Moradores não aceitaram ciclofaixas da Cidade Universitaria:”perigosa e cheia de erros”

Muitos moradores da  Cidade Universitária e Barão  não aceitaram as ciclofaixas (não ciclovias)  pintadas nas avenidas Oscar Pedroso Horta e Luís de Tella, na parte 2 da Cidade Universitária que, em  geral, consideram  mal planejadas e perigosas. As principais reclamações são sobre a rota da faixa , com via do lado esquerdo da pista, e os buracos no asfalto  que foram pintados com as faixas, sem serem fechados antes. A reclamação e  o constante debate se deu  em vários grupos do facebook (Cidade Universitaria, SOS Barão , Jornal de Barão, Unicamp, Guará etc). desde o ano passado.

Mal planejada e perigosa

A principal reclamação é de que as ciclofaixas (ciclovias  são fechadas a carros e motos e separadas do trafego comum) são bastante perigosas por  estarem do lado esquerdo junto a carros e também mal planejadas, atravessando avenidas de alto fluxo, sem início e fim e sinalização.

Como Osmar Batarce que a considerou uma “barbaridade”: “um risco imenso e muito dinheiro bom em um projeto péssimo e com graves erros“. como  Kelly Carmargo e Marilúcia Hoogendorn consideram o traçado  das ciclofaixas como  “confusas e muito mal planejadas” “Uma volta na Holanda, algumas fotos e uma reunião com especialistas de lá resolvia o problema.” – disse Marilúcia

O morador Ricardo Branco Jonas  declarou que “Empocalharam nosso bairro” e argumentou que, ciclista na esquerda (na faixa de ultrapassem em velocidade, conforme diz o Código Nacional de Transito), os levaram a rasgar o código. Mas  outro morador informou que , no  Código, os veiculos não motorizados SEMPRE tem a preferencia, independente de ter ciclovia ou não. E podem rodar tanto no canto direito ou esquerdo da via

Outro morador, Marcos Soares  questionou com ironia: “Pra que construir calçada e ciclovia no canteiro, se podemos fazer uma pintura aleatoria no meio da pista, tirar um retorno, enquanto pedestre tem que passar pelo matão?

A moradora Vera Lucia disse ser “feia e inútil”   que ninguém usa e só serve de estacionamento para as bicicletas de aluguel. E que deveriam fazer um abaixo asssinado para  voltar a ser como antes.

Já  o usuário Denis Denis, que vai trabalhar de bicicleta, discorda que as  ciclofaixas não sejam usadas e diz que vê todos  os dias estudantes e até pega fila de bicicleta na ciclofaixa em semáforos. Ele defende a necessidade da ciclovia. Mas concorda  que foi mal planejada:  “De fato, o projeto parece bem ruim. Parece seguir essa ideia de ciclofaixa feita por quem não se locomove cotidianamente de bicicleta, não vê bicicleta como meio de transporte de fato e cria projetos com diversos problemas estruturais como: acabar ou começar no meio do nada, indicar parada para os ciclistas e não para os carros, colocar a ciclofaixa na lombada e não depois dela, usar uma tinta que é derrapante quando molhada, fazer o ciclista cruzar uma via de relativa alta velocidade como ali na praça do coco etc etc).. mas enfim, ainda prefiro que existam do que não.. vou todo dia trabalhar de bicicleta e acho bastante importante que haja alguma política pública para isso.” – disse ele

Outro usuário de bicicleta, que defende necessidade de ciclofaixa,  Warney Silva, até concorda com a redução de uma faixa mas para fazer uma ciclovia fechada. Mas não como tais ciclofaixas, feitas no meio de avenidas. Mas ele  diz que não entende  porque elas  não se interligam à ciclovia da  avenida 2 para fazer parte do Sistema deles.

Procurado pela  reportagem para opinar sobre as ciclofaixas, o grupo dos Eco Bikers de Barão concorda e diz que “mais ciclovias e ciclofaixas são sempre benvindas” Mas sobre as faixas da Cidade Universitária, nao quiseram se manifestar: “não tem nada a ver com nosso  perfil.  Preferimos e só fazemos “single  tracks” e longas trilhas rurais  e por isso  não mos  opinar sobre elas” – disse a biker Patricia Terra.

Faixas  pintadas  ate por cima de buracos Para atingir metas?

A reclamação  surgiu quando  começaram a pintar as faixas em outubro  passado (2019). Vários  moradores  começaram a reclamar  da pintura de parte ou das laterais das faixas  por cima de buracos  no asfalto, que não foram tampados antes “Não tapam as valas do asfalto e pintam as faixas sobre elas.” Como disse o morador Joseph Haim que reclamando da situação de abandono da av Oscar  Pedroso Horta: cheia de buracos  local de passagem de linhas de ônibus, transito pesado e ainda sem iluminação: “Nem tapam os buracos, nem dão segurança aos ciclistas.” -disse

O  objetivo  parece apenas atingir  metas numéricas  de tamanho das “ciclorrotas”, como numa nota da EMDEC publicada pelo  Correio Popular, postada  por Haim, onde a empresa informava que o bairro iria “ganhar” (como manda a moda jornalística atual)  mais 2,3 km  de ciclorrotas para completar “mais de 180km de ciclovias em toda a cidade” E ainda completa  com uma promessa do programa de Jonas: “O Plano  Cicloviário prevê a implantação de paraciclos e bicicletarios proximos aos terminais e estações favorecendo a mobilidade integrada”

Ciclo faixas não garantem segurança

Por estarem do lado esquerdo da pista para os moradores  as ciclofaixas não garantem a segurança nem de ciclistas nem de carros. Como Silvana Vieira que a considera “mega perigosa” “Chego a arrepiar só de pensar”.

Douglas Tessiler diz que o mais grave é o perigo que representa uma ciclovia feita na esquerda da pista sem separação física. “Como sempre, Barão inovando. Deve ser a única no mundo. Imagino os geniais administradores pensando em como fazer uma ciclovia e ainda assim manter lugar para os carros estacionarem. Espero que ninguém se machuque muito nos acidentes que certamente ocorrerão.

Outra reclamação é de que as ciclofaixas atrvaessam  em ângulo  reto as  avenidas de um lado para outro  ou estão parcialmente  pintadas  no meio  das avenidas (ao invés de em cima do canteiro central delas, como a maioria é) o que oferece um enorme risco aos usuarios

A moradora Helena Pfaffenbach, questionou sobre o trajeto que a faixa faz nas avenidas,
“ciclofaixa da direita para a da esquerda na avenida 3. Precisa fazer uma curva
com ângulo de 90º no meio do trânsito”,

Na opinião de Fernando Coelho  quem fez essa ciclovias “tem que ser enquadrado em tentativa de homicidio. “De moto quando chove a faixa virá um sabão na curva da Oscar Pedroso Horta com a Luis de tela”. 

EMDEC DIZ QUE CICLOVIAS “ELEVARAM O PADRÃO DE SINALIZAÇÃO VIÁRIA DO DISTRITO”

Questionamos Márcio de Souza,  que é assessor de comunicação da EMDEC (Empresa
Municipal de Desenvolvimento de Campinas) a respeito desses problemas e outros apontamentos  e, em nota solicitada,  Márcio  respondeu genericamente sobre eles: que as ciclofaixas estão em conformidade com a lei; que os buracos existentes dependem da Secretaria de Serviços Públicos arrumar; que  que em toda a extensão das ciclofaixas serão instalados “dispositivos delimitadores, como tachões e taxas.”

“As ciclofaixas e ciclorrotas foram planejadas levando em conta a segurança, pontos de interesses e traçados margeando os canteiros centrais das vias pelas quais elas passam. Os atravessamentos da faixa de rolamento foram estudados e implantados em locais com boa visibilidade, tanto para os ciclistas, como também para os motoristas.”

O representante da Emdec também explicou que “os atravessamentos da faixa de rolamento foram estudados e implantados em locais com boa visibilidade, tanto para os ciclistas, como também para os motoristas”, portanto, é segura para o ciclista.

Sobre os buracos ele respondeu que a “Emdec está solicitando à Secretaria de Serviços Públicos as correções necessárias no pavimento”.

De acordo com o assessor, o público alvo do ‘sistema cicloviário’, recebido desde abril de 2019 por Barão Geraldo, é a população em geral e a “intenção e objetivo da EMDEC é de que a bicicleta seja utilizada para pequenos deslocamentos, na chamada ‘mobilidade ativa’; e seja um meio de deslocamento complementar ao transporte público coletivo”. Além disso, foi afirmado que o projeto foi apresentado pela empresa para um grupo de
cicloativistas do distrito e debatido na Conferência Municipal de Trânsito e
Transporte (CMTT).

E segundo a Emdec, o “sistema cicloviário de Barão” (formado pelas ciclovias e ciclofaixas ligando os seguintes pontos: Terminal Barão Geraldo, a Universidade Estadual de Campinas, o Centro Médico, o Parque Ecológico Hermógenes de Freitas Leitão Filho, comércios e unidades de ensino) “elevou o padrão de sinalização viária do Distrito” E que, com a implantação de novos sistemas cicloviários no município, “a intenção é de que, justamente, a bicicleta seja usada para pequenos deslocamentos por um maior
número de pessoas” e promover uma “massificação na utilização da bicicleta
não apenas para lazer, mas também como um meio efetivo de transporte para
pequenos deslocamentos”.

(Mariana e  Arney)

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FOTO  JOSEPH HAIM

 

  • Redação

    O Jornal de Barão e Região foi fundado em janeiro de 1992 em papel E em 13 de maio de 2015 somente on line

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