A Prefeitura inaugurou, com atrasos, na última sexta 12/4 a Ciclovia Terminal – Moradia e divulgou que o custo da obra foi de R$ 315.900,00. Além de ligar o Terminal à Moradia, através de parte do antigo leito da Sorocabana / Funilense, ela foi interligada apenas por pinturas na pista (sem obras) com a ciclovia da Av. Atílio Martini (Av.2) até à Unicamp construída em 2007. E por ligar Unicamp e Moradia ao terminal (isto é, a interligação com “modal” de transporte por ônibus), a Prefeitura resolveu chama-la de “Sistema Cicloviário”. E decretou que se trata do “primeiro sistema cicloviário” do Distrito de Barão Geraldo, o segundo na cidade.
Mas para a inauguração foi feita uma hipervalorização da pequena ciclovia como se fosse a entrega do Projeto Sírius. Placas gigantescas, toldos gigantescos na Praça 30, som alto, muita propaganda, forte aparato de segurança, faixas de que a “população agradecia” o prefeito, engarrafamento – e entretanto – a EMDEC ainda estava pintando faixas, diversas partes da ciclovia e colocando placas como registraram vários moradores como Digão Sellin e Luis Fernando. Só a inauguração deve ter custado o valor da ciclovia.
Participaram da inauguração o prefeito Jonas Donizette , o secretário de transportes e presidente da EMDEC Carlos José Barreiro – principal responsável pela obra – o secretário do Verde e Meio Ambiente Rogério Menezes, e da Comunicação, o Fabrini, os vereadores Rossini, Carmo Luiz e Marco Bernardelli, e o subprefeito Donizeti Gomes, o assessor da secretaria do verde Vagner Bellini (da Pça do Côco) que foi quem reivindicou a obra, além de assessores técnicos da EMDEC, Subprefeitura e etc.
Barreiro iniciou explicando porque chama de “sistema” porque complementa a parte principal (que são os onibus) e porque a ciclovia inaugurada contempla o conceito de “last mille” , isto é a parte que falta pra chegar em casa ou trabalho. Disse que “adiantou” a inauguração “pras coisas se encaixarem” . Isto é a abertura da “Virada Sustentável” E diz que foi um “esforço gigantesco” construi-la. Já o vereador Rossini lembrou que na campanha o Plano Cicloviário era um dos projetos condicionais para o Partido Verde apoiar Jonas em 2012, porque é um estimulo do uso de bicicletas que trás inúmeros benefícios e a ciclovia dá “segurança e possibilidade” para essa pratica. E tambem disse que Vagner foi o responsável pela sua construção e para “acolher as reivindicações dos cicloativistas” e agradeceu a todos por atender as reivindicações
Rogério Menezes lembrou das 5 ciclovias já implantadas. Donizetti declarou que se trata de um projeto para melhorar a mobilidade urbana em Barão e proporcionar segurança a todos. Vagner Bellini considera que, embora só tenha sido iniciado a instalação do sistema em Barão, a ciclovia é um grande ganho para o distrito que tem forte vocação na utilização da bicicleta como meio de transporte por trabalhadores e estudantes
Jonas declarou que a inauguração foi uma “entrega de forma simbólica”. citou e agradeceu as lideranças , fez uma “breve prestação de contas do que fez em Barão (não gastou 1 minuto pra isso), superestimou o “Agiliza Campinas”, o Ecoponto, reurbanizações, o esgoto do Solar de Campinas e a rede de água do Village, “esses dois bairros esperavam a décadas por essa obras ja entregues“, a reforma do Centro de Saude, recapeamento da Gilberto Maximo Scolfaro, interligação das câmeras da Unicamp à SIMCAMP pra melhorar a segurança em Barão (???) e outras E praticamente listou todas as obras que está fazendo em Campinas. Errou ao falar que Campinas tem 5 distritos. Ao citar Donizetti declarou que o nomeou por ele ter raizes em Barão e conhece o local “pra poder fazer uma boa administração”
Especificamente sobre o Plano Cicloviário ele lembrou que quem criou a lei foi o atual secretario de trabalho e renda, Luiz Yabiku e informou que devem buscar os cicloativistas para criar uma lei de regulamentação do sistema de ciclovias. Disse que “tudo tem início, meio e fim” não pode deixar obra parada e que a meta é sua implantação total que “independe de prefeitos”. Mas culpou a retração da economia por não estar conseguindo cumprir. Disse que “o mais importante é o compromisso com a população” E que vivemos um “momento azedo” que parece que só acontece coisa ruim Campinas tem mais de 1 milão “Se essa crise trouxe problemas paras pessoas, que dirá para a cidade”
Sobre Barão diz que “Em Barão tudo o que a gente for fazer tem que conversar, ouvir as pessoas..” (E nos outros lugares? Impressionante como até nisso separam Barão de Campinas…)
População devolve o desprezo e exige outras necessidades
A ciclovia porém foi recebida de forma bastante fria e com inúmeras críticas como que devolvesse o desprezo oficial. Nas divulgações nos perfis do prefeito, de Vagner, dos secretários Rogério e Barreiro e na do subprefeito, a impressão que tivemos é que metade parabeniza (provavelmente os amigos mais chegados) e metade desconsidera a obra e repete solicitações de outras necessidades dos bairros (não dá tempo de fazer uma contagem). E mesmo muitos dos que parabenizam pedem outras obras que consideram mais importantes.
A grande maioria exige (ou cobra) a falta de remédios nos postos de saúde, e tampar buracos no asfalto de vários bairros. A cobrança maior é do Village, Bosque das Palmeiras e Solar que sofrem com falta de asfaltamento, saneamento e limpeza.
Paula Gabriela disse que os bairros de Barão Geraldo continuam esburacados, o posto de saúde de Barão Geraldo “vai de mal a pior o atendimento”, “sem contar a falta de medicamentos e falta de educação de certos funcionários de lá né?” Wan Paes lamenta: “Que adianta ciclovia se nem remédio tem nos postos de saúde e hospitais de Campinas ?”
Juliana Costa convidou Jonas a dar uma passada em seu bairro, o Village para ver “a Estrada (do Guará) cheia de buracos, nessa chuva, vira uma lama que não conseguimos andar direito na rua”. E que o mato na pista estão tão altos que os ônibus passam e voa folhas e galhos dos ônibus em cima das pessoas. E pede que sejam aparados O morador Edenilson Mateus convidou e propôs ao subprefeito Donizete para se reunir com o povo, marcar reuniões “para conversarmos um pouco de infraestrutura nos bairros de Barão que ainda não têm saneamento básico e asfalto. Nem parece que moramos em um distrito rico como dizem. Chama o povo pra conversar” – disse
Ligia Leite moradora do Solar de Campinas diz que ha 35 anos paga IPTU e não vê nenhum retorno. “Olhem para os bairros esquecidos!” Alexandre “Sapão”, do Bosque de Barão disse os moradores esperam há décadas por uma simples calçada que ligue o bairro até o Terra Nova!! “Pedestres dividindo espaço com veículos não pode acabar bem!”
Nossa opinião (proposta essa que poderia viabilizar também uma ciclovia até a Rodovia Zeferino, passando pelo caminho do campo do Parque CEASA – Aliás, está demorando uma saída alternativa – de carros – para a D. Pedro, entre o Parque CEASA e a lateral do CEASA E a viabilização da ciclovia para toda a cidade, atraves da Santa Elisa e Amarais E por outro lado, a ciclovia poderia contornar a Mata Santa Genebra e chegar às ciclovias do Pe. Anchieta e Aparecida. e passando pelo Real parque chegar – via passarela – ao Jardim América e Independencia.
Sobre a ciclovia pelo menos metade parabeniza a construção e metade critica. As maiores reclamações são sobre:
1- atrapalha o trânsito e a Feira de Artesanato e reduz locais de estacionamento como Bruno Elias e Silene Oliveira, Karina Saraiva, Paulo toledo e outros (ou reduz o verde e o caminho de saibro na praça Irmã Carmela (Praça do Côco) como declarou Manuel Bueno,
2 – incompleta e ou com partes perigosas e sem sinalização, como reclamaram Débora Drucker, e Luiz Fernando Pereira de trechos escorregadios, que ficam alagados ou que bueiros jogam água na ciclovia “deveriam ter colocado uma barreira pra reter folhas,lixos,etc.” Debora Drucker reclamou da falta de sinalização como o “pare”. Mas que foi pintada depois da inauguração
3 – falta de interligar a ciclovia aos bairros mais distantes como a Região da Mata (Bosque, Real Pq, S. Gonçalo Terras) e o Guará/Village como reclamaram Ana Camargo, Themis Machado Amanda Dumont e Paulo Motta e outros argumentando que deveria ser ampliada ate o Real Parque mesmo citando o problema do “pontilhão” da rua Eduardo Oliveira sob a Zeferino.
4 – Além disso, partes pintadas da ciclovia ficam escorregadias com a tinta vermelha, com as chuvas e folhas como reclamaram Edilson Luith Mithidieri, Luiz Fernando Pereira e até ciclistas Mithidieriz diz que as pinturas estão sempre nas curvas e paradas na intenção de sinalizar perigo…”mas elas são o perigo. Será que não tem como adicionar nada na tinta para que não perca a capacidade de tração? ” – questionou Mithidieri
5 – falta bicicletário (coberto) no Terminal; como disseram João Carmo Vendramim e Rogério Araujo e alguns estudantes.
Cicloativistas não reconhecem
O jornal “Onibus de Campinas” disse – sem citar nomes – que A ciclovia porém foi recebida de forma bastante fria e com inúmeras criticas. o jornal “Onibus de Campinas” disse – sem citar nomes – que “grupos” ligados ao cicloativismo estão reclamando do plano cicloviário da Prefeitura e que, de acordo com tais grupos, as ciclovias priorizam o lazer e não a mobilidade urbana pois não contempla as vias mais usadas . e movimentadas dos bairros. “Um exemplo citado foi a ciclovia de Barão Geraldo, que passa bem no meio da Praça do Coco, onde há um parque para as crianças.” No começo havia realmente essa preocupação da ciclovia passar pelo espaço infantil e a feira da Praça . Mas – e por interferência mesmo de Vagner – ela foi contornada por uma “ciclofaixa” de alguns metros. Mas alguns expositores ainda não gostaram a solução.
Mas pelo menos um cicloativista, Rogério Braga considerou um desrespeito chamar a ciclovia de Barão de “sistema cicloviário” ou mesmo de ciclovia. Pois para ele não passam de “ciclofaixas” (separar e pitar uma parte das ruas para ciclistas O que para muitos ciclisyas é bastante perigoso) Eduardo Gomez disse que em Barão não foi feito nada novo “apenas deu uma cara nova”. Cicloativista do grupo Pe na Estrada ele disse que o prefeito não está sendo eficiente pois prometeu em campanha de 2012 entregar no seu primeiro mandato mais de 100km de ciclovias em Campinas “e agora vem com esse vídeo dizendo que entregou apenas 02 km. Puxa prefeito Jonas, voce está realmente mau assessorado hein?” Gomez lembrou que há o projeto de Plano Cicloviário na EMDEC “com um mapa com mais de 174km de projetos de ciclovias em Campinas e até agora quase nada foi feito: “Nesse projeto tem uma ciclovia ligando o ITAL, passando por Sta Monica, São Marcos, CEASA e chegando até Barão Geraldo, que diga de passagem, não foi feito nada de novo lá, pois essa Ciclovia já existe, apenas deu uma cara nova...”
Estudantes apoiam mas criticam também
Como a ciclovia foi feita praticamente visando os estudantes como público (ja que interliga Moradia – Unicamp – Terminal – e no terminal não tem como guardar bicicletas) a maioria dos estudantes concordam e gostaram bastante das mudanças na ciclovia Mas também fizeram criticas
Letícia Gouveia declarou que já fez algumas vezes esse percurso depois das alterações, e acha que ficou melhor sinalizado, “o que dá mais segurança no geral. Mas acho alguns trechos muito estreitos, (como as ruas Jerônimo Páttaro e Agostinho Pattaro) “Quando passam ônibus tenho a impressão que não temos todo aquele espaço definido nas faixas”. Leticia porém aprova “Mas já é um passo importante pra incentivo ao uso de transportes alternativos e educação de quem utiliza as vias”
Nicolas Silva diz que essa ciclovia “Foi só um passo. Mas ainda falta “muuuuuuito” pra ficar aceitável!” E a Ana Freitas também da Moradia estudantil diz que, além da ciclovia, “É bom ter calçada decente também, porque nem todo mundo tem bike”.
O Plano do “Sistema Cicloviário” – é so o começo
É claro que existe sim um projeto de “Plano Cicloviário de Campinas”, conforme prometeu Jonas, criado até por Lei Municipal, e que pode realmente melhorar muito o transporte em Campinas. Mas que além de ser só uma “meta a ser atingida” como disse Jonas, está longe de interligar toda a cidade e região e interligar só o centro de Barão com a Moradia . Interligar o centro terminal urbano, é o conceito de sistema cicloviário elaborado pela Emdec, de integrar a bicicleta como modal de transporte para pequenos deslocamentos, aliado ao deslocamento maior, feito pelo transporte público.
A EMDEC “revitalizou” (ou seja “pintou”) a ciclovias da Avenida Atílio Martini (implantada em 2007) mas não “ciclovias e ciclofaixas que já estavam implantadas na região”.
Na notícia da prefeitura Barreiro chegou a dizer que essa ciclovia “… é mais um “sistema cicloviário do município”, integrado ao modal de transporte por ônibus. Segundo ele o objetivo é proporcionar o deslocamento por bicicleta, no chamado ‘last mile’, ou a última milha, como modal complementar ao ônibus”. Talvez nao seja o caso em outros locais mas em Barão os onibus vem e vão TODOS para o Terminal Então de que adianta ir de bicicleta ate la???
Em Aparecida tem 3 ciclovias e bicicletário! E em Barão?
As outras ciclovias feitas ficam nas avenidas Washington Luiz (1,4 km).Baden Powell (2,3 km). Nova Aparecida (2 km). Theodureto de Almeida Camargo (1,6 km), José de Souza Campos, a Norte-Sul, (1,3 km). E ciclovia na Avenida Isaura Roque Quércia, continuação da Mackenzie, (6,7 km). a do Campo grande vai custar MAIS DE R$700.000!!!
A Prefeitura divulgou que no distrito Aparecidinha ha três ciclovias, (totalizando 2 km!! -ou seja do tamanho dessa ate a Moradia) interligadas ao Terminal Padre Anchieta que tem um bicicletário com 112 vagas. As ciclovias foram implantadas no canteiro central das avenidas Dom Agnelo Rossi e Papa João Paulo II. Todas dão acesso ao terminal de ônibus! Ora! a interligação dessas ciclovias contornando a Mata Santa Genebra com o real Parque e Barão é bastante simples de resolver E sua construção fisica não ficaria em R$ 300.000,00 na realidade é claro.