HOJE 22 de setembro É SUA MISSA DE 7º DIA NA IGREJA SÃO JUDAS TADEU O jogador José Cassiano Rodolfo dos Santos Zaine, do time Resenha dos Parça (time que lidera a Copa Barão e é 2º colocado no Amador de Paulínia) faleceu no HMP (Hospital Municipal de Paulínia sexta passada,14, após ser atropelado por um ônibus da empresa SANCETUR placa KOA-4561, prefixo 11265 na Estrada Municipal Ivo Macris, que liga o João Aranha a Americana
Cassiano trabalhava no Pesqueiro do Marcos, seu padrinho, que fica nessa estrada e morava no João Aranha onde ia trabalhar de bicicleta. Na última terça-feira (11), por volta das 20h, ele saiu do trabalho de bicicleta e na estrada foi atropelado (veja fotos abaixo da bicicleta e do ônibus) pelo onibus acima descrito.
Conforme informações de amigos e familiares pelo Face, Cassiano foi atingido pelo ônibus no trecho que fica entre os pesqueiros Escama de Prata e do Marcão. A bicicleta ficou destruída. Cassiano foi levado ainda com vida para o HMP (Hospital Municipal de Paulinia) Ver. Antônio Navarro.)
Segundo informações do jornal Paulinia 24h “foi um acidente grave, com fratura complexa de bacia, rotura de baço (esplenectomia), lesão de períneo, grande sangramento. Chegou em estado muito grave, foi operado na terça-feira a noite”. 3 dias depois , na sexta passada (14) morreu por volta das 6h . HOJE 22 de setembro É SUA MISSA DE 7º DIA NA IGREJA SÃO JUDAS TADEU VEJA SUA BIOGRAFIA ABAIXO
A morte de Cassiano Zaine causou comoção e revolta dos amigos , parentes e colegas do Resenha durante todo o final de semana passado. Amigos, irmãs e colegas discutiram as causas do acidente , o estado e atuação do motorista a empresa e destacaram a situação do veículo. Segundo eles, o motorista da Sancetur alegou que estava tudo escuro na estrada e ele foi desviar de um buraco e não viu Cassiano. Para eles foi homicidio culposo (sem intenção de matar).
Seu amigo Nilton Cesar Lobo reclamou que o motorista da Sancetur “ainda teve coragem de dizer que nosso amigo estava meio da rua” e ressaltou que a Sancetur também transporta diariamente crianças e adolescentes para escolas além de estarem com documentos vencidos
Silvana Ferreira ficou revoltada com o “imenso buraco” na pista e disse que no outro dia pela manhã os moradores tamparam o buraco com cimento!! “Falta de respeito !! O povo não tem nenhum valor mesmo só em época de eleição!!
Mas o principal que a maioria reclamou foi que o ônibus – que é escolar – estava com a documentação vencida desde de 2015 “Cadê a fiscalização da nossa cidade sei que nada pode trazer a vida dele de volta mais a empresa tem que ser responsabilizada e punida! Isso é inaceitável.” disse Adriano Lima.
Segundo informou a mãe de Cassiano, Rosane Aparecida dos Santos, a Sancetur resolveu oferecer cestas básicas e lamentar o acidente. “Ora eu nunca precisei de cesta básica, e a questão não é essa Mas os direitos de meu filho , que teve uma vida interrompida ainda muito jovem” Por isso ela ja entrou na justiça para garantir os direitos dele. Para a família, a morte de Cassiano foi evidente um homicídio “culposo ” .
ÕNIBUS ESTAVA COM DOCUMENTAÇÃO VENCIDA E TRANSPORTAVA CRIANÇAS
Ontem, (20) o delegado de Cosmópolis, Fernando Periolo, que está investigando o caso, confirmou que o ônibus estava vencido desde 2015.
Periolo aguarda a chegada de laudos e pediu perícia nos freios do veículo. “Se já descuida do licenciamento, às vezes, descuida da manutenção”.
O delegado informou também que já tomou o depoimento do motorista do ônibus que alegou que desviou de um buraco, que estava escuro e não viu (o ciclista)”, falou o delegado. como ele disse ao Paulinia 24h, o prazo para conclusão do processo normalmente é de 30 dias, mas esse tempo pode se prolongar. Isso porque todos são de Paulínia e se alguém não concordar em depor em Cosmópolis será ouvido por carta precatória. “Aí você manda uma precatória para Paulínia e demora meses para voltar.”
TRANSPORTAVA OU NÃO CRIANÇAS?
A Secretaria Municipal de Transportes de Paulínia informou que “o veículo de placa KOA-4561, prefixo 11265, não integra a frota de 117 ônibus da Sancetur utilizados no transporte escolar da Prefeitura de Paulínia e ressalta ainda que o veículo não estava a serviço da municipalidade no momento do acidente.” Mas não esclareceu se antes do atropelamento de Cassiano ou em outros dias transportou alunos da rede municipal.
A secretaria de Tranportes declarou que continua apurando o caso e, “caso seja constatada qualquer tipo de irregularidade, a empresa (Sancetur) sofrerá as penalidades previstas no contrato, que variam de advertência e multa – de 0,1% a 30% do valor atualizado – até a suspensão dos serviços”.
AO jornal Paulinia 24 a Prefeitura informou que os 117 ônibus da Sancetur utilizados no transporte escolar de Paulínia possuem laudo técnico emitido pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran-SP). “A última vistoria foi realizada nos meses de junho e julho e é válida pelo segundo semestre de 2018”, destacou. “Para garantir ainda mais segurança aos estudantes, os fiscais da Secretaria realizam diariamente o acompanhamento dos itinerários.”
Porém a família de Cassiano nega e quer comprovar que existe essa linha que transporta crianças sim. E também lutar pelos direitos do jogador. Como informou a irmã de Cassiano, Carla dos Santos, há pelo menos duas crianças só do Sitio do Marcão que são transportadas por essa linha da Sancetur. Uma da escola Maestro e outra da escola Padre Narciso. “E se o ônibus não estava a serviço da prefeitura estava a serviço de quem então?” – perguntou. Segundo Carla a família de Cassiano quer que seja feita justiça pois a empresa não é so responsavel pelos ônibus e seus motoristas como pelos milhares de alunos de Paulinia que ela carrega diariamente. “Queremos que Prefeitura e a policia apure esses fatos porque querer tirar a responsabilidade agora é facil. Mas assim como tirou a vida de meu irmão eles precisam se responsabilizar pelas milhares de crianças que eles transportam todo dia” – disse Carla.
MAIS UM MENINO SONHADOR
A historia de José Cassiano Rodolfo dos Santos Zaine repete a história de milhões de meninos pobres em todo o Brasil, criados apenas pela mãe e às vezes pelos avós, e que despertam talento e sonham em crescer e melhorar de vida com o futebol. Nas favelas, ocupações, periferias e roças há milhares de crianças que treinam e tentam ser descobertos pelos grandes times do Brasil e do mundo. E vários talentos do mundo – como o próprio Neymar – foi um desses meninos de periferia “cultivado” para ser um atleta. Mas é restrito a pouquíssimos
Cassiano nasceu na casa de Saude de Campinas no dia 22 de fevereiro de 1989. Era filho de Rosane Aparecida dos Santos com o corretor de imóveis Antônio Carlos Zaine para quem trabalhava como sua empregada na época. E segundo ela, Cassiano teve nenhuma convivência com o pai ou seus irmãos por parte do pai, que limitou-se apenas a pagar sua pensão.
Como disse Rosane. desde bem criança, Cassiano só queria saber de bola. Passava a maior parte do tempo de sua infância jogando quando ainda moravam no Sítio do Marcão (próximo do mesmo lugar em que ocorreu o acidente) e depois foi morar com sua tia. Segundo Rosane Cassiano era o seu “herói” e seu maior orgulho E a maior testemunha de toda sua luta para crescer no futebol.
Fez o primário na escola Maestro e já mais velho entrou no supletivo onde fez até a 7a série. Nessa época já começou a trabalhar vendendo laranjas. Depois trabalhou no mesmo Sítio do Marcão. E por 7 anos trabalhou como montador para Neto Pavan e outros empregos como montador em vários lugares. Também trabalhou com jardinagem.
Mas desde pequeno seu sonho era o futebol. Jogou em várias escolinhas como a “Gol de Placa”, e chegou a fazer treinamentos na Ponte Preta testes no Guarani e no antigo “Campinas” (time de Careca).
Conforme disse Dalto Carvalho, diretor do Resenha, Cassiano treinou no Campinas e fez o “peneirão” no Guarani onde passou nas primeiras provas e até o treinador o separou para treinar junto à equipe profissional de base. Mas segundo ele, nesse início de carreira Cassiano “não pós os pés no chão e começou a desfrutar do momento bom que vinha tendo. Comprou seu primeiro carro ainda menor de idade, quando surgiram as baladas, mulheres, bebidas etc., até um dia perder o veículo em um capotamento que deu PT perda total no carro”.
Dalto diz que ele, meio desiludido com as situações, ele começou a faltar constantemente aos treinos e mesmo assim após vários dias, o preparador e treinador de base do Guarani persistiu e resolveu ir até a casa dele buscá-lo para jogar. “e ele simplesmente disse que não iria mais jogar”
Anos depois , segundo Dalto ele voltou a jogar “com a tocha toda”. Decidiu jogar só em amadores “e mesmo assim pagavam para vê-lo em campo… Jogou em vários times da região conquistando títulos e destaque de melhor jogador nos campeonatos” Foi campeão pelo Liberdade e pelo Resenha
Depois disso ele voltou a trabalhar no Sítio do Marcão. Em 2015 se casou com sua namorada Patrícia Legori. Mas o casamento não deu certo, se separaram, e não tiveram filhos. E ele foi morar com seu avô José Vitor
No dia do acidente Cassiano era líder e um dos artilheiros da Copa Barão pelo Resenha e vice lider da 2ª divisão do amador de Paulinia também pelo Resenha.
As primeiras homenagens a Cassiano ja ocorreram por outros times no domingo passado em Paulínia. O Resenha também vai fazer um banner e outras homenagens para Cassiano em seus jogos. A ADBG – Associação Desportiva Barão geraldo também o homenageará E outras virão.
Esperamos que a Prefeitura Câmara e poderes públicos e o próprio povo da região tomem conhecimento da história de José Cassiano para demonstrar a importância – não apenas do apoio também dos pais na vida dos filhos – como da necessidade de apoio às nossas crianças na descoberta , incentivo e fortalecimento de seus talentos com acompanhamento através das famílias – como todo pais sério e de respeito e os grandes países do mundo fazem – Justamente em benefício da própria população em se sentir forte e apoiada. E que onde estiver, brincando de bola ou não, Caetano esteja feliz . E continue orgulhando a todos que com ele estavam.