Dizem que nenhuma força supera a força da natureza, mas acredito que, como tudo, aos poucos ela vai também deixando de tentar!
Tenho 58 anos de idade, e já vi muita coisa mudar em nossos bairros. Coisas boas e outras nem tanto. Meu assusto hoje em dia em não conhecer mais tanto as pessoas dos “bom dia“, “como vai?” e por aí afora. Mas esse é assunto para outro dia.
Antigamente, onde hoje fica o Convento das Carmelitas, na época das chuvas tudo virava um grande brejo. Ali também existiam nascentes de águas limpas e potáveis, pouquíssimas construções pelo bairro todo, pipocavam comércios, restaurantes enfim a modernidade, tudo tomava o espaço plácido e fértil.
Voltando às nascentes de água e o brejo, isso alimentava uma lagoa, um córrego que partia do Carmelo e circundava a parte baixa do centro de Barão Geraldo, corta a Av. Santa Izabel, passa serpenteando entre a Vila Santa Isabel e Vila São João chega na fazenda e segue seu curso. O brejo não mais existe, as nascentes secaram, a lagoa foi assoreada assim como o córrego. Hoje o que resta agonizante é um fio de água que muitas vezes e quase sempre exala um cheiro de podridão, cheiro de morte, morte da natureza. As vezes eu paro na avenida e fico olhando aquele fio de água brigando, tentando , sobrevivendo!
Barão Geraldo cresceu muito, mas algumas práticas ainda permanecem. Chegou a proporcionar tal qual o Coronelismo: quem tem manda! quem conhece consegue! Esse também é outro tema para outra oportunidade, Mas, como consequência muitos e muitos projetos necessários foram “engavetados”. Infelizmente ainda se pratica apenas a “maquiagem” onde se vê.
A mais ou menos um mês, um desses projetos foi reavivado graças a competência do nosso atual subprefeito e com o apoio de um vereador, o projeto a qual me refiro foi a pavimentação e término da rua Agostinho Páttaro.
Particularmente eu gostei muito da efetivação dessa obra, me sinto mais seguro, sem falar na facilitação de acesso.
Como toda mudança não agradou a todos mas essa obra foi feita seguindo as normas pré-estabelecidas em todas as esferas. Temos alguns exemplos de iniciativas pessoais aqui no bairro de melhoras fantásticas: Praça do côco, o antigo bicicross (praça Durval Páttaro) entre outros, onde pessoas fizeram a diferença e não órgãos públicos.
Algumas obras não estão em nossas mãos por mais que queiramos. Mas com relação a essa área verde que está morrendo aos poucos acho que chegou a hora de algum representante do povo se inteirar e lançar um projeto de revitalização de tudo isso, limpeza das margens do córrego , desassoreamento da lagoa, cercar tudo, quem sabe transformar em uma grande área de caminhada com trilhas, afinal estamos falando de uma APP (área de preservação permanente) já que o homem estuprou tanto a natureza, nada mais justo que ele mesmo a cure!
Hoje em dia fala-se tanto em cuidar da natureza, cuidado com meio ambiente, preservação, tenho certeza de que varias empresas se uniriam para isso, afinal queira ou não isso também é uma grande forma de se promover. Eu realmente não sei se já existe esse projeto, se já está em andamento, só estou me manifestando como morador e defensor do bairro. Para quem não conhece a fundo Barão Geraldo, ele não é apenas Unicamp, ou um point de bares. O que nos fez tão grande é a riqueza da qualidade de vida. Tenhamos pressa sim, pois num piscar de olhos a “nuvem da gafanhoto” acaba com tudo e parte em busca de outras moradas. E depois restará apenas a lembrança.