A hipertensão arterial é o assunto do novo episódio do podcast Corpo, produzido na Unicamp e dedicado aos temas da Educação Física. Para falar dos efeitos do exercício físico no tratamento e na prevenção da doença, em “Doze por oito” foram entrevistados o professor Bruno Rodrigues, da Faculdade de Educação Física da Unicamp, e Soraya Fleischer, professora do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília (UnB) que estudou a vida dos hipertensos na Ceilândia.
Popularmente chamada de pressão alta, a hipertensão é uma doença crônica que afeta a saúde de milhões de brasileiros e pode levar a problemas graves, como infartos e derrames, que são responsáveis por milhares de mortes todos os anos. Além do fator genético, os maus hábitos ao longo da vida, como o sedentarismo e a má alimentação, são os grandes responsáveis pela pressão alta. Por isso, a prática de exercícios físicos é um dos pilares do tratamento de pacientes hipertensos, junto às outras mudanças de hábito e ao uso de medicamentos.
O professor Bruno Rodrigues, da Unicamp, tem estudado formas de tratar os chamados hipertensos resistentes, que são aqueles que não respondem bem à medicação e necessitam de outras terapias para controlar a pressão. Estima-se que entre 7% a 13% das pessoas com hipertensão tenham esse perfil. “Se a gente não consegue regular a pressão arterial desse sujeito adequadamente, possivelmente ele vai ter os desfechos clínicos que a hipertensão provoca muito mais precocemente”, explica.
A dificuldade no tratamento não atinge apenas esses pacientes, mas uma boa parte dos hipertensos em geral, porque o sucesso dos programas de saúde depende de fatores sociais que nem sempre são fáceis de resolver. Por trás da hipertensão arterial estão questões como problemas familiares, trajetórias de vida, notícias trágicas e violência, como relata a professora Soraya Fleischer, da UnB. “Havia várias maneiras de usar o termo pressão, nuances que somavam pra entender porque a hipertensão ficava descontrolada. Ela era o efeito de um monte de outras pressões”, afirma.
Lançado no final de abril, o terceiro episódio do Corpo aborda essas e outras questões para discutir a hipertensão e o exercício de modo interdisciplinar. A série é uma produção do podcast Oxigênio, desenvolvido desde 2015 no Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp, e faz parte de um projeto de jornalismo científico financiado pela FAPESP.
O Corpo está disponível no Spotify e nos principais aplicativos agregadores de podcast. Os episódios saem sempre no final do mês e também podem ser ouvidos nos canais e no site do podcast Oxigênio.
Samuel Ribeiro.