A Feira de Artesanato e Cultura de Barão Geraldo , realizada todo sábado na Praça do Côco, mudou de novo. Agora passou a ser só “Feira de Barão”. Mudou regulamentos, metas, planejamentos e agora tem novo visual, além de plano de marketing e logomarca. E se prepara para atingir um novo público: os turistas de negócio – O maior segmento do ramo de turismo de Campinas
A Feira começou em 2002 na praça que recebeu o nome de Irmã Carmela Stecchi, onde Seu Valdir já vendia água de Côco, caldo de cana e lanches desde 1999. De lá pra cá foram 17 anos de crescimento e várias fases que refletiram as principais mudanças na conjuntura econômica. Fases onde todos, buscando reduzir custos, tiveram de excluir pessoas e empresas e essas tiveram de buscar alternativas.
Foi por causa disso que os projetos de mudança atuais começaram já há 2 anos quando a atual gestão assumiu a administração da Feira. Segundo um dos administradores, o paisagista Omar Batarce, a Feira passou a ter um outro perfil de expositores e de público e vem buscando novos objetivos. Como ele disse, a Feira veio crescendo ao longo do tempo, “e nós viemos também. Em 2016 havia 32 expositores e um monte de gente querendo entrar.” Mas não tinha espaço e além disso “a filosofia” de quem estava na administração antes era outra e eram só 2 pessoas:
“Um monte de gente no arrocho precisando trabalhar e que antes só podia entrar quando abrisse uma vaga. Então nós criamos 14 vagas de visitantes por isso. 7 de artesanal e 7 de alimentação E ainda tem uma tremenda fila que passo horas por semana analisando caso a caso.”
Sem contar que a participação não e gratuita. Batarce lembra que além da taxa mensal cobrada pela EMDEC para uso da praça, a administração da Feira cobra uma taxa a mais com os visitantes para promover shows, reformas e melhorias na praça, resolver problemas, etc
EFEITOS DO EMPOBRECIMENTO DA ECONOMIA
Omar Batarce diz que o imenso crescimento da Feira foi fruto principalmente do empobrecimento da economia do país que, nos últimos 10 anos, vem cortando recursos e tirando renda (e empregos) até mesmo de setores de classes médias e altas e de quem antes tinha uma renda estável com que consumia e assim incentivava a produção do pais. Segundo ele, até poucos anos atrás, a maioria dos feirantes eram aposentados em busca de complementação da aposentadoria ou artesãos e desempregados que viviam da venda do artesanato como sua principal atividade. Aí a Feira começou a mudar.
“Hoje a maior parte tem 2 atividades. Eu por exemplo sou paisagista e tinha como hobby a área de madeira. Mas todos tem uma certa dependência da feira. Isso aqui não é hobby. São pessoas mais maduras que ja sabem o que querem . A economia ta ruim pra todo mundo E pelo que se fala por aí não há perspectivas.”
Por isso a própria coordenadoria da Feira de Barão entende que atualmente a principal alternativa econômica e de comércio nas cidades passa pelas feiras Pois elas estão sendo incentivadas – segundo ele – pelas próprias condições de desemprego que temos no pais. Além disso, é claro que fatores como qualidade , referência de preço , espaço kids da praça, facilidade de estacionamento, amizade, as árvores, os shows adecoração, etc também são fatores que influenciaram o crescimento da feira.
E Batarce diz que também o publico mudou . “Esse é o publico que estão vindo pra feira São pessoas também que tem um certo desapego de várias coisas do mundo consumista. Não querem mais ir a shoppings e comércios caros”
UM PLANO DE METAS
Foi nesse quadro de “crise” nas perspectivas para todos que a nova Coordenação fez um Plano de Metas para esses anos. O objetivo do Plano e fazer a Feira vender mais , ou melhor, que todos os feirantes vendam mais e tenham retorno com seu trabalho.
“E para isso buscamos atingir e trazer um publico que venha comprar. Porque nosso principal é o que vem aqui hoje mais para passear, trazer as crianças, ver as mercadorias e barracas , os shows ou só pra passear Então pra eu atrair um publico que venha comprar eu preciso trazer turistas . E porisso nosso objetivo de colocar a Feira de Barão no turismo empresarial de Campinas. Pois o principal objetivo é que os feirantes tenham um resultado financeiro” – disse Batarce.
Além disso há outras propostas como, por exemplo fazer, um Mapa de Barão para colocar as coisas interessantes que temos aqui “Desde comercio restaurantes hotéis pousadas, teatros divertimentos a Historia do distrito e tambem lugares para passeio para distribuir nos principais eventos turísticos de Campinas e da região. Assim vamos tentar inserir a Feira nesse gigantesco quadro cultural que de Barão , Campinas e Região para sermos parte do roteiro de vistas nessa região”
NOVO NOME , NOVA MARCA , NOVA ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO
E como parte do Plano de Metas houve uma outra decisão de mudança, também na área de comunicação e publicidade, que ficou a cargo do publicitário Antônio Carlos Villas Boas, que também é um dos feirantes. Segundo Villas Boas, de agora em diante a publicidade e comunicação da feira será mais agressiva e “vai buscar aproveitar todos os meios de comunicação e publicidade possiveis”
Outra medida foi a redução no nome Feira de Artesanato Cultura e Arte de Barão geraldo que passou a ser chamada somente de “Feira de Barão” para simplificar e “favorecer maior memorização”.
Por isso, Villas Boas também elaborou uma nova logomarca que além da divulgação usaremos nas camisetas que serão usadas pelos feirantes e também para o publico. Segundo ele, o novo logotipo foca a imagem de um casal com uma criança como se fossem as árvores, interrelacionadas às árvores e suas folhas que também são corações.
“E o objetivo é explorar novos meios de comunicação como jornais sites, revistas, redes sociais , mas também panfletos, materiais de propagandas, promoções culturais e de empresas e todos que tivermos acesso para atingir um numero bem maior de pessoas. Principalmente turistas.” – declarou