E os 70 anos de Barão? Vamos ajudar a desaparecer a história dos nossos antepassados?

A Prefeitura de Campinas através da Secretaria de Cultura irá realizar o Aniversário de Ouro Verde e de Campo Grande nos próximos dias 8 e 9 de Agosto com um grande Festival e em Barão Geraldo o que será feito? Faltam 6 meses para a data em que Barão Geraldo completa 70 anos e até agora NADA! Ninguém diz uma palavra. Temos um projeto enxutísssimo, barato e bem simples embora muito bom, na minha opinião, e de grande significado. E até o momento, nenhuma palavra… NÓS DE BARÃO GERALDO QUEREMOS MESMO QUE AS MEMÓRIAS DE NOSSOS ANTEPASSADOS E A NOSSA HISTÓRIA SIMPLESMENTE DESAPAREÇA?

E COMEÇE A SER DESMANTELADA E REESCRITA A PARTIR DE MENTIRAS (como já fizeram com Campinas e outras) COMO JÁ COMEÇARAM A FAZER?

1 – O desaparecimento de inúmeros “lugares de memória”

De um lado, o novo Plano Diretor de 2018 acabou oficialmente com a Zona Rural. E é por isso que o HIDS/PIDS da Unicamp e várias empresas estão debatendo e rediscutindo como será esse imenso território entre a Unicamp, Santander e a estrada para Jaguariuna-Mogi e a região entre a Estância Eudóxia e o Bosque das Palmeiras. Já existem diversos projetos aprovados

De outro, a Rota das Bandeiras vai construir marginais dos dois lados do “tapetão” até a REPLAN! (E estão superatrasados com isso pois o compromisso contratual em construi-las é de 2010!) Muita terra, muitos lugares históricos, de memoria irão simplesmente desaparecer! Antigos sítios que ficavam onde hoje é a rodovia Zeferino Vaz, o Real Parque, o Independência e Jd América . Ao mesmo tempo, a Unicamp VAI DUPLICAR a Moradia Estudantil no antigo terreno dos Ferrari, em direção ao Jd. América. E junto a isso já existem e foram aprovados diversas propostas de novos condomínios nesses bairros. Imaginem como irá ficar o trânsito, o barulho e o antigo sossego desses bairros. Inúmeros moradores desses bairros são mais idosos e antigos em Barão e terão – ou irão querer – se mudar. E onde vai parar nossa memória AINDA NÃO preservada e divulgada?

Em termos de Patrimônio Material temos alguns exemplares de preservação “obrigatória”: o Complexo Cafeeiro da Fazenda Santa Genebra , com sobrado colonial, capela, vila de casas, silos, armazéns, mandado construir por Geraldo de Rezende em 1870 quando assumiu a fazenda . 6 anos depois, Geraldo se casou com Maria Amélia e foram morar no sobrado. Em frente ao sobrado, dois grandes terreiros de café e vários armazéns… Todos construídos no século 19…

Interligado (historicamente) a este, há outro Patrimônio material abandonado pelo desconhecimento de nossa historia local – que é a Avenida de Bambu da Fazenda Santa Elisa, mandado construir pelo próprio Geraldo por volta de 1870, para diminuir a incidência de sol para as passagens de sua esposa que dá nome à avenida. Um patrimônio aliás que também tinha muitas histórias, causos e lendas relacionadas a ele pelos antigos moradores, das quais coletei algumas poucas….

E também não podemos esquecer de preservar o prédio da Estação Barão Geraldo que deu referência à antiga vila rural e nome ao local. Cujo prédio irá fazer 100 anos em 2026. Em meio a tantas mudanças de estradas, a vinda do PIDS e do Reserva D. Pedro e várias outras, Campinas não poderia dar esse presente à Barão?

Além disso há a praça do Capão do Boi , na entrada de Barão, que é o local que os antigos respeitavam como o local onde o boi teria falado. O local hoje é próximo à praça de entrada de Barão e ja existe uma vontade coletiva de se colocar o nome de Capão do Boi na praça, com uma escultura de um boi para que a lenda mais famosa que marcou Barão Geraldo – e seu local – nunca seja esquecida.

2 – O desaparecimento das antigas lendas e memórias locais

E em termos de Patrimônio Imaterial temos as dezenas de antigos causos e lendas criadas (ou vivenciadas) há muitos anos pelos pioneiros de Barão ou seus descendentes. São bem poucas as mais conhecidas – como a do Corpo Seco, das almas dos escravos, dos barulhos de correntes, da “Santinha”, do cavalo da Rainha e dos cemitérios, além da do “boi falô” que tem uma versão local mais antiga e outras que vieram depois da Unicamp.

Porém há dezenas de outras lendas, “causos” estranhos, sem comprovação alguns transformados em fatos históricos e outros que aqui se apropriaram – como do lobisomem, de cavaleiros e charrete fantasma, do boitatá e tochas de fogo, de brigas entre donos de fazendas, etc. Esse levantamento estamos fazendo a partir de entrevistas feitas com os antigos baroneses. Mas para ser reconhecido, teria que se fazer fichas e fazer o levantamento via departamento universitário. Como busco incessantemente desde 2014.

Existe uma data de fundação de Barão Geraldo?

De um lado, os mais antigos cobram a existência de Barão Geraldo a partir dos primeiros habitantes que formaram a vila rural, após a criação da estação e capela. De outro, o meio universitário e escolas só se interessam e querem pesquisas e respostas sobre o período escravista ou sobre após a implantação da Unicamp. E por esse motivo, não se consegue estabelecer uma data de fundação de Barão Geraldo. Essa data ficaria entre abril de 1908 (data da refundação da Funilense, quando a Estação Santa Genebra passou a se chamar Estação Barão Geraldo – embora ainda sem prédio e sem nenhuma vila coletiva) e outubro de 1926 quando a Sorocabana construiu o novo prédio da Estação que ainda existe e vai fazer 100 anos. Ou então, a data da aprovação da criação do distrito na Assembleia em 1953 ou a data da criação oficial do distrito em 30 de dezembro de 1953. Qual dessas datas você acha mais correta?

E a festa dos 70 anos?

De qualquer forma, entre alguns dos mais antigos, a opção infelizmente é por manter o 30 de dezembro. Nome aliás da Praça Principal de Barão entre o Santander e o Terminal. E no próximo dia 30 de Dezembro Barão completa 70 anos como distrito, porém cada vez mais desprezado e sem apoio. Mas por qual motivo? – Seis meses depois Campinas ira completar 250 anos em julho de 2024. E que terá TOTAL DIVULGAÇÃO DE TV RADIO, PREFEITURA CINEMA ETC etc etc … Ao contrario de diversos bairros como Vila Costa e Silva, Sousas , Cambui, Vila Industrial, Campo Grande, etc Porque não nos solidarizamos em prol dessa necessidade para manter viva a memória dos antepassados que tanto lutaram para que Barão tivesse progresso, crescesse e se tornasse grande e tão importante a nivel internacional como hoje ?

Convidamos voce a nos ajudar! JUNTE-SE A NÓS DA COMISSÃO PRO MEMORIA DE BARÃO!

(promemoriabarao@gmail.com.br ou 19.995.531.215)

Ou no futuro, esses antepassados pioneiros simplesmente desaparecerão para dar lugar a uma concepção racista de História culpando a todos nós – e principalmente aos descendentes de imigrantes como “culpados por branqueamento” e uma história de ódio que só existe na cabeça de fascistas. Como se esses descendentes fossem os únicos ou a maioria da população, como se fossem monstros ou criminosos e como se não houvesse mestiçagem que é a absoluta maioria da população local e brasileira. Não vamos fazer nada pra impedir isso?

  • Redação

    O Jornal de Barão e Região foi fundado em janeiro de 1992 em papel E em 13 de maio de 2015 somente on line

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