por Carlos Alexandre Silva
No dia 15 de fevereiro tivemos um importante avanço anunciado em um “pacote de ações para enfrentar os impactos das mudanças climáticas, em Campinas e respectivo Plano de Ação.
A reestruturação da SMVDS – Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável com a evolução de atribuições para SECLIMAS – Secretaria do Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade, consolida o trabalho de anos que vem sendo aplicado em um planejamento estratégico para a efetiva implementação das medidas para uma Política Municipal de Enfrentamento dos Impactos da Mudança do Clima que foram amplamente debatidos na revisão do Plano Diretor Estratégico de Campinas através da internalização dos Planos do Verde, Plano de Educação Ambiental, Plano de Recursos Hídricos, Plano de Saneamento, o PSA – Pagamento por Serviços Ambientais, e posteriormente o Plano de Manejo da APA Sousas e Joaquim Egídio, todos com oficinas específicas que Coordenei quando Presidente do COMDEMA, pois o CONSELHO de Meio Ambiente de Campinas foi protagonista importante nesta construção de forma participativa e deliberativa com foco justamente de se atingir este objetivo que vemos agora como resultado no anúncio da Prefeitura Municipal de Campinas com a Constituição da SECLIMA e o Comitê sobre o tema, instrumentalizado por um portal com as principais fontes de emissão de CO2.
Considerando o desafio para o Departamento de Descarbonização, Finanças Verdes e Novas Economias da Secretaria Nacional de Mudanças Climáticas com a Pauta da descarbonização da indústria e como responsável por políticas de preparação e fomento do setor produtivo para a transição energética e para uma economia de baixo carbono e ainda de suas atribuições na implementação de mecanismos econômicos e financeiros que viabilizem o processo de transição energética e de produção de baixo carbono, a evolução da SMVDS para SECLIMA é relevante atendimento as mudanças legais e infra legais que darão o tom e ritmo para Campinas se adequar a um mercado mundial recentemente regulado no Brasil, certamente ampliando a efetiva Justiça Climática no escopo das diretrizes para as regulações infra legais e maior segurança jurídica para todos.
Como especialista em Arquitetura, Cidades e Sustentabilidade vejo um sofismo nas críticas apontadas a este importante avanço, ora justamente esta mudança que traduz os veementes pedidos em aprimoramento na gestão ambiental da cidade que fazemos diariamente no COMDEMA!
Sabemos que há hiatos a serem resolvidos e com este instrumento termos amplitude para a evolução das políticas ambientais com qualidade e confiáveis.
A “Urbi et Orbi”
Traduzindo a “Urbi et Orbi” ” A Cidade e ao Mundo; a todo o Universo”, vejo o DNA da Sustentabilidade como principal qualificação que me conduz neste processo de construção para uma estratégia adaptativa de programação criativa do SDG/ESG no palco das políticas públicas, e que está referendada como Eixo Fundamental da próxima Conferência Nacional das Cidades, anunciada pelo Governo Federal.
Principalmente para o desafio de desenvolver um modelo inovador disruptivo ideal que atenda os requisitos e diretrizes da Agenda 2030 e dos 17 ODS, como parâmetros essenciais de metas tangíveis da Gestão Pública.
Em 2012 em uma oportunidade acadêmica, ampliei minhas qualificações no universo da sustentabilidade que sempre foi minha vocação, com a Pós- Graduação Arquitetura Cidades e Sustentabilidade da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Belas Artes de SP.
Oriundo da Graduação em Gestão Ambiental na FEA- Faculdade de Engenharia e Arquitetura CEUNSP, e Ambientalista atuante em Conselhos Municipal e Estadual de Políticas Públicas de Meio Ambiente, percebi que a solução para o imperativo no impacto positivo Ambiental estava nas cidades. Ecourbanismo, Ecoarquitetura, Biomimetismo Tecnológico, Inovação, Ecologia, Biologia, o Direito Ambiental e Litigância Ambiental passaram a ser a fonte para respostas que atendam com total segurança a neutralização de riscos de um empreendimento.
Escolho estar sempre em projetos que focam na solução urbana, onde as cidades são sem dúvidas o melhor antídoto aos impactos das grandes populações.
Exemplo excepcional é Estocolmo na Suécia, além do Distrito Ecológico de Hammarby Sjöstad, a Atrium Ljungberg divulgou recentemente, o Stockholm Wood City, o maior empreendimento urbano em madeira do mundo.
A construção está prevista para iniciar em 2025 e os primeiros edifícios devem ser concluídos em 2027. Com impressionantes 250 mil metros quadrados, o projeto estabelece um exemplo sustentável para o mercado imobiliário, o que é essencial já que o ambiente construído contribui com 40% das emissões mundiais de CO₂, um ponto de virada na arquitetura e planejamento urbano sustentável. Situada em Sickla, ao sul, este bairro inovador oferecerá mais de duas mil residências e sete mil espaços comerciais.
Ao mesclar espaços de trabalho, residências, comunidades, estabelecimentos gastronômicos e espaços de varejo, o objetivo é criar um ambiente urbano concêntrico.
Além do impacto positivo para o local ou a sociedade, como um todo, define as ações sustentáveis ESG como um fator econômico.
Temos acompanhado a valorização em todo o mercado dos princípios ESG, sigla em inglês que abrangência as iniciativas voltadas ao meio ambiente, social e governança. Debatemos margens e riscos, a tendência é que qualquer movimento de empresas e investidores tenha esses princípios como base.
Negócios focados nas questões ambientais, obtém financiamentos e vantagens no mercado.
Essa percepção do mercado, ocorre também nos investimentos destinados às cidades e, com iniciativas que visam a redução de poluentes e maior eficiência energética de seus ativos, que vão atrair um maior número de aportes por parte das empresas.
Como especialista tenho total convicção, assim como toda a maioria dos especialistas e Doutores da UNICAMP e PUCC Campinas de que o PIDS é uma grande oportunidade para implementação do ecourbanismo, para estabelecermos o modelo de Distrito Sustentável para Barão Geraldo.
O Governo Federal, Estadual defendem e tem programas de investimentos importantes para o Pólo Tecnológico neste projeto.
O ZEE – Zoneamento Ecológico Econômico previsto no PDUI Plano se Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana de Campinas e o Ministério do Meio Ambiente estruturam várias diretrizes que estarão sendo consideradas para o Projeto Executivo.
É fundamental que o projeto adote modelos da Agenda Urbana ONU-HABITAT já comprovados em eficiência como em Bogotá na Colômbia, Nairóbi Africa, entre outros países e continentes. organizam as ideias da Nova Agenda Urbana de forma simplificada, contribuindo com uma maior autonomia de compreensão do conteúdo e seus potenciais de implementação.
No primeiro capítulo, Dimensões Principais, o leitor encontrará os temas de sustentabilidade que estruturam o documento.
Divididas em quatro seções (Sustentabilidade Social, Econômica, Ambiental e Espacial), as Dimensões Principais ilustram e especificam a forma como os diferentes tópicos de sustentabilidade devem ser incorporados no planejamento, a fim de construir cidades resilientes e inclusivas.
a implementação da agenda, criando uma compreensão mais fluida para diferentes atores.
Ela analisa as propostas da Nova Agenda Urbana, conectando-as aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Seu conteúdo é subdividido em três capítulos:
1) Dimensões Principais,
2) Meios de Implementação e
3) Governança, Monitoramento e Relatoria.
Barão Geraldo tem oportunidade de se estabelecer como um referência mundial agregando Tecnologia de alta performance e modelo de Distrito Ecológico Resiliente, acelerando a economia local com preservação, oferecendo garantia de valorização local, com comércio rico baseado no Turismo Ecológico e Tecnológico.
Especificamente falando sobre o cenário brasileiro, a projeção de US$ 20 bilhões até 2030 sinaliza uma notável expansão no mercado de carbono.
A alta demanda por créditos, tanto por empresas nacionais quanto internacionais, indica um campo propício para o desenvolvimento de projetos ambientais no país, que podem gerar créditos de carbono para serem negociados nesse mercado em expansão.
Em um mundo cada vez mais focado em sustentabilidade e em atender a metas climáticas rigorosas, o mercado de créditos de carbono emerge como um instrumento financeiro e ambiental chave, criando um sistema que recompensa a redução de emissões e incentiva o financiamento de projetos sustentáveis.
O PIDS tem grande potencial no mercado de créditos de carbono, ao possibilitar um mecanismo compensatório para as emissões de GEE, integra estratégias econômicas e ambientais, propiciando um caminho que alia desenvolvimento econômico com a preservação ambiental, sendo, portanto, uma das vias para a construção de um futuro mais sustentável.
Enfim, a SECLIMA vem justamente nos amparar como o Departamento de mais alta performance na garantia para o Desenvolvimento Sustentável de Campinas, e quero ter a bondade e inteligência intelectual de reconhecer um avanço importante diante de nossos desafios constantes para alcançarmos um modelo melhor e ideal de Cidade para Campinas.
Carlos Alexandre Sìllva
Presidente da FECONDEMA- FEDERAÇÃO NACIONAL DE CONSELHOS DE MEIO AMBIENTE
– Vice Presidente da APA CAMPO GRANDE
Diretor de Sustentabilidade da Habicamp
Membro do HUB PACTO GLOBAL DA ONU