por Warney Smith Silva
O sobrado foi construído a mando de Geraldo de Rezende na década de 1870, provavelmente inaugurado em 1876 quando ele se casou e veio morar com Maria Amélia. O sobrado fica em frente ao pátio de secar café e ficava ao lado de casas de máquinas , silos e colônias de ex escravos e imigrantes. Também foi o local de falecimento do Barão Geraldo em 1º de outubro de 1907. Ele fica ao lado da Mata Santa Genebrinha já tombada pelo CONDEPACC
Esse sobrado, de estilo colonial , foi local que recepcionou dezenas de viajantes e autoridades brasileiras e estrangeiras (conforme o livro e diversas noticias de jornal) ainda no Seculo 19 – relacionados a construção e inauguração da Estrada de Ferro Funilense, ou de secadores de café. Também provável local de morte do ex escravo e capataz Toninho (a quem movimentos atuais a partir de 1988 passaram a atribuir a lenda do Boi Falô), e onde estiveram vários políticos e personagens da historia do pais como o senador Lins de Vasconcellos, o Coronel Christiano Ozorio de Oliveira, Rui Barbosa, vários ex prefeitos de Campinas, o governador Orestes Quércia, onde a rainha da Inglaterra, Elizabeth II, passeou de cavalo,
A partir de 1920 passou a ser a casa de José Pedro de Oliveira (filho de Christiano Ozório de Oliveira) e sua esposa Jandyra Pamplona de Oliveira (Todos de São joão da Boa Vista). No sobrado também foi negociado a doação da Mata Santa Genebra entre ambientalistas e a Prefeitura de Campinas com dona Jandyra. Ao lado do sobrado havia uma Capela onde diversas professoras deram aulas para os filhos dos colonos.
Uma delas foi Alzira de Aguiar Aranha, casada com o chefe da estação, que depois mudou sua escola para o antigo Armazém (ao lado da Estação), hoje tombado, e que depois foi residência de Salomão Mussi , sua filha Nura e seu genro o vereador Guido Camargo e para vários outros locais em Barão, até conseguir sede provisória própria ja nos anos 1950..(CONDEPACC)
Há vários livros e algumas teses que falam desse sobrado como os livros de Castro Mendes, Jolumá Brito, Benedito e Celso Pupo e sobre a “Casa do Barão” que não temos como recuperar aqui. (Há muita polêmica na historia do Barão. É possível contrapor a única biografia sobre ele, escrita por sua filha, Amélia Rezende Martins com notícias de jornais , processos judiciais, documentos históricos e possivelmente jornais.
Alguns atualmente só usam memorias (re)criadas pelo movimento negro de esquerda, desde os anos 1990, que disseram se basear em memórias de visitantes do cemitério de Campinas, praticamente todos da Zona sul da cidade. Mas não há registros desses relatos em documentos ou fontes daquela época)
Há muitas fotos do sobrado desde o Século XIX , com muitas informações. O jardim mandado construir ao lado da casa, diversas pessoas da família, trabalhadores trabalhando com o café no terreiro em frente e fotos de jornalistas moradores e visitantes desde os anos 1980
Afinal, quando será tombado?
FONTES:
- BRITO, Jolumá. História da cidade de Campinas. 26 vol. S. Paulo:Saraiva (e outras) de 1956 a 1969
- CASTRO MENDES, José de Retratos da Velha Campinas, São Paulo, SP: Departamento de Cultura, 1951
- MARTINS, Amélia Rezende “Barão Geraldo: um idealista realizador Tip Livro Azul Campinas 1939
- PUPO, Benedito Barbosa; GONÇALVES, Fúlvia. Testemunhos do passado campineiro. Campinas: Ed. da Unicamp, 1986.
- MENDES, J. TEIXEIRA Lavoura cafeeira paulista: (velhas fazendas do Municipio de Campinas)/
- PUPO, Celso Mª Mello. Campinas: seu berço e juventude – Campinas,1969
- SMITH SILVA , Warney: “Barão Geraldo: A luta pela autonomia”, Campinas, Centro de Memória IFCH 1996
- SMITH SILVA, W – entrevistas orais com Antônio e Amyr Moda, Amélia Buratto, Ma. Pascoalina , Antônio Páttaro, Francisca Barbosa de Oliveira, e varios outros ( depositadas em Arquivo do CMU Centro de Memória- Unicamp