Moradores e comerciantes de Barão Geraldo já começaram a se mobilizar para tentar impedir que a proposta de ampliação das vagas de Zona Azul (vagas de estacionamento fracionadas por tempo e pagas) seja implantada no distrito.
Na semana passada, a prefeitura publicou o edital de licitação para privatizar o Zona Azul no valor de R$ 30,9 milhões. O número de vagas vai aumentar das atuais 1,9 mil para 8 mil. A empresa vencedora será responsável pelo serviço por 15 anos e terá de modernizar o sistema, instalando parquímetros digitais.
Além de Barão Geraldo, bairros como Cambuí, Ponte Preta, Vila Industrial e Guanabara também serão impactados pelo aumento das vagas de estacionamento pago nas ruas. “É um absurdo. Barão Geraldo não precisa da Prefeitura de Campinas para nada. Na única coisa que precisa, que segurança, não recebe nenhum benefício. Mas, quando o assunto é tirar dinheiro dos moradores, eles aparecem rapidinho”, reclama a bióloga Marina Becker, moradora da região há 10 anos.
Marina e outros moradores e comerciantes que fazem parte de um grupo de WhatsApp chamado Foco Barão, colocaram cópias de um abaixo-assinado em alguns comércios da região contra a colocação do Zona Azul no distrito.
“Achamos desnecessário. Barão Geraldo não tem movimento para a implantação de Zona Azul. Vai tirar os consumidores das ruas e prejudicar o comércio”, acredita Marina.
Nem todos os comerciantes pensam assim. Para Éder da Silva Moreira, dono de uma loja na avenida Santa Isabel, uma das principais do distrito, o Zona Azul pode resolver o problema da falta de rotatividade: “Tem gente, normalmente funcionários de lojas ou dos bancos e colocam o carro em frente ao meu estabelecimento de manhã cedo e ocupam a vaga o dia inteiro. A vaga, que seria para o meu possível cliente, está sempre ocupada”, pondera.
Éder não acredita que a medida vai tirar os consumidores das ruas. “Eles não querem pagar o Zona Azul, mas concordam em pagar R$ 10 no Shopping, né”.