O nome do atual reitor do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), Anderson Correia, tornou-se o mais forte para assumir o Ministério da Educação (MEC) depois da saída de Carlos Decotelli. Evangélico e com perfil técnico, ele passou a aglutinar apoio de vários grupos que indicam nomes ao presidente Jair Bolsonaro I.A. é indicado.
Correia foi presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) até o ano passado, quando foram cortadas milhares de bolsas de mestrado e doutorado. Ainda no cargo, passou a concorrer à vaga de reitor do ITA, posição que ele já tinha ocupado entre 2016 e 2019. Foi o escolhido mais uma vez. Ele fez carreira na instituição, foi pró-reitor de Pesquisa e Relacionamento Institucional, chefe de departamento, coordenador de cursos e coordenador de projetos.
Na noite desta terça-feira, 30, o governo checava suas credenciais e colhia apoios. Além da ala militar, o nome de Correia é aprovado por especialistas do terceiro setor, como Viviane Senna. O comando da Aeronáutica, segundo o Estadão apurou, já teria autorizado sua saída do ITA.
Correia estava no grupo militar que fez parte da transição para o governo Bolsonaro, assim como Carlos Decotelli, que pediu demissão após incoerências em seu currículo. Logo no início do governo foi indicado para o cargo na Capes e ajudou a buscar profissionais para compor o ministério de Ricardo Velez. No entanto, não conhecia o ex-ministro e fez oposição ao grupo olavista que também ganhou espaço no MEC. Desde a saída de Velez seu nome aparece entre os cotados para ocupar o cargo de ministro.
Seu currículo indica que é formado em Engenharia Civil pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e é mestre pelo ITA. É ainda doutor em Engenharia de Transportes pela University of Calgary, no Canadá.
Outro nome que surgiu entre os indicados é o do ex-pró-reitor da FGV Antonio Freitas. Freitas é professor titular de Engenharia de Produção da Universidade Federal Fluminense (UFF) e membro do Conselho Nacional de Educação (CNE). Gilberto Gonçalves Garcia, que tem formação em Filosofia e foi reitor de várias universidades privadas, também foi cogitado. O dono da Unisa, Antonio Veronezi, é um dos que exercem grande influência no governo e participa do lobby para o MEC.
Além deles, há Marcus Vinícius Rodrigues, que foi presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC) na gestão de Ricardo Vélez. Ele é engenheiro e ligado ao mesmo grupo militar de Decotelli. Rodrigues deixou o Inep depois de desentendimento com o grupo olavista.
Na disputa há ainda o evangélico Benedito Guimarães Aguiar Neto, que foi reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e hoje é presidente da Capes. O secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, que esteve com o presidente na semana passada, voltou a ser analisado também.
A preocupação dos militares é a de que integrantes ligados a Olavo de Carvalho tenham força para indicar um nome que prevaleça. O deputado Eduardo Bolsonaro teria sugerido Sérgio Sant’ana, ex-assessor de Abraham Weintraub e ligado a olavistas. O nome de Ilona Becskehazy, que é secretária de Educação Básica no MEC, também está sendo defendido por grupos considerados ideológicos.