Moradoras da Vila Santa Isabel estão se mobilizando contra a instalação de uma antena de celular que já foi instalada num terreno da rua Júlia Leite de Barros, 330, por vários motivos: devido à emissão de radiação da antena, por desvalorização de imóveis em torno da antena, por ficar na parte mais baixa da vila e por contrariar a lei municipal que impede que antenas de alta emissão próximo à escolas e outras instituições. Não temos os dados técnicos da antena que é do tipo “omni” mas sabemos que a instalação já tem alvará da Secretaria de Urbanismo e que a empresa proprietária CR2, de Americana, pagou 13 mil reais de taxa pelo alvará, além do aluguel do terreno.
As moradoras fizeram um abaixo assinado solicitando a remoção da antena e procuraram a vereadora Débora Palermo para conseguir informações. E pretendem conseguir um laudo e até ir ao Ministério Público para exigir a retirada da antena.
Conforme disseram as moradoras afetadas, vários pesquisadores dizem que essa antena, que é do tipo “Omni”, deve se adequar ao artigo 11 da lei municipal 11.084 que determina que a instalação dessas antenas próximo à creches, pré-escolas, escolas de ensino fundamental ou de hospitais e asilos, só é permitida se os valores de densidade de potência medidos em qualquer ponto destes estabelecimentos estiverem abaixo de 3 (mw/cm² (três microwatts por centímetro quadrado) de densidade de potência. E no caso, há uma escolinha infantil em frente ao terreno (Escola Fada Madrinha), e também a antena fica a 500m da escola estadual Hilton Federici, além de casas de repouso e casas de idosos que ficam próximas à antena. Seria necessário fazer essa medição para comprovar esse limite. “É o que vários pesquisadores dizem e se encontra na internet. Mas conforme a lei, deveriam fazer uma medição primeiro desse limite antes de autorizarem a instalação” – disse Pâmela.
Além disso, a instalação dessas antenas afetam diretamente a atividade imobiliária local. Pois muitas casas do bairro vivem do aluguel de edículas, casas de fundo e quartos. Segundo Pâmela, as imobiliárias dizem que ninguém quer morar perto dessas antenas. “Há pessoas que já disseram que irão se mudar se a antena ficar aqui“.
Os moradores se baseiam numa reportagem do Jornal da Cultura com declarações da engenheira professora da UFMG, Adilsa Condessa Dode que afirma sim que essas antenas emitem radiação eletromagnética e que há muitos casos de pessoas que adoeceram por passar muito tempo próximo a tais antenas e recomenda que o correto é fazer a medição da radiação dentro das residências (O que é confirmado também pelo engenheiro Eugênio Masculino Lopes da UFMG). E também em outra reportagem do jornal Diário do Comércio
CELULARES SE COMUNICAM POR ONDAS DE RADIO
Já o estudante de Engenharia Elétrica e técnico do CNPEM, Robert Polili , também morador, disse que não ha razão para se temer a antena pois ela não transmite radiação capaz de afetar humanos pois todos os celulares são feitos para comunicarem-se em uma faixa de rádio específica, como o 4g que usa a faixa de frequência entre 1.800 MHz e 2.600 MHz. “Caso essa frequência não seja respeitada como uma moradora disse, nenhum celular funcionaria. ” Quanto a questão da antena desvalorizar os imóveis Polilli diz que isso pode acontecer pelo fato o motivo das pessoas têr medo de algo que não sabem, “medo de um suposto câncer, que não ocorre”. Outra estudante , Elisangela Morais, disse que só as radiações ionizantes (alfa, beta e Gama) causam câncer e a radiação das frequências de antenas são de rádio e não são ionizantes.
Solicitamos um parecer de professores da FEEC (Faculdade de Engenharia e Computação da Unicamp) mas até o momento os professores especialistas Christian Rotemberg e Leandro Manêra estão de férias e não nos responderam.
Entramos em contato com a empresa CR2 Telecom porém as mensagens estão bloqueadas automaticamente e o número de telefone ninguém atende. Aguardamos também explicação da Prefeitura.