POR ADILSON ROBERTO GONÇALVES
Definidas as chapas e coligações para as eleições municipais, quatro candidatos a prefeito de Campinas inscreveram suas candidaturas no TSE e depositaram o que chamaram de proposta de governo.
Analisando o texto desses quatro candidatos, fiz um levantamento da citação de certos termos e palavras em relação ao número de páginas para obter um “índice de interesse”. Essa análise não é feita quanto à qualidade e aprofundamento das propostas, apenas a citação dos termos.
Longe de ser uma medida quantitativa significativa, no aspecto comparativo diz bastante em relação ao que os candidatos e suas equipes pensaram no momento de elaborar a peça, o plano de governo. Muitos dizem que se trata de uma obra de ficção, mas é o parâmetro que usarei para analisar as propostas, seguindo procedimento similar ao que fiz em eleições anteriores.
Primeiramente, nosso distrito de Barão Geraldo é citado apenas uma única vez e isso no plano de Rafa Zimbaldi (Cidadania).
A prospecção foi feita com três termos: cultura, ambiente, questão imobiliária. Foram
incluídas variantes (plural, verbos, etc). O índice de interesse foi medido como o número de vezes em que o termo aparece dividido pelo número total de páginas do texto da proposta de governo, sem qualquer contextualização em que aparecem.
Para a candidatura de Wilson Matos (Novo), o texto contém 18 pg e os índices são: cultura = 1,28; ambiente = 0,44; questão imobiliária = 0,28.
Pedro Tourinho (PT) registrou proposta com 19 pg e os seguintes índices: cultura = 1,47; ambiente = 0,84; questão imobiliária = 0,05.
Dario Saad (Republicanos), de forma displicente apresentou apenas duas páginas, na forma de uma lista em que os índice são: cultura = 0,5; ambiente = 0,5 e a questão imobiliária não possui citações.
Rafa Zimbaldi (Cidadania), apresentou o plano mais extenso, com 81 pg e os seguintes índices: cultura = 0,64; ambiente 0,33; questão imobiliária = 0,05.
Esta análise preliminar indica a importância que a candidatura mais progressista de Pedro Tourinho dá à cultura (índice acima de 1,4) e ao meio-ambiente (índice acima de 0,8) e que a questão imobiliária, relacionada em parte à racionalização da ocupação de imóveis, aparece com destaque apenas na proposta de Wilson Matos. Surpreende que o atual prefeito Dario Saad apresente um plano tão rudimentar e que Rafa Zimbaldi, mesmo já tendo concorrido antes, não tenha enfatizado questões ambientais e culturais em sua proposta.
Adilson Roberto Gonçalves é Doutor em quimica, pesquisador da UNESP e presidente do IHGGC – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Campinas