Um convênio para acordo de cooperação acadêmica para troca de conhecimentos entre a Unicamp e a Polícia Militar do Estado de São Paulo começou a ser discutido dia 23/2 durante o Simpósio “Construindo a Segurança – Reflexões e Colaborações Institucionais”, realizado pela SVC (Secretaria de Vivência do Campus) da Unicamp realizado no auditório do novo hospital IOU.
A ideia é que a Unicamp possa contribuir com a formação dos policiais bombeiros em áreas essenciais para a corporação, como engenharia, geologia, materiais, meio-ambiente etc. Na contrapartida, os PMs poderão compartilhar com a Universidade conhecimentos técnicos específicos acumulados ao longo dos anos.
“É um convênio de mão dupla. Poderemos passar a eles o conhecimento que a Universidade já acumulou sobre determinado assunto e que poderá ser importante para o trabalho deles. O inverso também ocorre”, explica a coordenadora da SVC professora Susana Durão.
Segundo ela, as instituições poderão trabalhar em conjunto em programas específicos, como testes de materiais mais resistentes ao fogo. “A Universidade poderá, por exemplo, desenvolver pesquisas em roupas ou materiais resistentes e realizar testes nas escolas de bombeiros”, continua Durão.
Ela lembrou que a Unicamp conta com grandes especialistas em engenharia — de materiais, na agricultura e outras — ou ainda nas Ciências Sociais. Pois para ela, que é pesquisadora especialista na área de segurança pública, as Ciências Sociais precisam cada vez mais entender as dinâmicas da segurança no Brasil.
Susana Durão garante que o acordo não está relacionado ao patrulhamento. “Não tem nada a ver com isso. Ficou mais que esclarecido que a segurança patrimonial e a segurança da nossa comunidade acadêmica são feitas pela SVC. Nosso modelo está estabilizado, e não há mais como mudar isso”, garante.
Melhora nos processos
O “Comando dos Bombeiros Interior 1” abrange 168 municípios, conta com mais de 1.500 bombeiros e presta serviço a uma população de aproximadamente 10,5 milhões de habitantes.
“É um campo em que tanto o Corpo de Bombeiros quanto a Unicamp podem usar uma massa de informações, para fins de pesquisas e estudos acadêmicos”, diz o tenente-coronel Eglis Roberto Chiachinini, comandante dos Bombeiros em Campinas.
Para ele, o acordo poderá melhorar os processos em áreas de logística, no conhecimento em procedimentos de primeiros socorros e resgates e em áreas como geologia. “Portanto, há um campo vasto para estudos preditivos, que vão trabalhar tanto na prevenção, quanto no atendimento às emergências”, acrescenta ele.
O tenente-coronel Ênio Antônio de Almeida, da Polícia Ambiental, avalia que o convênio é fundamental. “Toda a tecnologia, a forma de pensar e a maneira de enfrentarmos a questão da preservação ambiental, da sustentabilidade. O convênio nos ajudará, e muito, para que façamos nosso trabalho”, disse ele.
FOTOS DE FELIPE BEZERRA
Relação sendo construída
A abertura do simpósio contou com a participação do reitor da Unicamp, Antônio José de Almeida Meirelles. Ele lembrou que o acordo é resultado de uma relação que vem sendo construída ao longo dos últimos anos.
Citou, por exemplo, um projeto já consolidado de construção de uma sede do Corpo de Bombeiros em área do campus de Barão Geraldo. Além disso, afirmou que espera contar com a Polícia Ambiental no projeto de implantação do HIDS (Hub Internacional de Desenvolvimento Sustentável), também em área da Unicamp.
“Este é um vínculo que começou no início da nossa gestão, mas que queremos aprofundar. Tomara que isso seja uma pedra que fundamente uma relação de longo prazo e que se propague pela Universidade”, disse o reitor.
Construindo a Segurança
O Simpósio “Construindo a Segurança – Reflexões e Colaborações Institucionais” contou com mesas redondas e palestras e reuniu autoridades do setor de segurança do estado e membros de entidades civis.
Houve discussão sobre temas como Polícia Comunitária, perspectivas de Segurança Pública integrada na macrorregião de Campinas e a relação entre segurança e sociedade.
Especialistas discutiram ainda os Conselhos de Segurança como ferramenta de inteligência policial e as missões do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil.
Testagem de covid
Durante a realização do Simpósio, a Frente de Ações Sociais da Força- Tarefa Unicamp contra a Covid-19 instalou um posto de atendimento para a prestação de uma série de serviços.
O grupo realizou testes de antígeno para a verificação da ocorrência da covid-19 ainda na forma ativa. Além disso, promoveu uma pesquisa sobre a situação vacinal entre os presentes. As pessoas com 18 anos ou mais que não estivessem com as quatro doses da vacina foram orientadas a procurar um posto para agendamento das doses faltantes. Além disso, a Frente fez a aferição de pressão arterial e mediu os níveis de glicemia dos participantes.
O enfermeiro Adilton Dorival Leite diz que a Frente atua desde o início da pandemia. “A Frente de Ações Sociais praticamente rodou o estado de São Paulo. Foi na Baixada Santista, em todas as zonas do município de São Paulo e esteve em vários municípios da RMC (Região Metropolitana de Campinas). Além disso, realizou inúmeras ações na periferia de Campinas”, conta.
De acordo com Leite, o relatório de 2022 mostrou que foram realizados mais de 10 mil testes RT PCR e outros 5 mil testes de antígeno. Inicialmente, eram realizados testes de PCR. Desde 2022, no entanto, o grupo passou a usar o teste rápido de antígeno. No ano passado, a situação vacinal também foi incluída na ação. Nas últimas ações, já no segundo semestre do último ano, foram incluídos o teste de glicemia e a avaliação da pressão arterial. “Ficou uma ação de saúde mais robusta”, concluiu ele.