Festas da Sexta Santa de Barão tiveram público reduzido este ano. Procissões foram maiores
As Festas do Fecha Corpo e do Boi Falô tiveram um público bastante reduzido em relação aos anos anteriores. Em contraste, as procissões do “Senhor Morto” das Paróquias Santa Isabel e Frei Galvão foram unificadas e com isso as procissões da Semana Santa cresceram bastante. Para a secretária de Cultura e Turismo , Alexandra Caprioli, essa redução se deu em virtude do Feriadão prolongado que se formou com a junção da Páscoa com o feriado de Tiradentes (21 de Abril) na segunda-feira, e muita gente aproveitou para viajar. (de fato , a Rota das Bandeiras contabilizou a passagem de 970.000 veículos , um montante 8,6% acima do previsto)
29a Festa do Boi Falô – mais de 1000
Na 29ª Festa do Boi Falô estima-se a presença de cerca de 1000 pessoas ao longo do dia, contando com a organização e a Feira de Barão. Conforme Osvaldo Macedo (que Coordenou a organização da festa e ficou como subprefeito em exercício na ocasião) foram cozidos e preparados entre 220 e 225 quilos de macarrão com molho com mais de 50 latas de sardinha e 20kg de queijo. Foram distribuídos cerca de 1300 pratinhos de plástico, porém, como informou Osvaldo, cerca de 500 pessoas, pelo menos, repetiram mais de um prato de macarrão, o que se supõe que entre 750 a 800 pessoas comeram a macarronada e boa parte delas curtiram a festa. Várias pessoas que estavam na fila com potes para conseguirem guardar e levar alguma coisa.
Porem é necessário contar cerca de 200 pessoas que trabalharam na organização da Festa e da Feira, incluindo todos os artistas que se apresentaram. Portanto conclui-se que cerca de 1000 pessoas participaram da festa em geral.
A celebração teve também a apresentação de duas peças de teatro, palestra, exposições, oficina de desenho com crianças e apresentações musicais. De manhã houve uma oficina de artesanato com a desenhista de moda e figurinista Emília Reily de Souza, de São Paulo. Emília trabalha com figurino de ópera desde 2005 e nos últimos cinco anos, atuou como educadora de figurino no projeto “Fábricas de Cultura”, unidade Parque Belém.
Ao mesmo tempo ocorreu a apresentação da peça “A Lenda do Boi Falô nas terras do Barão” que foi a primeira criação artística sobre a lenda , criada ainda nos anos 1990 pelo ator Ton Crivelaro e que recebeu prêmios nacionais e se apresentou em diversas cidades e inspirou vários filmes, documentários e diversas outras produções sobre a Lenda, criadas a partir dela . E que ajudou a fortalecer a versão considerada mais hegemônica e preferida pelas instituições. Conduzida por Ton Crivelaro e o ator José Pereira no papel de Barão. A peça foi apresentada duas vezes , sendo a outra à tarde.

Também , desde manhã, houve a exposição da Comissão Pró-Memória de Barão, sobre as “Fases da Lenda do Boi Falô“, as publicações mais antigas, e sobre a história do africano Antoninho, que foi capataz da Fazenda Santa Genebra, amigo do Barão Geraldo, e que seu tumulo foi levado para ficar ao lado do tumulo da família. Assim como era benzedor em vida, o tumulo de Antoninho ficou muito famoso não só em Campinas, devido à grande quantidade de “graças alcançadas” através das centenas de placas de agradecimento em seu tumulo. A exposição foi bastante visitada e recebeu a presença de centenas de pessoas.


Além disso houve também a exposição de desenhos feitos pelos alunos do 2º ano da escola Dulce Bento Magalhães, expostos pela Casa de Cultura Casarão junto às peças e banners sobre o Boi Falô pertencentes a Casa.
O ponto alto da festa ocorreu no final da representação das Caixeiras das Nascentes da “Congada Nossa Senhora do Rosário”. A Congada das Caixeiras atraiu muito mais gente em sua apresentação e, logo em seguida, a presença dos padres Thiago Ruiz e Nilo da Paróquia Santa Isabel. Junto a eles veio a comitiva do prefeito Dário Saadi, acompanhado da secretária municipal de Cultura e Turismo, Alexandra Caprioli, do diretor de Turismo, Eros Vizel e de Cultura, Gabriel Rapassi e do presidente da Câmara, vereador Luis Rossini e outros funcionários e assessores da Prefeitura.


O padre Thiago abençoou o macarrão que seria servido, pedindo a Deus “abundância de graças celestes para terem progresso constante do vosso amor” para os que se dele se servissem e orando o Pai Nosso foi acompanhado pela maioria dos presentes. Padre Nilo fez um pedido à “Mestra Cris”, das Caixeiras das Nascentes para cantarem uma “Ave Maria” pelas Caixeiras, no ritmo delas.
Após a apresentação das Caixeiras, o historiador Warney Smith Silva apresentou uma palestra dobre a história da lenda quando identificou tres fases históricas. A primeira quando todos acreditavam que o boi falar seria uma manifestação divina, a segunda fase por migrantes e imigrantes que so terem e colocarem o trabalho acima de tudo, passaram a desacreditar e viam como um a mentira e a terceira já nos anos 1980 quando professoras das escolas passaram a usar a lenda para ensinar sobre a Escravidão e os movimentos negros no contexto do Centenário da Abolição, passaram a ver a lenda como uma forma de luta contra a escravidão e o racismo ou de classes.
Seguiu-se a apresentação da peça do artista Ulisses Jr. também sobre a versão atual da lenda do Boi Falô que animou as crianças com uma grande fantasia de boi.
E por fim , ocorreu o show de viola caipira da dupla Pedro Gava e Giorgio junto à Feira de Barão, ainda quando estava terminando a distribuição de macarrão.
O Coordenador da Festa , Osvaldo Macedo, pediu para agradecer aos comerciantes que doaram mantimentos, aos funcionários da subprefeitura, às cozinheiras que fizeram o macarrão na cozinha da escola Rezende (escola estadual B. Geraldo de Rezende), aos vereadores Luiz Rossini e Paulo Haddad que destinaram emendas para fazer a festa, às funcionárias da Casa de Cultura Casarão que cuidaram de toda a decoração, e da Secretaria de Cultura e Turismo, ao presidente da Feira de Barão Rodrigo Mantovani e todos os feirantes que ajudaram, e às escolas que liberaram as crianças para fazer artes sobre lenda do boi. E a todos que indiretamente participaram de um jeito no anonimato. O evento integra o calendário cultural da cidade de Campinas (assim como o aniversário de Barão, dia 30 de Dezembro, decretado como “Dia de Barão Geraldo”) e conta com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, da Feira de Barão e Sanasa.
21º Fecha Corpo também teve menor publico
Pela 21ª vez a Festa do Fecha Corpo cumpriu o que prometeu: 100 litros de cachaça preparada com 7 ervas e benzida com orações na Quarta Feira de Cinzas, para “fechar o corpo” de quem a tomasse. Também distribuiu 1000 pãezinhos com sardinha que ja virou tradição, além de vários shows de musica sertaneja desde a primeira edição, sempre ao lado do bar e restaurante Toca do Tatu” (na esquina da Av Angelo Vicentin com rua onde foi montado o palco e as barracas para as mesas. das 10 às 19 horas.
Porém também ficou nítido que teve um público bem menor do que o ano passado. Acredita-se (tanto nós, como a organização) que ao longo do dia compareceram cerca de 2000 pessoas ou pouco mais que na Festa do Boi Falô. Aliás boa parte do publico participou das duas festas.
A Festa do Fecha Corpo foi marcada pela apresentação de três duplas sertanejas. De manhã a festa começou com o show de Camila Martins & Rogério Netti. À tarde, os shows começaram com a dupla de violeiros Boiadeiro & Capiau cantando muitos clássicos da musica raiz e por volta das 16h foi o show de Pamela Paz & Denilson que ja cantam na festa desde as primeiras edições. A apresentação geral da festa foi do locutor Miltinho

Organizada pelos proprietários do bar Toca do Tatu – Edenilson Constante Grilo e sua esposa Meire Porto – a festa contou com apoio do vereador Antonio Salvetti e da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Campinas. Mas conforme Edenilson – mais conhecido como Tatu – também teve a ajuda de moradores locais, clientes e voluntários que amam a festa e as tradições:, “A gente tomou gosto pela festa em função da união. Muitos do publico já vem todos os anos até de outras cidades. E o pessoal aproveita pra se reencontrar. Essa é a vigésima primeira edição e é importante manter essa arte do encontro”, disse “Tatu” (Edenilson), Mas ele também diz que o público foi bem menor este ano e também atribui ao feriado. Segundo Tatu reza a tradição de que a pinga Fecha Corpo dá proteção simbólica contra doenças e más energias.

O evento também contou com a presença de Dário Saadi junto com a secretária municipal de Cultura e Turismo, Alexandra Caprioli,o diretor de Cultura, Gabriel Rapassi e do vereador Antonio Salvetti. A estrutura do evento contou com tendas para proteção contra sol e chuva, banheiros químicos — incluindo opção adaptada para pessoas com deficiência — e sinalização para estacionamento nas ruas do entorno.

Procissão do Senhor Morto teve mais de 500 participantes.
E na mesma Sexta Feira Santa, 18 de abril, as igrejas de Santa Isabel e Frei Galvão se uniram para uma procissão conjunta do Senhor Morto e o resultado surpreendeu. A procissão foi a maior dos últimos anos. As igrejas também não comportaram a quantidade de fiéis presentes – sendo muitos bem jovens – e muitos ficaram fora da igreja durante as missas da Paixão (morte) de Cristo. Em contagem a partir do vídeo feito por Rosana Cardoso, mais de 500 pessoas (522 em número não exato- contagem parando o vídeo) participaram da peregrinação que rodou tres bairros do centro de Barão (Vilas Luis Vicentin, Modesto Fernandes e Agostinho Páttaro) seguindo pelas ruas Angelo Vicentin, Antônio Pierozzi, Avenida Santa Isabel e rua Benedito Alves Aranha até proximo à Igreja Santa Isabel onde foi realizado o ritual do “Canto da Verônica” com as palavras e interpretações dos padres Thiago, Leonardo e Nilo.
(AB)



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