde do município!!! O avanço urbano sobre as áreas rurais é o fenômeno antropogênico que mais degrada o meio ambiente! Sendo que temos áreas urbanizadas suficiente para o crescimento urbano. “O Plano Municipal de Enfrentamento aos Impactos da Mudança do Clima, traz ações superficiais para publicizar um assunto que dá ibope e apenas serve para proposito eleitoreiro. Hipocrisia pura.”
Podolsky informou que a APAVIVA ja publicou mais informações NOS LINKS ABAIXO
Oscip APAVIVA (@apaviva) • Fotos e vídeos do Instagram
A ambientalista também cobrou que Dário Saadi se comprometeu na campanha em preservar a APA e impedir loteamentos e ouvir as entidades
Ja a ambientalista Tereza Penteado, da ONG “RESGATE CAMBUI” e também do COMDEMA acredita que tanto os projetos para combater as Mudanças Climáticas como a mudança de nome da Secretaria “servem apenas para cumprir tabela” : “Alguém em sã consciência acha que mudando o nome da Secretaria vai mudar algo para melhor? ” pergunta ela . “Para nós essa mudança é para cumprir tabela. (como fizeram no Município Verde Azul. Enviavam dados supostamente aleatórios e pelo menos um deles inclusive , mentiroso . O dado mentiroso foi da Secretaria de Serviços Públicos afirmando que cumpria a lei 11571/03 do plantio de 100 árvores por km. Saíram do Verde Azul quando as regras mudaram e poderiam ser confrontados. Isso tudo está no nosso blog Individuação“
Segundo Tereza , “Não precisamos mais de planos e sim de incluir as diretrizes já existentes nos planos do verde e de recursos hidricos no zoneamento da cidade. -Bonito né? Pena que os objetivos e diretrizes não têm nada a ver com o zoneamento proposto . O próprio Plano Diretor faz promessas que depois a 207/18 contradiz.
“Este “PLANO” é mais um marketing deste governo que não coloca na pratica o que determina no papel. Que as diretrizes ambientais já existentes nos planos municipais saiam do papel e sejam incluídas no PL88/23 e na revisão do Plano Diretor e das leis 207/18 e 208/18.” – comentou Tereza no blog IndivuduaAção” Individuo Ação: Plano/ações para combate aos efeitos climáticos-para cumprir tabela…. (individuoacao.org.br)
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