Movimento quer acabar com a “matança” de árvores em Barão

Um grupo de moradores de Barão, preocupados com a recente poda de árvores por 3 empresas em vários locais de Barão querem encontrar ou pedir ao prefeito Dàrio Saadi que determine legalmente que as podas de árvores em Campinas (feitas por empresas ou por quer que seja) sigam um “padrão de preservação das características das árvores” e a norma de podas que consta da NBR 16246-1 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

O motivo da mobilização foi basicamente a coincidência que houve, na primeira semana de Maio, de três empresas contratadas por essas empresas realizarem várias podas em vários locais diferentes. Pela CPFL, pelo DPJ e pela ROTA . Mas normalmente as podas são feitas por empresas contratadas separadamente por eles. A primeira empresa vem realizando podou toda as árvores para a CPFL no entrono da fiação elétrica em toda a avenida Santa Isabel e depois dentro dos bairros Vila Santa Isabel, Jd. América e Jd Independência. O problema é que além de dividir as árvores em duas partes, deixando uma estética horrível) é uma empresa de poda e outra que vem buscar. E nisso , o entulho orgânico (restos da poda) ficam em média quase uma semana na frente da casa e comércios esperando pelo recolhimento.

Poda na Avenida Santa Isabel contratada pela CPFL

Outro caso foi o DPJ que mandou a empresa MB cortar uma árvore na praça vizinha à praça do bar Praça do Côco (ao lado de onde tem uma academia de ginástica). Conforme informou o DPJ, essa árvore estava com risco de queda e já estava pendurada em outra árvore. A poda desta árvore já era um pedido antigo feito por um morador em frente à árvore pois ela estava rachada e já havia laudo de engenheiro da DPJ constatando o perigo e recomendando a poda.

O problema é que a empresa fez uma poda bastante drástica ou radical em pelo menos 3 grandes árvores deixando uma clareira na cobertura de árvores da praça ao lado da academia

Poda feita pela empresa MB para o DPJ da Prefeitura na praça ao lado da Praça Irma Carmela Stucchi ( do bar pça do Côco)

E o terceiro caso foi a poda na Estrada da Rhodia feita pela empresa Elo contratada da Rota das Bandeiras e denunciado pelo morador Caius Lucilius. A empresa veio fazendo a poda em várias partes da Estrada até chegar numa figueira (parecida com chamada “Figueira do Manecão”, porém essa, quase em frente à entrada do Jd do Sol) E quando o pessoal da Elo se preparava para uma poda “drástica” na figueira , foram abordados e praticamente impedidos de podarem por Lucílius que avisou que iria denunciar . Todos ocorreram na mesma semana (embora o da CPFL se prolongou até essa semana). (TODAS NOTICIADAS PELO JORNAL DE BARÂO)

Poda feita pela ELO para a Rota das Bandeiras

Conforme esses moradores tais podas em Barão Geraldo não foram realizadas em conformidade com a norma ABNT de podas, foram podas drásticas matando as árvores em desequilíbrio biomecânico e fitossanitário. “Basta ver as fotos que anexo para se verificar a inconformidade com a norma ABNT NBR 16246-1 (veja imagens: http://tiny.cc/arvoresDeBarao) ” – diz o abaixo assinado

Eles criaram um grupo de acompanhamento sobre a questão e decidiram fazer um questionamento junto à prefeitura para encaminhar esse questionamento ao Ministério Público. Segundo a petição eles possuem uma avaliação técnica de uma empresa cadastrada na prefeitura de algumas árvores cujas podas não foram feitas de acordo com a norma e a lei.

E pedem que o padrão de cortes e podas a ser feito na cidade tenha a preocupação de preservar mais as características já existentes e que o Departamento de Parques e Jardins, órgãos e empresas que executam cortes e podas sejam imediatamente avisados dessas novas determinações e orientações.
Nossa preocupação é que quando a prefeitura for realizar podas na cidade, que além disso devem ser somente o necessário, mas com um padrão de intervenção menor, preservando a sombra das árvores e sua continuidade. Também nos preocupa que algumas árvores célebres, algumas pelo seu tamanho, outras pela sua idade ou importância na paisagem local, sejam atingidas pelos cortes.” – disse Manuel Rosa Bueno, um dos que criou a petição.


Outra que assina a petição é a arborista Nina Cavalcanti . Ela disse que a CPFL “não poda árvores, eles livram a rede“. Segundo ela a empresa tem contratos por produção (por metros de fiação), o que força a rapidez com que eles livram a fiação das árvores. E isso não permite tempo e cuidado para podarem de forma correta.
Segundo Nina, a única norma vigente em território nacional é a ABNT 16.246-1 (com o titulo “Poda de árvores, arbustos e outras plantas lenhosas”)
Mas até onde sei, não está citada em nenhum processo de contratação de empresas que executam as podas. Nem na CPFL, nem DPJ e nem a Rota


Pamela Beatriz (moradora de Barão e estudante de Engenharia Florestal da Universidade Tecnológica Federal do Paraná) diz que já faz algum tempo que vem notando podas irregulares em Barão que fogem à toda a normatização já existente e que regulamenta os serviços. Tal normatização foi feita a nível nacional para evitar danos ao meio ambiente e às Florestas Urbanas e para ela essas normas não estão sendo trabalhadas de forma correta.

Ela disse que as determinações técnicas , os laudos e as ordens de serviço de poda devem ter obrigatoriamente um responsável técnico, seja um Engenheiro Agrônomo, Ambiental ou Florestal, pois o mesmo se ocorrer alguma irregalidade pode responder ao Ministério Público e denunciado pelo CREA do Estado.
Todas informações referente a serviço público deve ser esclarecida a qualquer cidadão que pague seus impostos e não apenas para quem é da área. O estudo é para ter embasamentos cientifícos e técnicos, mas quando for preciso esclarecer o serviço para uma pessoa leiga o Profissional tem total comprensão que deve fazer isso de forma simples seguindo com a ética Profissional da (Lei da Tranparencia Publica)

Mas segundo Pamela, a poda regular é essencial para a manutenção da sanidade das árvores. Só que, na maioria das vezes – ela diz – “o que se faz é a poda drástica, decepando totalmente a área foliar o que impede a fotossíntese (a respiração) fazendo com a matriz busque outra alternativa pra suprir essa demanda e nesse caso ocorre o processo inverso. A planta vai buscar essa demanda nas raízes e por conseguinte esse processo faz a raízes “subirem” “Que é o caso em que as árvores “estouram” todo o concreto numa calçada. E é nesse ponto que a árvore fica sujeita a tombar porque perdeu todo o equilíbrio por conta da poda irregular.” -disse

Pamela diz que entrou no movimento por ser uma cidadã e estudante de Engenharia Florestal e poder ajudar que o trabalho ambiental siga as normas e que pretende mandar uma solicitação oficial ao DPJ para que expliquem tecnicamente o que foi mandado fazer na praça

RESPOSTAS DAS ENTIDADES

Sobre as podas realizadas ao longo da Av. Santa Isabel e bairros vizinhos , em torno da fiação de energia a CPFL Paulista informou que a poda realizada garante a distância necessária entre os fios de energia e os galhos da árvore. A distribuidora informa ainda que uma equipe já está recolhendo os galhos. A CPFL Paulista informa que também tem manual de poda e segue o Guia de arborização Urbana de Campinas.

Ja o DPJ (Departamento de Parques e Jardins) que ordenou as podas próximo à Praça do Côco respondeu que a equipe da MB Engenharia fez a manutenção em toda a praça (sic – são várias). Segundo a nota do DPJ, foram feitas diversas podas de limpeza e “alteamento” para melhorar a iluminação do local.

Todas as podas seguiram os critérios técnicos, porém, uma árvore da espécie Fícus benjamina (devido a existência de podridão na parte interna) oferecia risco de queda. Cumpre informar que devido ao porte da árvore, a operação inicial visando o corte para extração exigiu a retirada de seus galhos provocando quedas sobre as copas de outras árvores próximas sendo necessário que a equipe fizesse uma poda corretiva, causando aspecto de poda drástica. No entanto, em função da manifestação popular, optou-se pela monitoração do individuo arbóreo Fícus.

Quando às podas feitas na Estrada da Rhodia pela empresa ELO contratada pela Rota das Bandeiras , a assessoria de imprensa da Rota respondeu que a poda foi solicitada pela ARTESP (Agência de Transportes do Estado de São Paulo), e que após verificação técnica identificou a necessidade da retirada de galhos e árvores com projeção (que se projetam) sobre as faixas de rolamento da via. A medida tem o objetivo de garantir a segurança de motoristas que trafegam pela região.” Entretanto a concessionária informou que sobre a Figueira próximo à entrada do Jd do Sol fará pedido de nova avaliação à ARTESP sobre a necessidade de poda dela.

Movimento também cobra o tombamento da figueira

O movimento também está cobrando o pedido de tombamento da figueira do Manecão (plantada por Manuel Antunes Novo) na Estrada da Rhodia e que foi motivo de protestos e discussões na cidade. Segundo Manuel o abaixo assinado com quase 15.000 assinaturas está na coordenadoria do setor de Patrimônio Cultural desde 28 de janeiro solicitando que o secretário de Cultura assine “ex-ofício” o tombamento pois segundo ele a árvore sob risco de corte e envenenamento ( que ja foi negado pela Prefeitura diversas vezes).

Segundo ele, informaram na Secretaria que o pedido foi encaminhado para a pauta de reunião do CONDEPACC (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas) para deliberação “o que demonstra que não se considerou a urgência do requerimento, como pedimos“.

  • Redação

    O Jornal de Barão e Região foi fundado em janeiro de 1992 em papel E em 13 de maio de 2015 somente on line

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