Poda excessiva da figueira de Manecão decepciona e divide Barão

A poda da figueira da índia (ou falsa-seringueira) da antiga casa de Manuel Antunes Novo (ou Manecão como era conhecido) na Estrada da Rhodia dividiu opiniões dos moradores de Barão . De um lado, um cenário de desolação e tristeza como foi classificada a poda realizada pela empresa MB para o DPJ (Departamento de Parques e Jardins) na “ficus elástica” (nome científico). De outro, várias pessoas consideravam a poda necessária por questão de segurança, apoiaram e até agradeceram . E alguns ainda defendem a extração do que sobrou dela com o compromisso de plantio de várias outras nas mesma lateral , etc

Cerca de 50 pessoas – a maioria ligada ao movimento “Mobiliza Barão” que se organizam contra o PIDS – fizeram uma manifestação de protesto no sábado dia 2/9 contra a poda da figueira do antigo sítio de Manuel Antunes Novo (conhecido na época por “Manecão”) localizado a Estrada da Rhodia numero 1996. (também conhecida como “falsa seringueira”) e foram bastante apoiados por carros buzinando e mostrando sinais de apoio.

A poda foi realizada na semana anterior pela empresa MB a mando do DPJ – Departamento de Parques e Jardins da Secretaria de Serviços Públicos. Pois já havia um laudo dos engenheiros João Pedro Sangaletti Serrano e Márcia Calamari recomendando desde abril passado. Como já haviam caído 2 galhos (um sobre um carro em outubro de 2022 e outro agora em agosto, na Estrada da Rhodia) o DPJ informou a necessidade da poda por segurança viária. Porém os moradores consideram que foi muito mais do que uma poda e que o DPJ decretou a morte da árvore que eles consideram um “símbolo” de Barão Geraldo.

No entanto, a poda da árvore foi considerada necessária e satisfatória para algumas pessoas e assim dividiu opiniões e mostrou divisões politicas na cidade. De um lado,

Como há um numero gigantesco de opiniões diferentes nas redes sociais, tentamos aqui agrupa-las pelos principais argumentos. Os moradores se dividiram em 4 grupos diferentes: Os que apoiam a poda e defendem a extração da árvore em troca do plantio de várias outras; os que concordam com a poda porém acharam ela excessiva, os que culpam a construção do condomínio Vila Flor como principal causa do adoecimento ou definhamento da árvore e os que condenam a poda e a extração da árvore por considera-la um “símbolo”, vários tem certeza absoluta que ela foi “envenenada” (mesmo que especialistas não encontraram provas) e também um exemplo de como são tratadas as árvores na cidade.

No primeiro grupo são, em geral moradores que também parecem defendem o progresso e o crescimento do distrito e a segurança na estrada com os riscos de queda. Os argumentos em geral dizem que a árvore estava na calçada , ou num terreno particular, que estava perigoso de um galho cair na rodovia e por segurança precisava ser podada. Alguns outros inclusive acham que a árvore deve ser extraída do local em troca da obrigatoriedade de plantio de outras .

É o caso , por exemplo de Rodrigo Damiani que disse que foi apenas uma poda para evitar acidentes “como tivemos recentemente. O poder público precisa tomar certas medidas. Também acho salutar a luta contra a invasão do concreto no distrito”. Bruno Trainoti e Victor Padovini disseram que “se deixam um galho cair em cima de um carro com uma família, a prefeitura é irresponsável, assassina. Se podam a árvore também são “assassinos, sem coração” e outros que consideravam um perigo. Alguns como Também uma antiga moradora Jalda Castro Fernandes concorda até com a remoção da árvore , desde que sejam colocadas outras árvores no lugar: “Se a árvore estiver condenada lógico que será preciso tirar e colocar outra árvore no lugar sadia o que não pode deixar sem árvores

No segundo grupo estão os que defendiam a poda e os cuidados com a árvore e sua manutenção no local. E são contra a poda excessiva da árvore. A bisneta de Manecão, a baronense Manuela Pazetti lembrou que a árvore foi plantada pelo pai da sua avó Alayde – o Manuel Antunes Novo ou “Manecão”. “Ela hoje com 86 anos, ao ver o estado que se encontra a árvore está bem triste por conta disso! Infelizmente sabemos que Barão está deixando de ser Barão e isso foi acontecendo aos poucos. E agora está piorando ainda mais. Lamentável!” Ela concorda com a poda de segurança, mas não com o que foi feito.

Outra foi a moradora Marina Lancellotti Lorenzom que disse ser muito triste chegar neste ponto, “Precisamos das árvores para vivermos, porém, além dela estar com fungo, é um lugar de fluxo contínuo de indivíduos. Antes que matasse alguém, eles tomaram uma providência bem coerente”. – disse ela lembrando que no último verão houve várias tragédias em Campinas matando pessoas, inclusive uma criança no Taquaral. E é por isso que a fiscalização da parte de segurança ,engenheiros agrônomos e outros profissionais da área estão mais rigorosos. “Este ano já vi anúncio no jornal de que vai vir muita chuva no próximo verão. Então eles estão arrancando muitas árvores que estão a perigo de causar tragédias” O que é necessário.

Marcela Moreira

Para defensores da árvore Prefeitura errou em não tratar dessa doença ha mais tempo

Por fim há os que condenam totalmente a poda e a retirada da árvore, e culpam a o Vila Flor pela morte da árvore. Esses são geralmente ambientalistas, moradores que passavam todo dia pela árvore e militantes do movimento “Mobiliza Barão” contra a implantação do PIDS e os que consideravam a árvore um “símbolo” até “histórico” de Barão. Esse grupo considera que a árvore era “centenária” ou tinha mais de 100 anos e que o que causou sua decadência foi a construção do condomínio Vila Flor ao lado. Esses também dizem que a poda e os que a defendem são contra a preservação ambiental e a favor da “especulação imobiliária” e da implantação do PIDS. E ainda acusam a Prefeitura de desmatar toda Campinas. É o caso por exemplo da artista Maíra Schiavinatto Massei que considerou a poda uma tristeza: “A árvore era linda e um símbolo de Barão. Está ação foi monstruosa… Só pessoas muito do mal são contra a natureza…” A moradora Claudine Leite Bottesi disse que essa estava longe de ser uma poda de segurança, “... Foi violento demais!  Barão está ficando horrível, sem natureza, letreiros do comércio gigantescos, uns predinhos que parecem pombal. Estética igual a de Osasco, parabéns aos envolvidos ! ” – declarou.

A maioria diz que a Prefeitura poderia estar tratando da árvore ha mais tempo como propôs a empresa Plant Care que o JORNAL DE BARÃO demonstrou em reportagem (veja la embaixo ao final esses argumentos).

CLIQUE AQUI E VEJA UMA DAS MATÉRIAS QUE FIZEMOS:

Prefeitura e empresa dizem que não há indício de envenenamento na figueira – JORNAL DE BARÃO (jornaldebarao.com)

Também moradores como “Raritu Ratz, Larissa Fernanda, Luciana Prazeres e Omar Batarce dizem que a construção dos prédios Vila Flor foi a principal causa do declínio e possivel morte da árvore. A moradora Ana Real Disse exatamente o mesmo : “A figueira começou a definhar assim que começaram as fundações daquele mamarracho horroroso de predinho meia boca que fizeram ao lado. Queriam desde o início corta-la. Mas o povo fez (a)baixo assinado, se impôs…então…. Pra mim jogaram veneno para ela ir morrendo e chegar ao objetivo de sempre … Tirá-la dali. Eu rogo a praga!… Quem o fez vai definhar rapidão igual a ela …. ah vai ….” – declarou.

A militante Ana Paula apresenta uma síntese comum do que esse grupo defende. Diz que a árvore será suprimida porque não irá renascer. Ela lembra que a árvore começou a ficar doente e entrar em decadência após o início das obras do condomínio Vila Flor . “Se por conta das obras ou de algum herbicida potente utilizado antes do início das obras de fato, jamais saberemos já que não seria possível identificar o produto depois de tanto tempo.” Eles defendem que tal doença da árvore poderia ter sido tratada conforme relatório da empresa Plant Care mas que preferiram por essa poda radical para encaminhar sua supressão para facilitar a construção de uma rotatória maior e um novo empreendimento ao lado, também em região de mata ciliar”. Segundo ela , se suprimida a “população de Barão Geraldo” exigirá o plantio de 25 espécies nativas de grande porte (como o jatobá, por exemplo) sendo uma delas no local dessa. “É impressionante o que a especulação imobiliária consegue nessa cidade. A prefeitura deveria fazer a fiscalização das árvores. Não é simplesmente cortar.”

Basicamente, Ana Paula repete a mesma opinião divulgada pelo engenheiro agrônomo José Hamilton Aguirre Jr. e repetida por quase todos os militantes de “esquerda” em Barão: “Nasce um prédio ou uma rotatória, MATAM UMA ÁRVORE. A propaganda (imobiliária) é “venha morar no verde”, mas para isso, destroem todo o verde!” – diz ele, e vários outros desse grupo.

Ele ficou sabendo que existe o projeto da Prefeitura em fazer uma rotatória em torno da figueira e que a “comunidade” exigiu do poder público, da MB Engenharia e do DPJ (Departamento de Parques e Jardins) e da própria Secretaria de Serviços Públicos, a compensação legal do plantio de “pelo menos 25 exemplares de “espécies significativas, principalmente na própria avenida “…com DAP de 5cm e altura de 2,5m”.

Aguirre Jr. evidentemente era contra a remoção da árvore ou da poda como foi feita. Mas acha que da forma como está a árvore não vai sobreviver e seria melhor que fosse extraída. “No local vão Instalar uma rotatória para atender um empreendimento. Mas é necessário plantar no local da antiga figueira, por exemplo, árvores já prontas das espécies sugeridas: Jequitibá rosa, jatobá, peroba rosa, cedro, paineira branca ou rosa. No viário (a avenida) poderiam ser mirindibas rosa, sibipirunas, guarantãs, paus Brasil, ipês roxo, sabão de soldado, sucupira preta, ipês brancos, caroba, alecrins de Campinas, amendoim do campo, sete cascas – Samanea tubulosa, aldrago, angelim doce e cabreúva vermelha.” – escreveu ele.

todas as fotos foram tiradas por Marcela Moreira

Poda foi decidida por medo de acidentes graves

Uma semana antes da poda , em agosto, o diretor do DPJ (Departamento de Parques e Jardins), Luís Cláudio Mollo, anunciou a poda como necessária por segurança. “Na região onde a árvore está, há um grande fluxo de pessoas e veículos. A figueira passará por podas para recuperar a arquitetura da copa; retirada de galhos secos, quebrados e podres e/ou que estejam causando interferências em contato com fiação ou edificações.” – disse Mollo que também é engenheiro agrônomo. Segundo ele, só este ano mais de 50 árvores caíram em cima de carros, casas e até pessoas na cidade. Caídas nas ruas foram mais de 100. E que além do galho que caiu em cima de um carro em outubro do ano passado houve a queda de outro galho.

Por causa do protesto, o engenheiro florestal João Pedro Serrano do DPJ, que assinou o laudo pedindo a poda, fez um vídeo público explicando o porque propôs a poda. Segundo ele, apesar de toda a “beleza cênica e importância histórica para Barão, nós do poder Publico temos que prezar pela segurança da população.” Conforme Serrano a equipe constatou que a figueira da índia está infestada de fungos e que a árvore está “em franco processo de declínio, além de estar com muitos galhos secos em uma área de extremo fluxo de pessoas e veículos.

E com base em todos esses dados “realizamos a poda na época correta com o intuito de oferecer maior segurança pra população e para a restauração do “indivíduo arbóreo” – diz Serrano no vídeo que foi divulgado nas redes sociais e pela comunicação da própria Prefeitura.

A declaração do engenheiro também dividiu a população. Parte acredita na avaliação e concorda na ação por segurança. como Regina Abboud. E outra parte dos moradores disseram que era apenas uma “desculpa pra boi dormir” , que a árvore não estava doente” Que o que foi feito foi uma destruição E que ela não vai sobreviver como disse Marina Llanos, Edineia Dias e outros que consideraram a poda criminosa como Joice Genaro e a militante Ana Paula (acima).

Enfim além desses há muitos outros argumentos contrários e favoráveis.

Resta saber se realmente a árvore irá sobreviver para ver a tal rotatória em torno dela.

(AB)

LAUDO DO ENGENHEIRO FLORESTAL JOÃO PEDRO SERRANO E DA ENGENHEIRA AGRONOMA MARCIA CALAMARI

  • Redação

    O Jornal de Barão e Região foi fundado em janeiro de 1992 em papel E em 13 de maio de 2015 somente on line

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