Durante a guerra, dois soldados aproveitam os intervalos do combate para fugir das atrocidades e fazer o que gostam: representar cenas de teatro, começando pela gula dos zanni da “Commedia dell’arte”, até revisitar vários personagens de Brecht, Maiakovski, Arrabal, Maupassant, Gibson e Edward Albee.

A peça é toda falada em “gramelô” com fragmentos de francês, inglês, italiano, russo e chinês, porém de fácil compreensão pela gestualidade, intenções das falas, percussões e música ao vivo.
Há mais de 10 anos, o Grupo Katharsis vem produzindo espetáculos que buscam um estilo próprio de comunicação com o público, com base no multilinguismo, narrativa não linear, tensão discursiva, polifonia, significação tentacular, fragmentação e referências abstratas, voltadas para a desautomatização da leitura.
“Playtime” é mais uma incursão nesse experimentalismo que envolve linguagem e teatralidade.

Fotos: Igor Alexandre