“A única questão é que não temos uma data específica do início da festa comprovada porque ainda não há documentos e nenhuma das testemunhas entrevistadas sabia. Mas temos diversas datas e pistas que podemos considerar, mas todas são das primeiras décadas do século 20. A festa de Barão começou na mesma época da iniciada em Paulínia, Betel, Souzas, Joaquim Egídio e muitos outros lugares” – disse o historiador Warney Smith.
Segundo ele uma primeira pista é a entrevista do antigo juiz de paz Hélio Leonardi, de 1983, onde ele diz que a primeira capela de Santa Izabel foi construída em 1896, quando ainda não havia a ferrovia. E que foi inaugurada com festa. Também foi construída uma capela com imagem de Santa Izabel por volta de 1904 na Cidade Universitária (onde é hoje a igreja do Cristo Redentor) por ordem de Albino José pelo falecimento da irmã, a baronesa Maria Amélia Barbosa de Oliveira. Outra pista é que em 1909 o Monsenhor Francisco Barreto registrou a Capela da Fazenda Rio das Pedras (onde é hoje o banco Santander) em seu relatório de capelas das fazendas. E após o falecimento da dona original da Fazenda Rio das Pedras, Izabel Augusta de Souza Queiroz em 1916 – ano em que “seu Binão” assumiu a fazenda – a capela foi reformada ou foi construída uma nova no mesmo lugar da capela anterior, em 1928, em data da própria foto.
Além disso, conforme depoimentos gravados das antigas moradoras Maria Antônia Vicentin Leonardi e Maria Páttaro Buratto Leonardi, vizinhas à antiga Capela de Santa Izabel, atual Santander (e de outros baronenses filhos de imigrantes e escravos) a festa já existia antes delas nascerem, “desde o tempo das fazendas”, isto é, quando Barão ainda não existia. E a festa contava com a “esmola” (prendas e contribuições) que eram “tiradas” (isto é pedidas por elas em cada sítio ou casa) de praticamente todos os sitiantes e moradores de Barão Geraldo. Mas além de dinheiro e prendas, a maioria dos moradores também se uniam no trabalho voluntário, na montagem e atendimento das barracas, na procissão com cada família cuidando de um andor, na organização (som e luz), as apresentações artísticas (danças, conjuntos, bandas), na preparação de comida, no trânsito, no bingo das prendas, nos fogos e até na limpeza posteriormente.
A festa foi crescendo ao longo dos anos e trazendo cada vez mais gente. E com a sobra do caixa, foi construído um coreto para a banda em 1942. E após a união dos baronenses para a construção da nova igreja e a inauguração da Paróquia em 1963 a Festa cresceu e tomou grande vulto passando, a se realizar vários finais de semana de Junho e julho e ao longo da rua Benedito Alves Aranha e parte da avenida Santa Izabel com apresentação de conjuntos, banda de música e show de fogos de artifício. Mas a partir de 1974 passou a ser realizada no Salão Comunitário, sendo porém bastante reduzida com o tempo. Se tornando a Festa da Padroeira , a nossa Santa Isabel,
Segundo o Monsenhor Roberto Fransolin o objetivo do pedido é restaurar a importância da festa da Padroeira para Barão e Campinas que foi reduzida a partir do Salão Comunitário, também construído com recursos e trabalhos coletivos pela comunidade católica de Barão Geraldo, em terreno doado para esse fim. “A Festa de Santa Izabel unificou e ajudou a construir não apenas nossa Paróquia, mas o distrito de Barão Geraldo. E por isso precisamos reconhecer e preservar sua importância para nós e para a cidade. Vamos dar à nossa festa a importância que ela tinha no passado em Barão!” – disse o monsenhor