NOVA CICLOVIA É CONSIDERADA INÚTIL E UM TRANSTORNO EM BARÃO
Dezenas de moradores estão reclamando muito da nova ciclovia que está sendo construída entre a Mata Santa Genebra e as praça centrais Durval Páttaro e Irmã Carmela Stecchi (praça do Côco). A maioria considera inútil ou desnecessária, muito larga e que piora o trânsito além de ser um “gasto equivocado de dinheiro publico” que deveria ser direcionado para outros fins.. Mas devido à sua extensão, há diferentes problemas nos diferentes bairros de Barão por onde passa: 1) av. Eduardo Pereira de Almeida (entre o Bosque/Mata e o “balão da Independência”) 2)na Praça Durval Páttaro na Vila Modesto Fernandes, no centro e 3) na Estrada da Rhodia.
A ciclovia terá o nome de “Rota Cicloviária “Parque Ecológico Hermógenes Leitão ao condomínio Barão do Café e a Mata Santa Genebra” e terá 4,8 km de extensão. A obra é da EMDEC (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas) e as obras foram iniciadas em maio de 2024. Ela foi financiada e paga por um projeto junto ao Ministério do Turismo em 2020 (governo federal passado) que, pelo convênio BR909259.220, repassou R$ 2.180.555,00 para a EMDEC como “apoio à infraestrutura turística”. Nesta fase, os trabalhos acontecem também na Praça Durval Pátaro, com implantação de um trecho de ciclovia e passeio para caminhada. E ja foi feita também entre o Barão do Café e o Parque Ecológico.
Entretanto , há essa estranha ligação com a praça Durval Pátaro no centro (Antigamente conhecida também como “praça do bicicross”) que crescentemente veio sendo usada não só para uso privado de lazer dos moradores (como caminhada, piqueniques, brincadeiras infantis, treinos, jogos, fotos e ensaios, etc) , como também por eventos culturais promovidos tanto em convenio com as Secretarias de Cultura e Turismo, ou de Esportes, como por produtores e entidades culturais locais e privadas. Isso por ter uma imensa área verde bastante arborizada, rodeada por vários restaurantes e comércios locais e de fácil uso e localização em Barão. Por isso, o uso dessa praça gerou fortes críticas e não aceite de outra parcela da população que reside próximo ou usa a praça para eventos ou lazer: primeiro pela fim do gramado amplo e amplamente usado, agora fortemente reduzido e pela impermeabilização do solo com concreto, que além de reduzir o uso de lazer, poderá causar acidentes graves para usuários, crianças , idosos, caminhantes e até mesmo para os ciclistas.
Segundo a EMDEC o trecho sobre a praça atende a uma “demanda identificada na região por áreas mais adequadas para o lazer, promovendo não só a circulação segura de ciclistas, como também rotas adequadas para os pedestres. E todas as árvores serão preservadas“.
Além da calçada para pedestres em torno da praça, haverá uma ciclovia em forma de “U” que ocupará metade da praça, além da pista de caminhada, que contará com acessibilidade (rampas), promovendo a inclusão das pessoas com mobilidade reduzida, e será segregada do espaço destinado aos ciclistas.
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QUe pára nos pontos de ônibus e também no “pontilhão”
Principais críticas:
Vários moradores consideraram a obra como inútil ou desnecessária e muito larga como Rosimeiri Nascimento , Ana Lucia Papasian Palma , Victor Dias , Alessandra Monteiro, Eliane Peres (“exagero”), Rosi Oliveira e Angela Tonon: “Ficou muito larga essa ciclovia. Um absurdo o perigo que está lá! Tem que diminuir.” – disse Angela.
Um dos principais argumentos é que são muito raros os ciclistas que as usam: “Todos os dias passo de carro no “pontilhão” (Av Eduardo) e vejo gente andando de bicicleta fora da faixa do outro lado da rua! É ridículo essas faixas nos lugares desnecessários e ruas apertadas!“- conta Lilian Bueno. Bruno Santos diz; “fluxo de bikes minimo e de carro gigante! Diminuiram as faixas e o transito ficou pior do que já era péssimo! ” Segundo ele além da ciclovia acabar no pontilhão e a parte mais critica ficar sem a ciclofaixa além de não ter fiscalização “O cara que teve essa ideia não pensou no transito, na utilidade… Queria que ele ficasse aqui um dia só pra ver como é inutil. Mal cabe o onibus de tão pequena”.
Vários moradores disseram que os motoristas não respeitam as ciclofaixas (Vera Lucia) e que as pessoas que são da EMDEC e elaboraram o projeto deveriam andar nas ciclofaixas de Barão como Solange Rodrigues que disse ter sido atropelada de bicicleta em uma ciclofaixa “Estão de brincadeira com quem gosta de pedalar. A pessoa que autorizou deveria andar de bicicleta só pra entender do que é que estamos reclamando“.
Sueli Pretti diz que na parte da ciclovia que atravessa a estrada da Rhodia (na altura do condominio Barão do café) ela não acredita que os motoristas irão parar porque o ciclista vai passar “tô até vendo o que vai acontecer, acidentes em cima de acidentes“.
Ivania Meneghetti diz que no balão do Jd. Independencia “o veículo faz a curva em cima da faixa dos bonitos e se for pra esquerda invade a pista contrária …mas os “pedal” ganharam o mundo se acontecer um acidente lógico que o errado é o motorista! Desnecessário e ridiculo!”
Olavo Cunha é contra a ciclovia porque não paga imposto: “Bike não paga IPVA, não leva multa e ainda há alguns que passam pedalando na faixa de pedestre e xingam quem reclamar“. Deveria ir empurrando pela calçada.
Outra moradora que reclamou foi Maria Lucia Giampaolli Segundo ela a ciclovia ficou horrível e trouxe ainda mais caos para os motoristas. “Em horário de pico, mistura tudo, vira uma salada. Melhor dizendo, parece as ruas da Índia.. Quem é esse engenheiro que projetou essa obra? O dinheiro público se tornou descartável? Jura mesmo que precisa disso? Cadê vc que é responsável por esse desperdício de impostos?” E ainda reclamou da falta de semáforos no famoso “pontilhão” da av Eduardo
Matheus Marsolla disse o seguinte: “O pessoal acha que fazer ciclovia é só pintar o chão e vamo que vamo. Na hora que começar a dar ruim e ter ciclista estirado no chão, aí quem sabe, começam a pensar direito se devem ou não fazer isso!”
“Na minha opinião elas são estão atrapalhando! Aqui na esquina das avenidas 3 e 4 ficou horrível! Começou a ter congestionamento depois que foram instaladas! Será que engenheiro de tráfego não pensa?” – disse a moradora Ana Nunes
Varios outros reclamaram que ao invés dessa obra , deveriam cuidar de outras necessidades prioritárias como a falta de calçadas e buracos nas ruas como disse Dolores Garcia, Ana Lucia Papasian Palma, Miriam Scarpante (mato e calçadas estreitas ao lado) . “Gostaria de saber porque a prefeitura não exige calçada na frente do efraim” (perguntou Everaldo Moraes)
A moradora do Real Parque Cleo, disse que ha 11 anos pede para fazerem calçadas na av. Eduardo em frente a terrenos baldios e até hoje nada: “… E agora fizeram essa faixa para ciclista… mas cadê a calçada? Pagamos imposto caro e não tem nada aqui”.
Marcelo dos Santos diz que a Emdec “nada faz além de literalmente ferrar os moradores aqui do bairro” (Real Parque no caso). Pois a ciclofaixa, só piora o “transito dos infernos” de manhã cedo e na volta à tarde. “Em dias de chuva a noite a bosta da sinalização desaparece no asfalto o que mais vejo são carros quase batendo de frente por andar na contra mão por não ver as faixas no chão“. Para Marcelo a pessoa que idealizou esse projeto “nem de Campinas deve ser nem deve conhecer o transito dos infernos que esta aqui.”
Vários questionaram o valor da obra ou o uso do dinheiro público: como o morador Daniel Bizu disse ser “Uma pouca vergonha! Descaso com dinheiro público. É um ciclista a cada 8h. Agora vamos ter que comprar carro voador.!“
Daniel Santana criticou o valor orçamentario da obra: “preços de Dubai”
Haidi Jarschel acha revoltante. “Tudo o que não precisa ser feito. E o que tem urgência, não fazem!Como o Centro de Saúde do Real Parque, do Village, uma UPA próxima, etc. “Quando o povo vai acordar pra fiscalizar onde NOSSO DINHEIRO será usado de forma responsável?. BASTA!”
Alguns “ficaram sabendo” que com as obras das marginais na Rodovia irão aumentar a largura da av. Eduardo P. Almeida como Ana Carla Miranda mas ainda não temos essa informação.Já Paulo Cesar Massaioli criticou a Rota das Bandeiras pelo abandono da obra “Esse trevo do pontilhão tá esquecido. Maior transtorno pra entrar e sair do bairro …a rota das bandeiras começou uma obra e largaram…. políticos….m….”.
Mas há também outros moradores, que entretanto, são favoráveis à ciclovia.
O produtor cultural Arthur Amaral, que também é DJ , acha que a existencia da ciclovia é importante. “Sou morador do Real Parque, encaro aquele trânsito todo dia para levar meu menino na escola, mas não acho que a ciclovia seja o problema não, são vários problemas, a ciclovia na verdade ao meu ver é fundamental para garantir alguma segurança aos ciclistas que não tem espaço algum ali“.
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Representantes pediram a não ocupação da Praça Durval
As obras na praça começaram mesmo em Setembro do ano passado (2024) quando logo o jornal recebeu uma reclamação e publicou. Com isso, alguns artistas que sempre usam a praça começaram um abaixo assinado e logo entraram em contato com a Secretaria de Cultura e com o vereador Gustavo Petta que organizaram uma reunião com a EMDEC. (E como sempre a EMDEC exigiu poucas pessoas… ) Participaram Ines Vianna, coordenadora dos blocos das Caixeirosas , Arthur Amaral , DJ Digão , também produtor de diversos shows , eventos e do Abre Alas , que normalmente sempre usam a praça Durval , além de outros como Dani do restaurante Espaço Zen e o ator e ativista cultural Daniel Salvi.
Segundo Inês, na reunião conjunta com a secretaria de Cultura, realizada em setembro, o presidente da EMDEC apresentou todo o projeto da Ciclovia que já existe desde 2018 (não se sabe quem ou qual político iniciou a proposta antes de se tornar um projeto da própria EMDEC) mas que conseguiu um convênio com o Ministério do Turismo em 2020 para sua construção E que a cidade precisa de ciclovias como meio alternativo de transporte e eles já tinham feito no Campo Grande e em outros lugares.. E a praça está integrada ao projeto por ser parte costumeira dos ciclistas também. E nessa reunião os representantes da cultura e moradores deixaram claro ser contrários à obra e solicitaram a não realização.
Inês questionou que a praça Durval não era um local apropriado para passar ciclovias Já que é ja tradicionalmente um novo espaço de lazer coletivo dos moradores, justamente pelo amplo gramado e farta arborização e ser um dos poucos locais com essa possibilidade em Barão, principalmente nos finais de semana. Além disso a praça é usada todos os meses tanto para o Carnaval desde o pré Carnaval, a abertura, e outros dias, quanto para diversos shows gratuitos ao ar livre promovidos quase todos os meses pelas secretarias de Cultura e Esportes.
Também o produtor DJ Digão disse que defenderam que não fosse feita a ciclovia dentro da praça, por ela já ter outras utilidades já estabelecidas pela comunidade. “Mas sempre fomos a favor do resto do projeto de ciclovias em Barão e pela cidade. E depois de 2 reuniões e 1 visita técnica nossa na praça, e devido às questões burocráticas que impossibilitavam a retirada total da ciclovia da praça o consenso do grupo (entre nós e a EMDEC) foi de fazer em apenas um lado da praça, deixando o outro lado livre.” -contou ele.
E assim acertado, a EMDEC fez essa pequena alteração solicitada e recomeçou sua execução após o termino das eleições, já em Dezembro, prosseguindo ao adentrar este ano. E, em nota publica, o presidente da EMDEC Vinicius Riverette informou que tinha que “atender a todos os diferentes interessados e os usos do espaço“. Que reuniu-se também com cicloativistas, moradores locais e ouviu também a Secretaria de Cultura, que normalmente promove shows na praça para definir. “Na nossa proposta original, a ciclovia contornava toda a extremidade da praça. Mas agora, o que estamos executando é que o trajeto formará um “U”, preservando a área da praça destinada a eventos culturais, que conta com palco e academia ao ar livre. Também iremos preservar todas as árvores“. –
Segundo ele, pela nova proposta, uma ciclorrota será sinalizada a partir da rua Ângelo Vicentim para viabilizar a integração com o trecho de ciclofaixa que ainda vai ser executada na rua Antônio Pierozzi. Desse ponto, a rota cicloviária vai se interligar à ciclofaixa existente na avenida Santa Isabel:
“A passagem dessa nova rota cicloviária pela praça Durval vai dar mais condições de acessibilidade para os pedestres que já frequentam o local. E para os ciclistas promove a conexão entre o espaço e o novo trecho cicloviário a partir da Mata de Santa Genebra“, explica Riverete.
Quanto à quantidade de críticas e posições contrárias acima citadas, o presidente da EMDEC não quis comentar e disse que a resposta dele é a mesma já citada acima. (Deque existe uma demanda já antiga da ciclovia e que a EMDEC irá garantir pelo uso seguro desta para todos).
(AB)
Projeto de ciclovia surgiu da “identificação da demanda por novas formas de lazer na região”.(Divulgação da EMDEC)
Projeto prevê a preservação das árvores
A área arborizada existente na praça, que se concentra principalmente no espaço dedicado aos eventos culturais, será preservada. O projeto não prevê supressão das árvores.
O investimento estimado em R$ 1,7 milhão contempla a execução de todo o projeto da rota cicloviária, com 4,8 km de extensão. As obras são executadas pela empresa Engetela Comércio e Serviços Ltda, com prazo de conclusão previsto para maio deste ano.
Trajeto
A rota Barão do Café / Mata Santa Genebra começa na rua Mata Atlântica, junto à Mata de Santa Genebra, prosseguindo pela avenida Engenheiro Jorge Bierrembach de Castro, rua Helenita Aparecida Bassan de Sá, até a avenida Dr. Eduardo Pereira de Almeida. Continua pela rua Gilberto Pattaro, até a avenida Santa Isabel, interligando com a ciclofaixa existente no local. O trecho complementar começa na rua José Martins e segue pela rua Antônio Pierozzi até a Praça Durval Pattaro.
O traçado da rota cicloviária passa por diversos estabelecimentos comerciais, áreas de lazer, templos religiosos e empresas. Paraciclos serão instalados no trecho.
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