Devido à vários pedidos, o Jornal de Barão irá republicar a série dos primeiros registros históricos do mito ou chamada Lenda do Boi Falô “Os Registros Históricos do Boi Falô” levantados nos arquivos escritos de Campinas e São Paulo pelo historiador Warney Smith Silva como contraparte e como assessória à sua pesquisa para o livro sobre a Historia de Barão que escreveu.
Segundo o autor, ele decidiu fazer essa pesquisa porque, quando ele participou da 1ª Festa do Boi Falô em 1988 e quando entrevistou os antigos moradores de Barão Geraldo nos anos 1990, nenhum deles falou sobre Toninho ou sobre o Barão como personagens da lenda . Mas quase todos falaram que o fato teria ocorrido no “Capão do Boi” (um pequeno bosque que havia na entrada de Barão). Outro detalhe fundamental que tiraram da lenda original : E que, a partir dos anos 1990 e sobretudo quando retomou sua pesquisa histórica, ja em 2014 “Eu tomei um susto e fiquei abismado com a total distorção e transformação que fizeram na lenda apenas para colocar manifestações de “luta de classes” e Luta contra o racismo” que não faz nem nunca fez parte da lenda ! O sentido original da lenda é apenas a manifestação de Deus protestando contra a desobediência humana de uma ordem divina!” – disse Smith.
A pesquisa sobre os mais antigos documentos históricos sobre a lenda do Boi Falô foi feita nos arquivos da Câmara Municipal, no Arquivo Municipal, nas Bibliotecas Emanoel ZInk (da Prefeitura) e do CCLA e na Biblioteca da Academia Campinense de Letras e do Centro de Memória – Unicamp. E segundo ele, apenas 6 registros foram encontrados sobre essa lenda, antes da carta de Gilberto Antoniolli ao Correio Popular em 1989, que foi o principal patrocinador da Festa. Foi a partir desse artigo que se desenvolveram as outras versões com Toninho e o Barão , que se tornaram peça de teatro, videos, filmes, livros didáticos e obrigatórios nas escolas municipais e inumeras reportagens todas feitas com os releases prontos – com essa única versão que até então era desconhecida em Barão.
O primeiro foi um artigo do historiador e jornalista Jolumá Brito , de 1973. O segundo , uma entrevista com a portuguesa Albertina Martins , em 1977, ela que se mudou para Barão em 1935 . O terceiro de 1983 é uma entrevista com o “Juiz de paz” – Hélio Leonardi – de falando de alguns “causos ” de Barão. também de 1983 um pequeno livro sobre a lenda com uma entrevista pelo professor César Nunes com um antigo trabalhador rural analfabeto de Barão , sr Vadão de Oliveira. O 5º uma entrevista com o ex subprefeito Orfeu Leonardi, também contando causos. Depois, uma entrevista com o seu Antônio Ferrari em1989 protestando contra a derrubada do Capão do Boi tido como “consagrado” pelos antigos.
Depois desses, a lenda foi fixada pela Prefeitura de Campinas como uma manifestação de um ex escravo (no caso , um africano) de nome “Toninho” que foi enterrado ao lado do tumulo do Barão. e aos poucos diversas extensões desse nucleo foram criados após a Festa do Boi ter se tornada oficial.