FEAC lança livros e prepara comemoração dos 60 anos

No dia 17 de agosto, a FEAC – Federação das Entidades Assistenciais de Campinas – promoveu um coquetel para o lançamento de dois livros que retratam o seu impacto em Campinas. São seis décadas de histórias e projetos registrados nos livros “FEAC e a reinvenção do social pela atuação em rede” e “Tempo de esperançar”.

O evento foi marcado por reencontros e pela presença de membros dos Programas, organizações parceiras e convidados. Também prestigiaram a cerimônia os representantes do Conselho Curador, o presidente da FEAC, Renato Nahas, e Carmem, Paulo e Sofia, filhos do Dr. Darcy Paz de Pádua, idealizador e um dos fundadores da FEAC, falecido no ano passado.

A Secretária de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos de Campinas Vandecleya Moro esteve presente e discursou sobre a importância da atuação da FEAC em Campinas. O grupo de orquestra Allegro da organização CPTI realizou uma emocionante apresentação que fechou o encontro com chave de ouro.

A Fundação FEAC agradece aos autores dos livros, José Pedro Soares Martins e Kátia Camargo, pela pesquisa minuciosa e olhar cuidadoso para a história e o impacto social da FEAC.

José Pedro de Souza Martins e Kátia Camargo

O jornalista José Pedro Soares Martins é autor do livro “FEAC e a reinvenção do social pela atuação em rede”, já Kátia Camargo, também jornalista, mergulhou nos projetos da FEAC para escrever o livro “Tempo de esperançar”.

O livro de José Pedro conta a historia da criação da FEAC em 14 de abril de 1964 pelo engenheiro Eduardo de Barros Pimentel a partir da herança do casal Lafayette e Odila Egidio de Souza Camargo, proprietários sem filhos da Fazenda Brandina e seu desenvolvimento junto com a história de industrialização e progresso e crescimento de Campinas , trazendo cada vez maiores migrantes e imigrantes para trabalhar. A historia se entrelaça com a ACIC (Associação Comercial e Indistrial de Campinas), com a criação da Unicamp , e com dezenas e crescente número de empresas que iam chegando a Campinas. Martins conta então os diversos programas e campanhas feitas pela FEAC com Pimentel à sua frente e a continuidade dessa tradição.

Criada na década de 1960, a Fundação FEAC completou em 2023 59 anos de história. São quase seis décadas dedicadas à promoção humana e ao bem-estar social, com foco em crianças e adolescentes das regiões mais vulneráveis de Campinas, e sempre em parceria com as Organizações da Sociedade Civil (OSC). De lá para cá, a vulnerabilidade social aumentou, a população de Campinas passou de 300 mil para mais de um milhão de habitantes e a FEAC precisou se reinventar para seguir cumprindo sua missão como principal organização filantrópica do município. Um dos processos foi a defesa do “Ecumenismo” e independência das organizações sociais ideológicas ou religiosas. E como, aos poucos , ela foi sendo base e modelo para a criação de várias entidades assistenciais na cidade e de uma politica que culminou na criação da Secretaria de Assistência Social. Como os Conselhos Tutelares e Conselhos Muncipais de Infancia e Adolescencia, e dos Idosos. Ao mesmo tempo a Fazenda Brandina foi dando lugar a diversos projetos imobiliários e empresas como o SHopping Iguatemi em 1980, depois o “hiper”mercado Eldorado ao lado e como ela originou vários projetos imobiliarios , inclusive doação para a Prefeitura criar casas para famílias de baixa renda até o enfrentamento da pandemia de COVID-19 com as criações e promoções para levar alimento, vacina e segurança para as populações mais necessitadas e ou afetadas. e a criação do Conselho da Pessoa Idosa e outros.
Já Kátia Camargo foi convidada pelo empresário Luis Norberto Pascoal para escrever um livro sobre os projetos financiados pela FEAC. Mas Paschoal pediu que ela mergulhasse e “sentisse” os projetos tranformadores da FEAC. E Camargo disse que a medida que foi visitando e conhecendo tais projetos “percebia que eles eram muito mais pulsantes e vivos do que eu imaginava” e por isso se decidiu trabalhar com historias de vidas de pessoas em vulnerabilidade social: pessoas que passaram fome, sem local p-ara morar, usuárias de drogas, desempregadas que ja passaram por inumeras formas de violência adolescentes que viveram em abrigos, etc

E entre os que pesquisou escolheu 14 projetos para o livro : “uma pequena amostra do trabalho gigante que acontece por lá. EU sai de cada lugar e cada conversa com uma frase ecoando na minha cabeça: “È preciso ter esperança, mas esperança do verbo esperançar” . Frase de Paulo Freire . E por isso a escolheu para o título do livro:

Os projetos por ela narrados são o “empreende Campinas” (que já formou várias pessoas em Barão), a horta urbana do projeto “Pe de Feijão”; o projeto “Trilhar” de educação financeira e profissional para jovens, o “Brinca Comigo”, para maes recentes e sozinhas,. pela Casa da Gestante; o projeto “Qualifica” (para ensino profissional para mulheres ; o “Florescer” para mulheres vítimas de violência; o projeto ASAS feito com a ASID (Ação Social para Igualdade e Diferença) de oportunidades para pessoas com deficiência; o projeto “Codifica” de ensino de Programação e Desing para jovens da periferia; o “Novo Olhar” feito com o NEPP da Unicamp; o “Urbanizarte” para reforçar os vínculos familiares e comunitários nas áreas de vulnerabilidade da cidade ; a oficina ” Locomover” ; e o programa de qualificação “Gerir estratégico” ; o “Hub de Cidadania Ativa” e o projeto “Potencializar” com um trabalho sistemático de proteção com 60 famílias dos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos e do projeto Gente Nova. da própria FEAC. São os vários projetos que ela descreveu .

O atual presidente do Conselho Curador da Fundação FEAC, Renato Nahas, contou que para entender a fundação e sua origem é preciso dar um passo atrás e lembrar o histórico de Campinas, município que foi assolado por doenças e epidemias (febre amarela, gripe espanhola, poliomielite), no final do século XIX e início do século XX, que impactaram fortemente a população da cidade. “Por conta disso, a sociedade campineira reagiu criando uma série de entidades filantrópicas. E essa é uma herança que Campinas carrega até hoje”, explica Nahas.

FEAC é anterior à criação da assistência social

No início dos anos 1960, muitas destas organizações sociais enfrentavam dificuldades administrativas e financeiras e é nesse momento que nasce a FEAC, como uma associação que centralizava o fundo de arrecadações para apoiar as organizações sociais e oferecia suporte administrativo e financeiro, ganhando em eficiência. “Desde o seu início, tinha esse caráter de apoiar as entidades de Campinas. A origem da FEAC é anterior à criação da assistência social como política pública no município. E, em determinado momento, após a criação da secretaria da assistência social em Campinas, o corpo técnico da fundação chegou a ser bem maior que o da municipalidade”, diz Nahas.

  • Redação

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