O DPJ (Departamento de Parques e Jardins) da Prefeitura multou a CPFL por realizar podas irregulares e radicais em 43 árvores. Porém ainda não foi o caso de Barão Geraldo e sim no Taquaral em maio, porém exatamente como fizeram em Barão. Por denúncia do Movimento Resgate Cambuí, a vistoria foi realizada no dia 18 de maio na Av. Milton Christini e Praça Sebastião de Souza Figueiredo no Parque Alto Taquaral e lavrado Auto de Infração.
Na vistoria o engenheiro agrônomo André Pereira pela DPJ constatou 43 podas irregulares “que não seguiram as boas técnicas de manejo da arborização municipal” . Segundo o laudo, as podas causaram “muitos danos irreparáveis nas árvores deixando-as desequilibradas, com as copas deformadas além da falta de acabamento técnico dos cortes realizados” . Além disso o entulho orgânico (os galhos podados) foram deixados nas calçadas das ruas “em desacordo com as práticas de manutenção da cidade”. O engenheiro não citou mas juntou ao laudo cópias do texto dos artigos 5º, 8º e 10º da lei 11571 de 17/06/2013 e os artigos 7º e 8º da Lei 11455 de 30/12/02 que foram violados.
Por esse motivo no dia 8/06 (publicado no D.O.M. em 10/06/21) o secretário Ernesto Paulella pela DPJ autuou a empresa em R$ 73.309,41. A CPFL tem 15 dias para recorrer (e ja deve ter recorrido). Ainda não temos o retorno da empresa que será publicado assim que ela responder.
Exatamente o mesmo fato aconteceu em Barão Geraldo também em vários lugares – como mostramos em reportagens anteriores. Inclusive por empresa contratada pelo próprio DPJ para podar uma árvore com rachadura e risco de queda numa praça vizinha à Praça Irma Carmela Stucchi (onde fica o bar Pça do Côco). Houve muita reclamação e abaixo assinados de moradores e especialistas em barão que publicamos na matéria abaixo. O DPJ respondeu e comprovou que a árvore (podada pela metade ao inves de extraída) estava com rachadura e que também atendeu solicitação de moradores para podar mais as árvores para “clarear” mais a ciclovia e a academia ao ar livre.
Movimento quer acabar com a “matança” de árvores em Barão – JORNAL DE BARÃO (jornaldebarao.com)
CPFL DIZ QUE SEGUE AS NORMAS
A CPFL Paulista emitiu nota dizendo que realiza podas preventivas e emergenciais em árvores de grande porte, de acordo com a legislação vigente, para evitar riscos de danos à rede elétrica que possam comprometer a segurança das pessoas e do fornecimento de energia. E para a realização desse trabalho, critérios técnicos são seguidos pelos profissionais da CPFL e de empresas terceirizadas, que são capacitados para executar a poda de maneira correta. Segundo a empresa, os trabalhos são monitorados pelos especialistas em meio ambiente da empresa, e visam afastar os galhos das árvores da rede elétrica. A CPFL Paulista diz que está em tratativas com a Prefeitura de Campinas, com o objetivo de esclarecer que as podas foram realizadas de acordo com as normas e procedimentos legais.
A CPFL lembra também que a co-irmã CPFL Energia realiza o projeto Arborização + Segura desde 2015 em 49 municípios e identifica árvores inadequadas para o convívio com a rede elétrica ou que ofereçam riscos à população e as substitui por espécies que reduzem as interferências nas redes elétricas, de telefonia, de água e esgoto, além de oferecer melhor acessibilidade de pessoas às calçadas onde estão localizadas.
O principal objetivo do programa Aborização + Segura é conciliar o fornecimento de energia com a qualidade de vida da população.
Podas Preventivas:
Preocupada com a segurança principalmente da população, a CPFL Paulista destaca que a realização de poda de árvores por pessoas não capacitadas pode gerar riscos tanto àqueles que executam o serviço quanto às pessoas ao redor. O contato com os cabos energizados, além de gerar choques, pode causar morte. Por isso, a companhia orienta seus clientes a entrarem em contato por meio dos canais digitais sempre que necessitarem de atendimento. Esses canais funcionam 24 horas, sete dias por semana.
Segundo a CPFL o contato das árvores com a rede elétrica pode trazer consequências sérias como:
● Vazamentos de corrente elétrica da rede para o solo (por meio das árvores), podendo inclusive atingir pedestres, principalmente em caso de chuvas;
● Rompimento de condutores, com risco de acidentes com pessoas;
● Risco de curto-circuito, com interrupção do fornecimento de energia, interferência no sistema de sinalização, desligamento da iluminação pública e comprometimento dos sistemas de segurança e danos aos equipamentos do sistema elétrico etc.
O que queremos saber é se as podas realizadas pela CPFL em Barão COMENTENDO EXTAMENTE AS MESMAS IRREGULARIDADES ficarão sem autuação como esta?
AMBIENTALISTAS COMENTAM
Segundo Manuel Rosa Bueno (que organizou um movimento contra as podas irregulares em Barão) A CPFL, quase nunca se preocupou com as árvores de Campinas. Todos se lembram das lindas árvores que t Segundo Manuel Rosa Bueno (que organizou um movimento contra as podas irregulares em Barão) A CPFL, quase nunca se preocupou com as árvores de Campinas. “Todos se lembram das lindas árvores que tinhamos na Av. Orozimbo Maia. Eram enormes e, de repente, de um dia pro outro, todas tinham sido cortadas, segundo a prefeitura, sem permissão“.
Segundo Manuel as multas são irrisórias, não cobrem o custo de replanta-las e nem o tempo que a população vai lamentar a perda. “Na verdade, a CPFL pouco se importa com multas tão pequenas, eles economizam muito mais não tendo que fazer podas comedidas de ano em anos ou a cada dois anos.”
Para o ambientalista as podas que eles fazem visa exterminar as árvores ou deixa-la suficientemente prejudicadas para não ter que voltar a poda-las num período de 10 anos ou mais. Assim economizam em podas mais espaçadas no tempo.
“Aqui em Barão Geraldo ou em qualquer outro lugar é o mesmo. A diferença é que pelo menos aqui eles têm uma resistência grande da população. A CPFL têm encontrado cada vez mais pessoas impondo a eles que respeitem a lei sobre podas de árvores.” Conforme Bueno, existe uma norma técnica que impõe a todos que respeitem as caracteristicas da “forma” das árvores. “Não se pode deixar um flamboyant com formato de pinheiro, por exemplo”.
Também existe uma proibição de se cortar no máximo 25-30% da copa da árvore. “Se alguém quiser mostrar o manual da própria CPFL que obedece a norma técnica federal, deixo aqui pra vocês”.
E conforme disse a ambientalista Tereza Penteado, “Nossas árvores são mutiladas pela CPFL, como pelo próprio DPJ e suas licitadas e/ou autorizadas, e às vezes também pela Sanasa , pela EMDEC, etc… Nós do Movimento Resgate Cambuí temos farta documentação disso” .
(AB)