Atolamento do caminhão acirrou a revolta dos moradores do Village e bairros da região

O atolamento de um caminhão com 11 toneladas de tubos de aço hoje na rua Antônio Morato de Carvalho, no bairro Village, hoje 7/02 por volta das 7 da manhã acabou por acirrar os ânimos e a revolta dos moradores do Village e outros bairros como Vale das Garças e Piracambaia que lutam para ver melhorias pelo menos em suas ruas.

O motorista estava indo entregar parte dos tubos numa empresa da região mas nunca tinha passado por esse caminho e quase tombou. Somente no final da manhã, quando a prefeitura destinou uma retroescavadeira para o local é que foi possível puxar o caminhão do buraco. E após seguir viagem, só à tarde chegou outro caminhão com material de terra para tampar o buraco e passar a maquina para nivelar. Na ocasião, o presidente da AMPROVIC (associação de moradores e proprietários do Village Campinas) Matheus Vieira de Luca deu uma entrevista para a EPTV dizendo que há décadas os moradores pedem e buscam uma solução efetiva para os problemas das ruas: “A gente tem umas ações paliativas mas que não resolvem o problema do morador do Village. Temos até uma ação no Ministério Público ainda sem solução. Esta tudo sem resposta até hoje“- declarou.

Bairros da região estão na mesma situação

O problema revoltou os moradores do Village e bairros próximos nas redes que, além de reclamarem, começaram a se organizar, procuraram subprefeito, vereadores, secretarias, técnicos, imprensa e montaram grupos para tentar reagir, ir atrás e resolver os mesmos problemas de sempre. Muitos moradores decidiram fazer novos abaixo assinados, buscar falar com autoridades e até fazer manifestações.

A eles se juntaram moradores dos bairros Piracambaia 1 e 2 e do Vale das Garças que enfrentam os mesmos problemas de ruas e vias intransitadas por barro e muita lama e pedem que a Prefeitura apresentem soluções. Segundo o morador Danilo Evangelista, as ruas estão intransitáveis inclusive para os ônibus escolares e a linha 322. Então são diversos problemas que não se resolvem: rede de esgoto, falta de linha de ônibus, posto de saúde com verbas para construção e sem sair do papel, os problemas de lixo e entulho e o problema da pavimentação que não se resolve nem apenas na rota dos ônibus

Segundo os moradores por causa dessa situação as crianças estão correndo risco de perderem as aulas na escola ou nas creches, e as famílias de não chegar ao trabalho. Por isso, a Prefeitura tem que se obrigar a resolver porque na época de eleições “eles vão la” e agora que eles lá do Piracanbaia estão precisando a prefeitura “virá as costas”.

Segundo informou a Prefeitura, a subprefeitura enviou uma equipe ao local onde houve o atolamento e disse que “vai programar as intervenções que forem necessárias.” Segundo a prefeitura, o bairro recebe manutenção nas vias de terra, com máquinas, e aplicação de “material triturado”, sempre que necessário, para melhorar o tráfego.

A Prefeitura lembrou que a equipe da subprefeitura estava trabalhando no local na semana passada. E que não é possível estimar o tempo dos serviços porque depende de quando e quanto irá chover.

E ainda informou que a Secretaria de Serviços Públicos – a quem a Sub está subordinada – está com equipes de manutenção em diversos bairros de Campinas desde o início da semana passada, especialmente nos que possuem ruas de terra e/ou que têm sido mais impactados pelas fortes chuvas. “Importante esclarecer, que quando chove muito, o serviço precisa ser interrompido e, quando é retomado, geralmente precisa ser refeito.”

A vereadora Débora Palermo fez indicações à subprefeitura para arrumar as ruas do Village e da região com urgência e para colocar ao menos um “fresado” principalmente nas ruas em que o ônibus passa.

Village foi uma furada? Porque nenhuma solução?

Ha mais de 40 anos quando foi criado o bairro sofre desprezo total da Prefeitura e os problemas são os mesmos dos anos 1980. Matheus fez um resumo dos processos do bairro. Segundo ele, em 2005 foi aberto o primeiro protocolo solicitando a pavimentação nas linhas de ônibus, e mais dois protocolos com abaixo assinados foram abertos desde então.
Matheus disse que o processo da pavimentação freou após ser feito um estudo de microdrenagem no bairro, no qual alegarem não haver viabilidade técnica para fazer o projeto.


E em 2017 foi aberto um processo no Ministério Público, em que foram elencados vários problemas do bairro, incluindo um projeto de pavimentação, devidamente planejado. E só no ano seguinte, em julho de 2018, foi aberto um novo protocolo com uma alternativa para o projeto de microdrenagem, “foi então instaurado um inquérito civil”.
E em novembro de 2019 foi feita uma reunião junto a um promotor de justiça em que foi levantado os dados da loteadora que loteou o Village.

  • Redação

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