CPFL extrai 3 árvores na Vila Santa Isabel e moradores contestam
Na semana passada, entre os dias 7 e 10/4 a empresa MB Engenharia retirou três grandes árvores Sibipirunas da rua Carlos Diniz Leitão, na Vila Santa Isabel. A responsabilidade é da CPFL Paulista que solicitou a retirada das árvores por risco de queda e por estarem deterioradas e por terem cupins nos troncos, dentro do programa “Arborização mais Segura”.

O corte das árvores no entanto foi questionado pelas moradoras Gabi e Ana Paula Tibério que solicitaram o Laudo da prefeitura autorizando a retirada das árvores. Como a primeira vez que pediram os funcionários da empresa disseram não ter, elas solicitaram a Guarda Municipal ir até o local por suspeita de crime ambiental. Porém, na tarde do dia 7 uma equipe da Guarda esteve no local e foi apresentado o Laudo da MB Engenharia, assinado por vários engenheiros agrônomos e biólogos. Mas o corte das árvores foi acertado também com ao DPJ – Departamento de Parques e Jardins da SSP (Secretaria de Serviços Públicos).
Ana Paula disse que há um movimento pela preservação de árvores em Campinas e que caso não tivessem um laudo iriam questionar a retirada ao Ministério Publico . Segundo ela há um acordo entre a Prefeitura e a CPFL para retirar as árvores que dão problemas para a fiação. O vereador Wagner Romão também foi notificado e orientou que exigissem o laudo.
As árvores cortadas fazem parte de um grande levantamento em toda a cidade feito pela CPFL chamado “Levantamento fitossociológico de indivíduos arbóreos sob a rede elétrica“. e assinado pelos engenheiros agrônomos Eduardo Henrique Subtil Testa, José Lucas de Souza, Vanessa Caroline Lopes, Nina Publio Camarero, Laís Tamara Renzo, Francisco Watylo de Melo, pelos engenheiros florestais Luisa Gavadon Pereira, Anahy Gran Cristóforo Jacintho e Nazir Fernando Quarentani Hussni – Engº Florestal . E também pelas biólogas Josiane Tonetti, Talitha Bertazzo, Lilliam Carolina Pereira de Souza e Anne Caetano. Segundo o laudo as árvores estavam em estado fitossanitário irregular; com lesões e biodeteriorização do tronco provocado pela infestação de cupins
Em nota para o Jornal, a CPFL Paulista confirmou que a retirada das árvores faz parte das ações do programa “Arborização Mais Segura“, conforme parceria firmada em novembro de 2023 com a Prefeitura. E que o manejo no local indicado (rua Carlos Diniz Leitão) seguiu as diretrizes do programa com laudos feitos por “…profissionais especializados e as ações seguem normas técnicas regulamentadas, com as devidas autorizações dos órgãos ambientais dos municípios“. Segundo a CPFL o esse programa foi feito com diversas cidades do Estado e após o levantamento, são substituídas apenas as árvores autorizadas pelas prefeituras. “Como parte do programa, a CPFL realiza um levantamento de árvores nas quais as podas já não são suficientes, seja por seu porte, estado fitossanitário (ataque de doenças ou pragas) ou por serem inadequadas para o convívio com as redes elétricas ou outras infraestruturas urbanas (redes de telefonia e internet, calçadas, tubulações de água, esgoto e gás etc.).”
Também em nota, a Secretaria de Serviços Públicos confirmou o termo de cooperação técnica “Arborização + Segura” de numero 055/2023, pelo qual a empresa pode extrair árvores que estejam com doenças fitossanitárias e, ao mesmo tempo, interferindo na rede elétrica. “As árvores só podem ser retiradas se forem comprovadas essas necessidades, após avaliação e elaboração de laudos técnicos. Na rua Carlos Diniz foram removidas três árvores nessa situação. O plantio de outras espécies, adequadas, será feito no local. Para cada árvore extraída, a CPFL fornece 25 árvores, de espécies nativas, à Prefeitura para que seja feita a compensação ambiental.” – disse o engenheiro técnico do DPJ/SSP. O termo de cooperação técnica prevê o repasse e plantio de mudas de árvores adequadas ao contexto urbano, em substituição gradativa de outras que tragam riscos ao fornecimento de energia e de acidentes com a população.
A CPFL Paulista confirmou que irá repassar ao município 25 mudas para cada 1 árvore substituída. “Entre as espécies escolhidas para o plantio estão araçás, pitangueiras, ipês brancos e amarelos, goiabeiras e quaresmeiras. Adicionalmente, em áreas afastadas da rede elétrica, são criados espaços de recomposição florestal com espécies de grande porte.”
Além disso, a CPFL também diz que promove regularmente ações de orientação para conscientizar a população sobre os cuidados no plantio por conta própria de árvores em vias públicas, principalmente próximas à rede elétrica, na campanha chamada “Guardião da Vida”. Segundo a empresa, o programa “Arborização + Segura” já beneficiou 171 cidades nas áreas de concessão das distribuidoras do Grupo, com a doação e plantio de mais de 85 mil mudas de árvores e um investimento de R$ 21 milhões. “O programa foi reconhecido pela ONU como um caso de sucesso alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, conforme números do relatório de sustentabilidade 2023”. -diz a nota.
Um dos moradores que militam pela proteção de árvores de Campinas ,Manuel Rosa Bueno disse que esse acordo mais tira árvores do que preserva: “A gente tem que se organizar mais, fortalecer as organizações de base. A luta ambiental, social/comunitária precisa de mais organização, incentivo, para poder ser mais participativa e forte. A prefeitura está cortando árvores em toda a cidade. Tem ate esse acordo com a CPFL e o material vai todo para a Usina Verde.”
(AB)





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