Na próxima sexta-feira, 17, a partir das 19h30, o C.M.U. Unicamp (Centro de Memória – Unicamp) abre as
comemorações de seus 30 anos com a vernissage de abertura da “Ocupação CMU 30 anos”, no MIS – Museu da Imagem e do Som de Campinas. O vernissage de abertura acontece esta sexta, dia 17 de julho, a partir das 19h30, com entrada gratuita. A visitação poderá ser feita até o dia 22 de agosto, de terça a sexta, das 10h às 18h, e aos sábados até 16h.
Os preparativos começaram no ano passado com a elaboração de um projeto para a realização de uma exposição que contemplasse o acervo e o trabalho realizado durante as três décadas do Centro. Para tanto, a diretora do CMU e coordenadora geral do evento, Maria Elena Bernardes, convidou a professora Iara Lis Schiavinatto, do Instituto de Artes da Unicamp, a assumir a curadoria.
A partir de então, aos poucos a ideia da exposição foi tomando forma, resultando numa Ocupação. “É nesse sentido mesmo: de chegar e ocupar o espaço. O CMU neste período vai estar no MIS mostrando um pouco do que ele tem e um pouco das nossas práticas”, explica Marli Marcondes, coordenadora executiva do evento e especialista em conservação de acervos do CMU.
Um dos maiores desafios para a organização da Ocupação foi selecionar o que mostrar ao público dentre os 150 conjuntos documentais abrigados pelo CMU atualmente. Ao todo, são mais de 1.300 metros lineares de documentos, com 80 mil processos, 3 mil livros manuscritos, 80 mil fotografias, 2 mil rolos de microfilmes e cerca de 100 mil documentos avulsos de natureza variada, fora as quase 850 horas de áudio digitalizadas – que fazem do CMU um importante centro de documentação e pesquisa, com o mais vasto acervo sobre a memória de Campinas e região.
Assim, a Ocupação foi concebida em quatro núcleos, que expõem diferentes faces do Centro. No primeiro deles, CMU – um projeto intelectual, a intenção foi revisitar os fundamentos que nortearam a criação do órgão em 1985, especialmente a partir do esforço e liderança do historiador e professor da Unicamp José Roberto do Amaral Lapa (1929-2000), cujo trabalho até hoje ecoa nas iniciativas e pesquisas que ali acontecem.
O segundo núcleo, A trama dos conjuntos documentais e uma experiência cinematográfica em Campinas, enfoca o longa Fernão Dias (1957), dirigido por Alfredo Roberto Alves e rodado na cidade pela Cine Produtora Campineira (CPC). A partir do conjunto documental da produtora, doado ao CMU em 1991, foram escolhidas para a Ocupaçãofotografias das gravações, anúncios veiculados na imprensa, contratos e contabilidade da obra, ingressos e cartazes das exibições e, logicamente, o próprio filme. O objetivo é exemplificar a riqueza das dimensões evocadas não somente por cada um desses tipos documentais, mas, sobretudo, pelo dinâmico diálogo entre eles.
Já o núcleo Dos conjuntos documentais aos livros: uma história de produção intelectual busca compartilhar os desdobramentos possíveis a partir de um mesmo documento, enfatizando os múltiplos significados que emergem cada vez que ele é utilizado como fonte de pesquisa, resultando numa tese e/ou num livro. Procura-se mostrar a força do acervo do CMU em pesquisas que extrapolaram a dimensão regional, comprovando a capacidade de irradiação de pesquisadores pelo país a partir da Unicamp.
Um dos aspectos mais importantes do acervo do CMU é sua capacidade de mostrar, através de fragmentos do passado, um pouco da história de Campinas. Assim, no último núcleo, A cidade que o arquivo pode dar a ver, foram selecionadas fotografias que mostram diferentes ângulos e momentos da história da cidade, privilegiando cenas pouco conhecidas pelos campineiros. As imagens passaram por um cuidadoso trabalho de restauro e edição para que pudessem ser expostas ou ampliadas em grande formato – parte delas com mais de 2 metros de altura. Algumas dessas imagens, inclusive, poderão ser levadas para casa: serão distribuídos monóculos com fotografias antigas de Campinas aos visitantes, além de um catálogo com textos e imagens sobre o evento.
A Ocupação CMU 30 anos é uma realização do Centro de Memória – Unicamp, com patrocínio do Fundo de Apoio ao Ensino, à Pesquisa e Extensão (Faepex), do Gabinete do Reitor e do Grupo Gestor de Benefícios Sociais (GGBS) da Unicamp.
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