por Adilson Roberto Gonçalves
O distrito de Barão Geraldo completou 70 anos no último 30 de dezembro, data muito bem lembrada e resgatada pelo historiador Warney Smith Silva em artigo neste Jornal de Barão ( https://jornaldebarao.com.br/2023/12/30/nesses-70-anos-de-barao-vamos-esquecer-de-como-era-e-foi-construido-esse-local/ ).
Não vou me repetir aqui, apenas contar que, em 2023 e de minha parte, foram seis
publicações neste veículo, quase todas acerca das questões ambientais de nosso distrito. Árvores símbolo que foram cortadas, falta de inteligência para lidar com nossos resíduos, poluição atmosférica, a distância espacial e temporal do resto de Campinas.
O ano virou e as lixeiras da Cidade Universitária continuam abarrotadas de resíduos de poda e capina dos jardins de seus moradores. Árvores continuam a ser cortadas sem critérios e até apagões elétricos passaram a ser uma constante em nossos bairros. A virada de ano torna-se tão corriqueira quanto trocar a folhinha na parede e a agenda de compromissos. Porém, esse dois itens já não são comuns. Descobri ser difícil encontrá-los no comércio local, ainda mais que papelarias ficaram fechadas entre Natal e Ano Novo.
O novo plano diretor vem aí, com PIDS e HIDS, e creio que haverá um adensamento
forçado com grande especulação imobiliária que trará pressão e tensão maiores para nossos bairros.
Mas é a grana, não a grama, que fala mais alto.
A capital de São Paulo está passando por situação semelhante. Lá, a aprovação da Lei de Zoneamento na capital está muito longe de uma decisão técnica, por ser exclusivamente política, como alertam editoriais de jornais clamando que há “descaso com a cidade de São Paulo”. Especulação imobiliária, interesses pessoais e escusos, além de populismo desvairado são os motivos principais da lei aprovada. A cidade clama por soluções ambientais e de mobilidade que não são atendidas. Vive-se o urbanismo sem urbanidade.
Com eleições municipais, a presença da Prefeitura se fará mais notável em Barão Geraldo, uma vez que é o voto que move a administração. Não vejo obras para resolver as constantes inundações no Centrinho e em outros bairros, nem solução para os congestionamentos em horários de pico, especialmente logo após o Carnaval com plena volta às aulas. Nosso sistema de semáforos parece não ser adepto das soluções inteligentes que há em outros locais que monitoram o trânsito em tempo real para controlar o tempo de abertura e fechamento.
Enfim, um ano novo com antigas questões para resolver, acompanhar e lamentar.