O prefeito de Paulínia, Du Cazellato, durante coletiva de imprensa realizada na terça-feira (8), confirmou que o déficit da Prefeitura mais que dobrou durante os nove meses de gestão de Antônio Ferrari (DC), o Loira, que esteve à frente da cidade desde janeiro deste ano.
Segundo Cazellato, o valor saltou de cerca de R$ 24 milhões para mais de R$ 56 milhões. Em breve o montante exato deve ser calculado, quando um levantamento que está sendo realizado pela nova equipe de governo for finalizado. Um panorama parcial do atual cenário econômico e alguns problemas em vários setores do município também foram comentados durante a coletiva de imprensa em seu gabinete.
O prefeito afirmou que o caixa está praticamente zerado. No momento, a Administração dispõe de mais ou menos R$ 6 milhões. Leonardo Ballone, novo chefe de gabinete, enfatizou que não será fácil honrar os compromissos firmados.
“A arrecadação provavelmente não vai ser suficiente para liquidar”, disse. De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura, a estimativa mais recente aponta que o orçamento de 2019 deve totalizar R$ 1,437 bilhão. Ballone disse ainda que é necessário um estudo mais aprofundado para identificar onde é possível economizar.
Du Cazellato afirmou que pretende promover uma reforma administrativa na máquina pública, reduzindo o número de secretarias de 21 para 16. “Ainda estamos estudando”, disse, sem especificar um prazo para que isso seja concretizado. Segundo Cazellato, a nova equipe de governo, é formada por “técnicos” em suas áreas. E, como prometido previamente por ele, em sua maioria profissionais da própria Paulínia. Além de Ballone para a chefia de gabinete, foram anunciados Meire Muller (Educação), Guilherme Mello Graça (Negócios Jurídicos), Marcelo Mello (Obras e Serviços Públicos), Marco Antônio Pires Ward (Planejamento), Rita Coelho (Promoção Social), José Guimarães (Recursos Humanos) e Fábio Luiz Alves (Saúde).
Entre os dados a serem verificados, o chefe de gabinete disse que as horas extras realizadas recentemente precisarão ser comprovadas. Nos dois últimos meses do governo Loira, esses gastos totalizaram em torno de R$ 3 milhões. O valor foi parcelado em três vezes. A média no mandato interino de Cazellato, recorda, era R$ 700 mil. “Observamos que muitos servidores registraram o máximo de horas extras permitidos por lei, o que nos causa estranheza, parece mais gratificação”, comentou.
Loira
Em nota, Loira informou repudiar veementemente as declarações. Durante seu governo interino, garantiu ter efetuado o pagamento de diversos contratos que estavam atrasados, entre eles o da reforma da ponte da Rhodia. Sobre o pagamento de horas extras para os funcionários de carreira nos últimos meses, o presidente da Câmara disse que tudo foi feito de maneira legal e moral, pois cada valor pago era de direito dos servidores que tanto fazem pela cidade e população, e que é leviano usar de politicagem usando a categoria para prejudicá-lo.
(do jornal de Paulinia)