O delegado da 7a DP Maurício Lucenti confirmou que o exame necroscópico realizado no corpo encontrado no rio Atibaia é mesmo do babalorixá (pai de santo) umbandista Domingos Forchezatto que estava sendo acusado de denúncias de abuso sexual por uma ex consulente desde 14/7. Domingos estava desaparecido desde o dia 29/7 e quase um mês depois (no final da tarde de quinta, dia 25 de agosto) seu corpo foi encontrado por moradores pescadores. Seu corpo estava enroscado em galhos às margens do rio e em estado de decomposição na altura dos bairros Vale das Garças e Piracambaia. Eles mesmos avisaram a PM e Corpo de Bombeiros que foram ao local . També´m foram informados apenas os principais veículos de imprensa (como EPTV, CBN, e outras do mesmo grupo Globo, Correio Popular e SBT).
Segundo ele, os exames indicaram que o corpo não tem sinais de violência e sim de afogamento como a causa da morte do babalorixá. O que leva à suspeita pela Polícia, de que Forchezatto tenha cometido suicídio.
“Eu acompanhei hoje (sexta) o exame necroscópico que foi feito pelo IML, pelo Dr. Anderson, e ele me afirmou que foram encontrados no estômago vestígios de terra e vegetação. Pelo reconhecimento preliminar que o caseiro fez das vestes, os familiares foram ao IML e a esposa reconheceu o trabalho na arcada dentária inferior, e o dentista reconheceu o implante na arcada superior“, explicou o delegado sobre o trabalho de reconhecimento.
Acusações
Desde o dia 29/07 o DHPP (delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa ) estava investigando o desaparecimento de “pai Domingos” como era conhecido. Nesse dia, foi al ultima vez que ele foi visto pelo caseiro da chácara Tambaú da AEUPT na beira do Atibaia no Vale das Garças, quando estava sendo procurado. Porém no mesmo dia sua família registrou o desaparecimento na 4ª DP.
Ais acusações de crimes sexuais que ele teria cometido estavam sendo investigados pela 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Campinas desde 14 de julho. Segundo a defesa das vítimas, ao menos 23 pessoas, entre mulheres e testemunhas, já prestaram depoimentos. O caso foi encaminhado ao Ministério Público, porém, com a confirmação de seu falecimento, as investigações foram interrompidas. Segundo a DDM o advogado de defesa de pai Domingos negou as acusações dizendo que a única acusadora foi uma ex namorada do religioso e que ele teria documentos que comprovavam a inocência dele.
AEUPT prefere prudência, e homenageia antigo diretor
No dia 18 de Julho a AEUPT (Associação Espirita Umbandista Pai Tejubin) – do qual Forchezatto era um dos diretores – divulgou uma nota informando que foram surpreendidos e que preferiu ser prudente após as acusações e decidiram paralisar temporariamente as atividades até a apuração dos fatos. Três dias depois a AEUPT divulgou nova nota dizendo que as acusações não refletem os princípios da Associação e que reprova veementemente casos que firam a dignidade das pessoas , de violência contra a mulher e que acreditam na Justiça e na polícia e suas apurações.
No dia em que ele desapareceu a AEUPT divulgou nota lamentando que outros novos terreiros que dela se desvincularam expressaram “juizos de valor equivocados” e reafirmando conduta e seriedade. No dia 12 chegou a informar que voltaria a atender em sua sede no Parque Taquaral no dia 31/8.
Mas após a confirmação do corpo e da morte de Domingos, a AEUPT decretou luto oficial e cancelou a reabertura. E expressou profundo pesar por sua morte que iriam orar e enalteceu o antigo diretor: “Rogamos para que toda sua luta pela umbanda , à qual se dedicou toda sua vida, encontre eco nos corações de todos semeando paz, comiseração e união entre praticantes e não praticantes dessa honrada religião“.
Domingos Forquezatto ou pai Domingos tinha 68 anos e mais de 30 anos como babalorixá líder espiritual umbandista e como diretor da AEUPT e nunca havia sido acusado antes. Era líder da Aldeia Humaitá que atendia no bairro.
Em todas as postagens da AEUPT em suas redes sociais no Facebook e Instagram, e também no perfil de pai Domingos, seus seguidores defenderam o religioso com vários relatos de mulheres que disseram por anos e anos terem sido cuidadas ou tratadas por ele e nunca foram desrespeitadas. E vários questionaram as acusações.
(AB)