(foto 2017 Robson Sampaio)
E hoje é a vez do Bloco Cupinzeiro que a partir das 16 h sai na rua José Martins (da Praça do Côco) e dá uma volta na Vila Agostinho Páttaro e retorna para a praça, já no fim, por volta da meia noite. Completando 15 anos, o Cupinzeiro neste ano, traz um belíssimo samba de Edu de Maria com o tema “Rios limpos, povo livre“, “evocando o olhar de proteção e gratidão ao fluxo das águas que garante a riqueza da vida” – como o Cupinzeiro diz em sua página. E a homenagem é também aos “Guardiões dos rios”: os índios. E especificamente os Kariri-Xocó representando todos.
“Nossa apresentação será uma homenagem aos rios como uma constante corrente de vida e compaixão e também aos povos originários da terra, seus guardiões” – disse a cantora Anabela Leandro.
Além disso, o Cupinzeiro está fazendo 15 anos e como nos anos anteriores lançou uma campanha de financiamento do desfile livre e coletivo pelo CATARSE. E já atingiu mais de 90% da meta que encerra dia 13. E solicita o apoio de todos pelo site https://www.catarse.me/bloco_do_cupinzeiro_carnaval_2018_1afc?ref=project_link
“Não é o governo e nenhuma grande empresa quem irá garantir o nosso direito à cultura popular, somos nós mesmos! Por isso pedimos a todos que apoie nosso projeto, colabore, e venha brincar o carnaval no fluxo da águas do Cupinzeiro!” – disse Anabela.
Vejam a belíssima poesia do samba do Cupinzeiro composta por Edu de Maria:
“Corre em chão Kariri
Águas de Opará Leito de estrelas, vou seguir
Força pra retomar Irrompe na correnteza
Braços de quilombolas
Brota a pureza, Rio Mar
Força pra Salubá
Guardião do rio sou eu Kariri Xocó
cantou na mata Guardião do rio sou eu
Tambor quilombola também fala
Com doce encanto Faz carícia em pedra em rocha
Corre seu pranto Nasce em mina de Odoiá
Traz seu espelho Guarda o céu no seu remanso
Faz um balanço Quando o vento vem brincar
Desce corrente Leva a dor, desfaz quebranto
Acende a prata Quando a lua vem brilhar
Faz acalanto Lava a alma agrada a terra
Desce da serra Faz a vida festejar
Navega o coração dos homens Nutre a terra do sertão,
Mais que fronteira Opará é compaixão
Mais que fronteira todo rio é união
Agua corrente é puro amor
Caminho aberto corre solto soberano
Quem nasce rio um dia morre oceano
Do oceano vai nascer de novo o amor
Opará me acolhe em suas águas
Opará oferece mansidão
Rio mar me guia na jornada
Velho Chico transborda o coração
foto do Nucleo Cupinzeiro Vila Santa Isabel