Em meio a já tradicional paralisação, a Unicamp realiza hoje e amanha (15 e 16 de março) o primeiro turno da consulta à comunidade para a escolha do novo reitor e vice (o Coordenador Geral) até 2021. No Campus de Barão as eleições são realizadas no Paulistão (HC) e no Ginasio.
Segundo enquete informal não oficial que vem sendo realizada pelo Jornal de Barão com alunos docentes e funcionários, a professora de Ciência Política, Rachel Meneguello e o professor de Física, Marcelo Knobel irão disputar o segundo turno da consulta a ser realizada nos dias 29 e 30 deste mês. Eles foram mencionados em 172 das 402 pessoas consultadas ate o momento pelo jornal, com 272 estudantes, 93 funcionários e 37 professores. Porém na consulta na Unicamp, além do voto não ser obrigatório, o peso dos professores é duas vezes maior que o voto de alunos e funcionários , sendo que na prática se faz uma apuração para cada categoria acima mencionada. O voto dos professores vale 3\5, ao passo que o voto de estudantes e funcionários tem o peso de 1\5 no total dos votos. Além disso a consulta também é realizada em Betel (CPQBa), Limeira e Piracicaba. Podem votar 2.150 docentes, 7.756 funcionários e 28.838 estudantes mas acreditamos – confinando no resultado da enquete – que votarão pouco mais da metade desse número e bem menos da metade entre os estudantes. E findo o segundo turno, a relação é votada no Conselho Universitario e assim que aprovada enviada ao governador para escolher entre os tres primeiros nomes. (por direito ele e o Conselho Universitario pode indicar outra pessoa. Mas normalmente é escolhido o mais votado VEJA ABAIXO ALGUMAS PROPOSTAS E PROMESSAS
Conforme a enquete, a grande maioria diz que não vai votar ou não vai em nenhum (156 pessoas). Rachel Meneguello foi mencionada por 88 pessoas e Knobel por 84. O anti candidato Toninho Alves , funcionário escolhido em assembléia foi mencionado por 25 pessoas enquanto os professores Luis Magna e e Luis Pini receberam 22 e 21 citações cada um. Ja o professor Antônio Celso Arruda (que se candidatou apenas para ser ouvido e fazer um protesto) teve 6 citações. Não tivemos condições de fazer uma pesquisa controlada e estratificada . Os resultados desse primeiro turno devem sair já na próxima sexta , 17.
CRISE PARALISA EXPANSÃO, REDUZ PESQUISA E EXTENSÃO E ACIRRA GRUPOS NA UNIVERSIDADE SUPERSALÁRIOS DEVEM ACABAR – MAS NENHUMA MUDANÇA PARA A REGIÃO
Além de estudarmos todas as propostas dos candidatos e acompanharmos a maioria dos debates realizamos também uma enquete nos vários grupos da UNICAMP e do Jornal de Barão no Facebook em que participaram 584 pessoas. E foi por ela que nos orientamos a perguntar para os candidatos. Basicamente as questões do duplo salário, do financiamento da Universidade, da Assistência Estudantil (cotas, Moradia, CPD 24h, bolsas, etc) , da criação de um Centro de Pesquisas Unificado para a Grande Campinas e para Barão Geraldo. Não enfocamos a questão do financiamento da universidade , questões de carreira e salarial extesanmente divulgados por outros meios.
Pelo teor das respostas qualquer que seja o escolhido reitor, há alguns consensos: mesmo com a paradoxal aquisição da Fazenda Argentina a crise econômica vai paralisar a expansão da Unicamp, contratações (apenas de certos professores), a tendência de acabar os supersalários e duplos salários e ampliação de pesquisa e da extensão da universidade. Por outro lado a tendência é de fortalecimento da Assistência estudantil, das cotas, construção de nova Moradia (o que significa mais gastos) e de forte acirramento e crescimento das divisões entre os diversos grupos da universidade. Os candidatos Rachel Meneguello por termos dificuldades de entrevistas por telefone e Luis Alberto Magna não responderam nosso questionário porém buscamos as respostas em seus programas.
Supersalários e duplos salários continuarão, mas reduzidos.
Sobre os super ou duplos salários pouco divergem. Todos os professores consideram os supersalarios um “direito” e “justo” e propõem um teto que atualmente é o salário do governador e não vem sendo respeitado. Magna e Pini defendem o teto no salário do ministro do Supremo Tribunal Federal (90% no caso de Pini) Knobel e Meneguello também defendem o teto máximo, porém superior ao salario do governandor. Quanto ao duplo salário ou dupla matricula” , somente os professores Knobel e Pini declaram que elas acabarão mas apenas na “Administração Superior”. Celso Arruda defende o teto e o fim dos duplos salários que segundo ele envergonha a universidade e a devolução das gratificações ja pagas. Knobel promete que determinará por ato administrativo o fim da dupla matricula para os cargos de reitor, vice, pro reitores, e não foi claro se isso inclui os funcionários. Mas diz que a Unicamp tem um setor jurídico para tratar disso. E Pini diz que determinará redução do valor para R$ 1,00 e o teto verificado pelo CPF . Ja a professora Rachel diz que irá “...estudar uma alternativa que reconheça financeiramente o trabalho do docente na administração na forma como a comunidade entender adequado.” Ja o professor Magna diz que tal acúmulo esta na Constituição e “não e ilegal e nem imoral”.
Moradia e Assistência Estudantil
Nessa questão ha uma grande variedade de posições. A professora Rachel se compromete a manter o que foi acordado com os estudantes no ano passado, como a Ampliação da Moradia (na verdade a construção de OUTRA Moradia na Vila Santa Isabel) e ampliação das bolsas de assistência. Também defende e se compromete a defender no Conselho Universitario a votação da determinação de cotas etnico raciais no vestibular. e a proposta de criar uma Comissão pela inclusão e contra problemas como racismo e assédio.
Ja Marcelo Knobel também se compromete a manter e aprimorar as “ofertas” de programas assistência ja existentes, relacionadas às otimizações e avaliações contínuas e constantes dos alunos. Para isso criará uma Comissão Permanente de Ações Afirmativas e Inclusão Social que cuidará de tais avaliações em conjunto com o Serviço de Apoio ao Estudante, Serviço de Apoio Psicológico e Psiquiátrico ao Estudante da Unicamp (Sappe) e Moradia .”Sobre a moradia estudantil, a proposta é redefinir o modelo de governança, transparente, público e responsável na distribuição das vagas. Mas nossa proposta não contempla a construção de nova moradia”. – disse Knobel.
O professor Luis Pini diz que os programas de assistência estudantil serão mantidos porém modificados e associadas à assiduidade dos alunos. Porém devido ao comprometimento com o orçamento diz que qualquer novo investimento deverá obrigatoriamente passar primeiro por discussão e aprovação pelo Conselho Universitário, “deixando claro quais despesas ou investimentos deixarão de ser realizadas para atender aos novos investimentos. Assim será feito com qualquer demanda colocada pela comunidade, tal como a ampliação ou construção de nova Moradia”. – disse Pini que também declarou que não haverá condições de ocupar a Fazenda Argentina. Quanto a questão de COtas Pini entende que o atual sistema de pontuação do PAAIS e outros já contemplam a necessidade do ingresso
Ja o professor Magna diz que irá manter os programas porém irá buscar o apoio dos Municipios para bancar a permanência estudantil conforme já está na Lei de Participação dos Municípios. Segundo ele, ja houve contatos com prefeitos e vereadores, através da Agencamp – Agência Metropolitana de Campinas, autarquia do Governo do Estado de São Paulo – que “foram muito bem recebidas”. Tal proposta indica a disposição de cada município da região metropolitana em se responsabilizar por prover os recursos com a permanência de alunos oriundos de suas cidades de origem, provendo assistência material para transporte, alimentação e moradia. “Uma vez que isto pode ser demandado por lei municipal, a apresentação desse programa a representantes de Câmaras de Vereadores de algumas cidades recebeu clara indicação de apoio na sua implantação”. disse Magna. Sobre a questão das Cotas ele defende, como forma de aperfeiçoamento do PAAIS, um sistema de bonificação progressiva proporcional ao número de anos estudados em escola pública antes do ensino médio que deverá ser feito via CONVEST , na medida em que candidatos de mais baixo poder aquisitivo – de maioria de origem negra – poderá contar com tal bonificação.
Ampliar a Extensão e fortalecer investimentos em Barão Geraldo
Os candidatos foram extremamente evasivos ou negaram sobre nossas propostas exclusivas da necessidade de maior concentração e ênfase no retorno à sociedade, perguntamos sobre a possibilidade de criação de um Centro de Estudos Metropolitanos ou Regionais que congregasse os diferentes disciplinas mas realizarem pesquisas e cursos visando melhorar as condições de vida nos municipios da região os candidatos . A professora Rachel defende um fortalecimento da atuação da Extensão universitária atraves de ações de estreitar os laços entre os campi da Unicamp e as cidades que os sediam, ampliar o reconhecimento institucional dentro da Unicamp atraves de sua avaliação, criar a Bolsa Extensão e fortalecer a Escola de Extensão, o Ação Comunitaria da Pro Reitoria, o programa UniversIDADE para idosos, o INOVA (empreeendedorismo), promover a reestruturação da Incubadora tecnológica de Cooperativas Populares, e o CIS Guanabara e a Casa do Lago como “polos de extensão plena”.
O professor Marcelo Knobel não defende ou promete nenhuma ação especifica e pontual mas garante que irá fortalecer a atuação da Extensão da Universidade desde que seja possivel aos recursos. Mas disse que sua chapa tem compromisso em articular diversos cursos multidisciplinares em todas as áreas e se limitou a dizer que “A área de extensão universitária é importante e permitirá a atuação em todas as comunidades. O Programa de Gestão foi elaborado com a colaboração de centenas de pessoas e tem como eixo principal e fundamental, a defesa da universidade pública e o seu compromisso com a sociedade”. Sobre as necessidades de Barão Geraldo (nas áres de segurança, transito, iluminação, ambiental etc Knobel também se limitou a dizer que a Unicamp tem expertise e propostas de melhorias que “poderão” ser aproveitadas pelas comunidades, porém deixando no ar que dependerão novamente dos poderes municipais ou estadual.
O professor Luis Pini defende seis princípios de “Pesquisa e Inovação Responsável”: 1) engajamento, na articulação de pesquisadores com a sociedade civil, indústrias e formuladores de políticas públicas; 2) igualdade de gênero, abordando a modernização na gestão de recursos humanos; 3) educação em ciências, não apenas na formação de futuros pesquisadores mas também de outros atores sociais; 4) acesso aberto, com transparência e acesso gratuito aos resultados de pesquisas realizadas com financiamento público; 5) ética, de modo a assegurar maior relevância e aceitação dos resultados da pesquisa e inovação; e 6) governança, para articular as demais dimensões e assegurar responsabilidade para evitar desenvolvimentos prejudiciais ou antiéticos na pesquisa e na inovação.” Nessa linha defende que as pesquisas devam ser levadas à sociedade – no caso de Barão Geraldo inclusive – como forma de estreitar os laços com a sociedade que dão condições para a universidade. Como uma das reivindicações diz que as festas no campus não serão permitidas .
O professor Magna não respondeu diretamente tal questão mas em seu programa defende ampliar os programas de Extensão atraves de Centros e Nucleos de pesquisa, EXTENCAMP, valorizar e difundir as diversas manifestações culturais da sociedade, e fomentar novas demandas e espaços de cultura e inovação. “Já passou da hora de recuperarmos e adequarmos os espaços apropriados dos campi da Unicamp, em Campinas, Limeira e Piracicaba, para a necessidade presente de ampliação do conjunto de espaços expositivos e de outros tipos de apresentações e manifestações artísticas, tanto produzidos pela comunidade interna, quanto convidados externos, que propiciarão rica interação com o ambiente acadêmico. Aqui cabe lembrar a necessidade premente de concluir o Teatro da Unicamp e, por que não, viabilizar a criação de centros de eventos apropriados a cada um dos campi. O mesmo, é claro, se aplica aos equipamentos e eventos esportivos, área na qual a Unicamp é também destaque. ” Magna defende também o incentivo à cursos por EAD para toda a comunidade.
Demais propostas continuaremos posteriomente
(Joana Garcia)
Boa tarde, o mais impressionante é a forma antidemocratica que se da esta consulta. Alem do voto dos funcionarios e estudantes valerem menos, os aposentados sequer participam do processo. Tambem excluiram e não quiseram fazer o debate com o anticandidato Toninho Alves, como se funcionarios da unicamp tecnicos admnistrativos não pensassem um modelo de universidade. Desafiamos no segundo turno os dois candidatos para um debate!!! Sera que teriam a coragem de aceitar?