O evento “Lambuzada” organizado pelo coletivo “Bicuda” de Campinas, domingo passado 14.04 na praça Durval Páttaro revoltou a população de Barão Geraldo devido à algumas performances e encenações realizadas pelo grupo Katy da Voz e as Abuzadas ao vivo no palco. Após representação de vários moradores , vários vereadores rechaçaram e condenaram o evento no Plenário da Câmara. E o prefeito Dário Saadi determinou que não contratem mais a Bicuda” e pediu a obrigatoriedade de Classificação etaria.

“Essas imagens aí são deprimentes, impensáveis e inconcebíveis. Esse evento foi feito com dinheiro público através de emenda impositiva de uma vereadora do PT. Já determinei que o produtor desse evento não faça mais eventos em Campinas, pedi regras mais duras para esses eventos e vamos trabalhar para punir os responsáveis” – disse Dário.

Ainda no domingo à noite, vídeos feitos no evento começaram a circular em vários grupos de moradores do distrito. Os vídeos mostram cenas de modelos seminuas no palco, cantando pankadão (a nosso esse é o nome do ritmo pois funk é outro ritmo bem diferente) com letras extremamente chulas e totalmente pornográficas e ao menos uma cena simulando sexo oral ao vivo em palco aberto. ( não iremos divulgar os vídeos diretamente por respeito ao público).

Segundo os primeiros veiculantes dos vídeos, havia crianças na praça, sem falar do volume extremamente alto da música. Porém não encontramos imagens dessas crianças. Juntamente aos vídeos começaram a circular vídeos com a vereadora Paolla Oliveira , do PT , em cima do palco dizendo que estava

Por causa disso, na segunda 15/1 o ex vereador Valdir Terrazan espalhou um vídeo feito na praça Durval , em suas redes e seguidores , repudiando o evento e chamando-o de “show de horrores”. “tapa na cara” e agressão a realização do show. Terrazan informou estar entrando com uma representação no Ministério Publico para apurar responsabilidades. E disse que o show foi realizado por indicação de uma vereadora E decidiu representar na câmara inclusive “para que isso seja apurado e nao mais ocorra”. (VEJA VÍDEO ABAIXO)

Terrazan procurou a Secretaria de Cultura e a Câmara. Na seção de ontem, 16/4, diversos vereadores – Paulo Gaspar, Débora Palermo, Nelson Hossri fizeram pronunciamentos na Cãmara denunciando e repudiando os shows de performance no palco do Lambuzada. E posteriormente o presidente da Camara, Luis Carlos Rossini, também gravou um vídeo condenando.

Secretaria de Cultura determina Classificação Etária obrigatória por causa do “Lambuzada”

No mesmo dia 16 a Secretaria de Cultura e Turismo Alexandra Capriolli publicou uma portaria determinando a adoção da Classificação Indicativa etária em todas as atividades culturais realizadas ou apoiadas pela secretaria, e que já era adotada antes apenas em teatros, museus e outros espaços culturais. “Para evitar conteúdos impróprios em espaços públicos e para resguardar o direito de escolhas das pessoas ao acessá-los, a Secretaria de Cultura e Turismo adotará a obrigatoriedade do produtor declarar previamente a faixa etária a que se enquadra o espetáculo ou exposição, conforme a autoclassificação indicativa, regulamentada pelo governo federal.“

Segundo a portaria, de acordo com os princípios da Constituição Federal e normas do Estatuto da Criança e do Adolescente, o Ministério da Justiça regulamenta a Classificação Indicativa, com base em três critérios: violência, drogas, sexo e nudez. A classificação indicativa tem natureza pedagógica e informativa, capaz de garantir às pessoas e às famílias o conhecimento prévio para escolher diversões e espetáculos públicos adequados à formação de seus filhos, tutelados ou curatelados.

“A medida será tomada em razão de um evento realizado neste domingo, dia 14 de abril, denominado festa “Bicuda” na Praça Durval Páttaro das 13h às 20h30.  A Secretaria de Cultura e Turismo constatou a apresentação pública de cenas de nudez e simulação de sexo, que não haviam sido informadas previamente pela produção do evento, apoiado com estrutura, a partir de indicação de recursos de emenda parlamentar da vereadora Paolla Miguel.“

Segundo Capriolli, a Bicuda foi notificada para defesa prévia “em processo de apuração administrativa do fato”. “A responsabilidade pela exibição de cenas de nudez é do promotor, que não está sujeito à censura prévia, mas que responde pelos seus atos.”

Bicuda e vereadora declaram que “não sabiam”

Após toda a confusão a produtora do evento – coletivo Bicuda – soltou uma nota que em parte assume um “erro” e evitou acusar os acusadores. Declara que desde 2018 ja atua em Campinas com eventos de exposição e apoio aos grupos “LGBTQIAPN+”e que nunca antes receberam qualquer denúncia, censura etc. e que o de Barão ocorreu como previsto: protocolado e realizado com apoio de “funcionários públicos” e que nunca recebeu nenhum pedido de esclarecimento prévio sobre os conteúdos e que também nunca solicitou aos artistas contratados:

“a Bicuda não solicita o conteúdo prévio do que será apresentado, pois são performances que expressam importantes pautas da comunidade lgbtqiapn+ a partir da vivência dessa realidade, mas entendemos que, por se tratar de uma apresentação em espaço com acesso aberto ao público Deveríamos ter nos atentado para a possibilidade de conteúdos inadequados para a faixa etária de crianças e adolescentes. Reforçamos que, no momento em que foi percebido a conduta considerado inadequada para o local, foi solicitado aos artistas que interrompessem no ato, que não passou de dois minutos em um evento com 8 horas de duração.”

Também informou que a vereadora Paola não teve envolvimento direto na contratação dos Artistas presentes e não tinha conhecimento do conteúdo das apresentações.

Ja a vereadora Paola se defendeu em video pratiucamente repetindo os mesmos argumentos acima, porém colocando no contexto politico nacional. Segundo ela apenas apoiou um movimento que ja acontece desde 2018 sem reclamações e o apoiop foi apenas de infraestrutura . E que ela nao participou de escolha de artistas nem foi informado discutido sobre o conteudo . Paola reconhece que o que aconteceu no palco “não foi legal e por isso nos mudamos nossa pratica apoiando a Secretaria de Cultura a adotar classificações etárias para cada evento

“Mas não iremos tolerar mentiras e calunias que estão sendo feitas à Cultura, à comunidade LGBT e ao nosso mandato. Nao vamos tolerar ataques de pessoas que defendam o racismo , a lgbtfobia , golpistas, anti-vacinase que defendem a destruição do SUS… esse discurso de ódio às minorias e rrepresentação. Nosso mandato segue a disposição para conversar, ao diálogo, etc.” – disse Paolla

Hoje 17/4 à tarde , o vereador Nelson Hossri protocolou o pedido de abertura de uma CP para estudar a possibilidade de cassação do mandato da vereadora Paolla. Para que a CP seja aprovada e instalada, é necessária a maioria simples dos votos dos presentes no plenário. Ou seja, caso estejam presentes 33 vereadores, serão necessários 17 votos para abertura. Se forem 20 presentes, bastam 11 votos e assim por diante.

(AB)

INTEGRA DA NOTA DA BICUDA

” A Bicuda é um movimento que atua na cidade desde 2018 com o intuito de reconhecer valorizar e expandir a cultura “LGBTQIAPN+” mais através de festas shows performances artes visuais atividades de Formação em economia criativa e eventos gratuitos em espaços públicos e privados abertos a toda a comunidade da cidade
Ao longo desses anos já realizamos mais de 15 eventos junto à secretaria de cultura da cidade em nenhum desses eventos tivemos qualquer tipo de ocorrência, denúncia ou problema de censura ao conteúdo artístico das apresentações. O evento do dia 14/04 ocorreu como previsto: foi devidamente protocolado e apoiado por servidores públicos que, ao longo desses anos, vem reafirmando seu compromisso com a diversidade e a cultura LGBT da cidade.
A Bicuda, produtora responsável pelo evento, nunca recebeu nenhum pedido de esclarecimento prévio quanto ao conteúdo artístico das apresentações das atrações da Comunidade lgbtqiapn+ . Quando a bicuda contrata um artista ela está reconhecendo a trajetória desse artista ou grupo Ao mesmo tempo que se reporta a história de luta da comunidade lgbtqiapn+ no estado democrático.
Esclarecemos esclarecemos que, em respeito à liberdade artística dos convidados, a bicuda não solicita o conteúdo prévio do que será apresentado, pois são performances que expressam importantes pautas da comunidade lgbtqiapn+ a partir da vivência dessa realidade, mas entendemos que, por se tratar de uma apresentação em espaço com acesso aberto ao público Deveríamos ter nos atentado para a possibilidade de conteúdos inadequados para a faixa etária de crianças e adolescentes.
Reforçamos que, no momento em que foi percebido a conduta considerado inadequada para o local, foi solicitar as artistas que interromperem no ato, que não passou de dois minutos em um evento com 8 horas de duração.
Mediante a todos os ocorridos estamos juntos a Secretaria de Cultura estabelecendo a classificação de faixa etária para que ela seja devidamente inserida nas contratações, e visando evitar constrangimentos dessa natureza em nossos eventos.
Reiteramos ainda que a vereadora Paola Miguel não teve envolvimento direto na contratação dos Artistas presentes e não tinha conhecimento do conteúdo das apresentações. Sabemos que a intenção da vereadora é estimular e fortalecer a viabilidade de eventos gratuitos nas ruas de Campinas, disponibilizando estrutura básica de palco, banheiros e iluminação, aparelho muito importante Para viabilizar a realização de atividades aqui nos propormos