O prefeito Dário Saadi chamou os reitores da Unicamp e da Puccamp nesta segunda 18/12 para entregarem juntos para a Câmara o Projeto de Lei Complementar (PLC) para a alteração da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo (LPUOS) com as novas regras de zoneamento para a região do PIDS (o Polo de Inovação para o Desenvolvimento Sustentável de Campinas que fica em Barão. Após 12 Oficinas exigidas por uma parte da população e mais de 1.130 sugestões, a Secretaria pouco mudou a proposta: Na área entre a Estancia Eudóxia – até o Bosque das Palmeiras a proposta final reduziu o máximo de andares de 12 para o máximo de 4 pavimentos, mas deixou a proposta original de um máximo de 7 pavimentos para os edifícios que ficarão na Avenida Central (que cortará a área central das fazendas do H.I.D.S. e irá até o CNPEM, e atravessará a área de sitios e o rio Anhumas até o Bosque das Palmeiras , em frente à rua Weimar Morandi). Um detalhe importante é que essa avenida será toda bancada e construída pelos investidores na área. Sendo a Unicamp e Puccamp os principais.
O PLC foi formatado pela Prefeitura após extenso processo de participação da comunidade, de mais de um ano, com reuniões e oficinas para apresentar e discutir a proposta. Por exigência de vários moradores ambientalistas , ele teve que ser debatido com a apresentação da minuta a diversos setores da sociedade, desde novembro de 2022. Após todas as 12 apresentações (com poucas pessoas) toda a proposta foi apresentada em Audiência Pública na Unicamp, em agosto passado, e prossegue, agora, com o envio para análise e decisão da Câmara.
Segundo o novo Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, Marcelo Coluccini , essa pequena verticalização nessa área central do HIDS / PIDS é necessária para favorecer a ocupação mista da região, com a combinação de moradias, comércios, serviços e espaços de lazer, como queriam os principais criadores do HIDS. “A nova legislação vai ser um marco para Campinas e tornará a região mais atrativa para novos investimentos”, destacou Coluccini.
A ocupação prioritária no PIDS prevê construções com fachadas ativas, que promovem a interação com os espaços o público, e usos mistos, unindo moradia, trabalho, comércio e lazer, com ênfase na preservação do meio ambiente. A prioridade é para pedestres, ciclistas e o transporte público, com uma estrutura que limita o tamanho de quadras com mais transposições em menores trechos para os pedestres.
O projeto também cria o Parque Ambiental Anhumas ao longo do Ribeirão Anhumas, que percorre quase toda a região e em alguns trechos será espaço de lazer e em outros de preservação e pesquisa. Para a secretária de Urbanismo, Carolina Baracat Lazinho, é uma proposta “ousada”. “Campinas tem o privilégio de ter com o PIDS um urbanismo de ponta, com planejamento e parâmetros urbanísticos voltados para a qualidade de vida”, afirmou.
Os secretários municipais de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação, Adriana Flosi; de Finanças, Aurílio Caiado, e de Justiça, Peter Panutto, também prestigiaram a assinatura do projeto de lei. Flosi frisou que a construção de um ecossistema de inovação para o território do PIDS teve em seu processo a participação de universidades, centros de pesquisa e empresas de tecnologia, fundamental para o resultado positivo.
“É um momento histórico e muito importante, que nasceu como um desafio, e o resultado é fruto de uma construção democrática”, declarou o prefeito, lembrando a colaboração da população, das universidades e institutos de pesquisa no desenvolvimento da proposta.
Campinas para o futuro
Os reitores da Unicamp, Antônio José de Almeida Meirelles, e o da PUC-Camp, Germano Rigacci Júnior, participaram da cerimônia de assinatura do PLC. Para eles, a medida é fundamental para a construção de uma cidade para o futuro.
“A legislação dá segurança jurídica para ordenação do território e referências urbanísticas para a construção de um ecossistema centrado no conhecimento, que recupera a identidade de Campinas como referência nacional em inovação. É o renascimento da cidade como geradora de inovação”, afirmou o reitor da PUC-Campinas.
Para o reitor da Unicamp, o Polo de Inovação cria um caminho novo e positivo para Campinas, a região, o estado e o país. “Muito mais do que um projeto de urbanismo, o PIDS coloca a cidade toda em uma perspectiva inovadora, com foco na ciência, geração de conhecimento, desenvolvimento tecnológico e inovação”, disse Meirelles, lembrando que, além da viabilidade econômica, o projeto irá preservar o meio ambiente e privilegiar a inclusão da população, com mais qualidade de vida.
O diretor-geral do CNPEN (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais ), Antonio José Roque da Silva, e o presidente da Fundação Fórum Campinas Inovadora, Eduardo Gurgel do Amaral, que reúne 22 Instituições do setor acadêmico, governamental e empresarial, também participaram da cerimônia, ao lado de representantes de várias entidades.
O presidente da Câmara Municipal, Luiz Carlos Rossini, adiantou que o Legislativo encaminhará o projeto com o cuidado que merece e respeitando os ritos de análise dos vereadores e de discussão com a população, em nova Audiência Pública, antes da votação. “O projeto do Polo de Inovação para o Desenvolvimento Sustentável inaugura um novo ciclo de desenvolvimento para Campinas”, afirmou. Para ele, o PIDS deve marcar a história dos 250 anos da cidade. O vereador Higor Diego também prestigiou o evento.
(NINGUÉM – E CLARO – LEMBROU DOS 70 ANOS DE BARÃO , CADA VEZ MAIS EM DESAPARECIMENTO)
Exercício democrático
O processo de participação da comunidade na discussão do novo zoneamento para a área do PIDS começou em novembro de 2022, quando houve reuniões com os vereadores na Câmara Municipal; com membros do conselho do HUB Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS), que reúne várias entidades, e os proprietários de áreas na região que engloba o polo, no auditório da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati); com os conselhos municipais (CMDU, Condepacc, CPLE, Condema), em reunião no Salão Vermelho do paço; e um primeiro encontro geral com os moradores do Distrito de Barão Geraldo, no Salão da Igreja Santa Izabel.
A proposta inicial (minuta do PLC) sobre a mudança do zoneamento do PIDS também ficou aberta para consulta pública para receber contribuições da sociedade de novembro de 2022 a janeiro de 2023, inicialmente, pelo site da Prefeitura. Prazo que foi ampliado posteriormente.
Foram realizadas três reuniões gerais com comunidade, criação de comissão de moradores, 12 oficinas regionais (seis em março e seis em maio) e Audiência Pública (em agosto) sobre a minuta do projeto. Todo esse processo de discussão com a comunidade e ampla participação popular resultou no PLC encaminhado agora para a Câmara, onde passará por nova discussão, audiência pública e mudanças apresentadas pelos vereadores antes de ir ao plenário para votação.
Nota Editorial.
Essa é a SEGUNDA VEZ que a Unicamp se expande em Barão Geraldo . A primeira foi quando da compra (por desapropriação) das partes da Fazenda Santa Genebra para construção do Hospital de Clinicas, Faculdade de Medicina e outras instituições integradas (anos 1970) e também das áreas superiores do Instituto de Economia , SVC, Engenharia Civil e CCUEC (anos 1970) que não estavam na área original “comprada” por CR$ 1,00 de Almeida Prado em 1966. E a única coisa que fez foi trazer a inflação imobiliária (vendida única e exclusivamente com a promessa de viverem em áreas de preservação ecológica, sem urbanização, com pouquissima ocupação e longe das cidades grandes.) E desprezando completamente a História e a luta dos antigos moradores de Barão Geraldo pelo “progresso” local. (que participaram inclusive da luta pela Unicamp).
Nessa SEGUNDA EXPANSÃO – ampliando-se politicamente para além da Fazenda Argentina com o H.I.D.S.- a Unicamp ampliou também o desprezo por Barão Geraldo. Em NENHUM MOMENTO integrou as áreas Históricas de Barão ao HIDS (o sobrado construído em 1870 e a mata Santa Genebrinha que FAZEM PARTE DO MESMO ECOSISTEMA E PRECISAM SER PRESERVADAS). Também nem pensou numa forma de preservar a Fazenda Rio das Pedras para possibilitar a construção de Corredores Ecológicos entre a Mata S. Genebra (que absurdamente tambem ficou de fora do HIDS) e a A.P.A. Campinas e também ao longo do rio Anhumas até a Mata do QUilombo também tombada e integrar também a Rhodia nesse Polo. No passado antes da Unicamp, todo esse território fazia parte de Barão Geraldo, devido à centralidade da ferrovia que criou a região norte da Região Metropolitana de Campinas. por isso a necessidade URGENTE da preservação da nossa ESTAÇÂO que vai fazer 100 anos em 2026, mas fica “fora do HIDS e do PIDS” ! Enfim É MUITO TRISTE e infeliz que Unicamp, Puccamp e Prefeitura esqueçam da luta tanto de moradores antigos pelo “progresso” (através da luta pela criação do Distrito e depois de Município) , Mas TAMBÉM da luta dos moradores que vieram para Barão POR CAUSA DA UNICAMP , em busca de qualidade de vida e preservação ambiental que lhes foram vendidas! E que também trouxeram um NOVO entendimento e conceito de “progresso”, “qualidade de vida” e a urgência da sustentabilidade e preservação dos espaços das diferentes faunas que aqui viviam e provavelmente também irão desaparecer. (E nem temos mais a taxidermia de Max Wünsche.) Com tanta gente mais, É URGENTE a criação de mais Parques, Mais Unidades de Saude 24h, mais escolas todas públicas, obviamente, e um bom planejamento futurista disso tudo.
QUem sabe , no futuro, quando não estivermos mais aqui, Inteligências Artificiais reconstruam toda essa fauna de forma biotrônica – imitando fisicamente o que resta dos espécimes naturais de hoje, porém controlados em sua atividades por essa I.A. E também gigantescos painéis de ultra densidade virtual das matas, caminhos e vida campestre e silvestre que aqui ja existiu no tempo dos antigos baronenses. Talvez num novo Supercomputador da Unicamp… lá pra 2116 em seus 150 anos….