Região do Montagner virou área de despejo e abandonada


Falta de serviços de saneamento básico, transporte público, energia elétrica, segurança pública, vigilância sanitária, não estão sendo oferecidos na região que divide Campinas, o distrito de Barão Geraldo e a cidade de Paulínia, como afirmam os moradores Insley José Montagner, Ademir Montagner Alessandra Monteiro da Silva, Regina Bonome e Maria Isabel Montagner. É um bairro rural novo que está começando a crescer e a ele demos o nome de bairro do Montagner (por ter se originado junto à fazenda do mesmo nome, de maior área na região).

Segundo eles a região se tornou um local de desova de grandes quantidades de entulho, lixo tóxico, carros roubados, abandono de animais e até corpos já foram encontrados. Além disso, não há iluminação nas estradas , água encanada, o esgoto das poucas casas é a céu aberto e o único transporte público é o ônibus escolar de Paulínia que busca as crianças quando tem aula. Por ser uma área rural isolada, eles alegam que a população do local vem sofrendo com o abandono das autoridades responsáveis pela região.

Também no local, bem próximo à Mata de Santa Genebra, há diversos casos de crime ambiental: Foram mostrados lixo tóxico, resto de fios, muito plástico com óleo e restos de fios queimados após serem retirados os fios de cobre internos entre outros. Segundo o morador Insley, um riacho e algumas nascentes foram tampadas “por retroescavadeiras” – que ele não sabe a procedência – e no local depositado muito entulho tampando as nascentes.

Outro fato bastante comovente, e que presenciamos, são animais descartados por pessoas, que ficam abandonados no meio do campo deserto. Mas o maior desespero dos moradores é o que vem acontecendo a noite, onde carros suspeitas param e deixam sacos grandes no mato, sem contar que, recentemente, um corpo foi achado morto dentro de um carro vermelho. O carro porém foi retirado, provavelmente pela polícia.

A moradora Alessandra Monteiro da Silva conta que nenhum ônibus passa pelo bairro e os moradores que não tem carro precisam andar quilômetros a pé e sem iluminação da Estrada Municipal Jose Sedano (registrada em Campinas por CAM319) até a estrada Zeferino Vaz para poder pegar ônibus. E que não tem opções, seja no sol ou na chuva.

Moradores dizem que há anos vem solicitando uma visita dos responsáveis, mas só apareceram na última eleição. Reclamam que vivem abandonados, um descaso total, sem nenhuma perspectiva de dias melhores, com falta de serviços necessários para ter uma vida digna, de cidadãos que trabalham e necessitam de segurança pública, pois nas ruas não tem iluminação.

“Queria saber porque esse lugar é tão abandonado. Aqui não temos nada, não temos, luz, água encanada, saneamento básico e moramos perto de muito lixo e esgoto, que vive a céu aberto”, desabafa Alessandra mostrando a rua José Sedano com o esgoto in natura. “É uma área rural mas tem vidas aqui. A pessoa pra vir da rodovia até aqui é um estirão de quilômetros. Quem tem carro, tudo bem. E quem não tem? ”

Outra reclamação também apurada foi que a rede de energia elétrica nos postes da Estrada Municipal Jose Sedano , possui uma tensão de 11.000w, o que deixa o morador bastante tenso, pois quando chove, o risco de alguém encostar nas árvores que ficam na margem da estrada é grande, pois geralmente as pessoas param para descansar ao caminho longo de suas casas- ressaltou Insley.

Enfim, tudo que precisam ter é um lugar assistido, amparado. Por isso, Alessandra quer chamar a atenção das autoridades para a área “porque precisamos de socorro com urgência”.

Falta de saneamento básico aumenta a incidência de doenças.

Pelo menos 30 milhões de pessoas moram em zonas rurais, de acordo com o último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Essas pessoas sofrem com a dificuldade de acesso a infraestruturas, incluindo a falta de saneamento básico. Como um todo, a falta de abastecimento com água potável atinge pelo menos 34% dos brasileiros.

Segundo a BRK Ambiental- de acordo com o último censo, apenas 4% das residências rurais estão ligadas à rede pública de esgotamento. A maioria dos domicílios (80%) utiliza fossa rudimentar ou fossa séptica. E 16% das residências despejam os esgotos in natura (ou seja, sem qualquer tratamento) em valas, rios, lagos ou mares. (Fonte: blog.brkambiental.com.br).

A prestação do serviço público para a população do campo implica em diversos fatores, mas existem soluções que amenizam a situação.

Para essas regiões, levar saneamento contribuí para a população para ter água de boa qualidade, coleta e o tratamento de esgoto.

Lixo tóxico deixado ontem à margem da Mata S. Genebra

Poucas horas depois que a reportagem do Jornal de Barão deixou o local na quinta 1º/7 por volta das 16/17h, um caminhão deixou um lixo altamente tóxico na rua José Bonome, na margem da Mata Santa Genebra . Havia grande quantidade de plástico, tambores com óleo e piche derramados no solo. Comunicamos o fato o mais rápido possível – já à noite – para a Mata de Santa Genebra que no outro dia tomou providências. Segundo informou o biólogo Thomaz Barrella a Fundação José Pedro de Oliveira (que administra a Mata) ligou diretamente para a CETESB, para a Defesa Civil (para averiguar o risco de contaminação) e para o DLU (Departamento de Limpeza Urbana) que foram fazer a inspeção e a retirada do material.

Segundo o presidente da Fundação, Cidão Santos, agora eles possuem poder de polícia ambiental e podem autuar contra crimes ambientais e solicita que a população colabore denunciando crimes como esse, principalmente no entorno da Mata , e em rios, brejos, fazendas e bosques que configurem crime ambiental como lixo tóxico, (restos de plástico , óleos , substâncias químicas suspeitas, pneus, pilhas e baterias, remédios, embalagens) etc.

Dentre tantos fatos e reclamações acionamos alguns órgãos e autoridades públicas, como o subprefeito de Barão Geraldo Osvaldo Kaize e assessores da prefeitura de Paulínia. Também solicitamos informações à SSP, à Secretaria do Verde e de Comunicação , à vereadora Débora Palermo e à assessoria da deputada federal Valeria Bolsonaro que intervisse nessa situação. Mas até o momento não obtivemos respostas. E para não atrasar a notícia, resolvemos publicá-la sem suas respostas e publicar posteriormente.

Marlene Ferreira

  • Redação

    O Jornal de Barão e Região foi fundado em janeiro de 1992 em papel E em 13 de maio de 2015 somente on line

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    One thought on “Região do Montagner virou área de despejo e abandonada

    1. Que as autoridades, Sejam : governador ou prefeito tome PROVIDENCIAS ,URGENTES POIS ESSE LOCAL E DESPROVIDO DE POLITICAS PÚBLICAS, JÁ QUE FICA NA DIVISA DE PAULINIA E CAMPINAS ,SE LIGA PRO 156 ESPLICA TODA A MAZELA , A INFORMAÇÃO QUE SE TEM É DE PAULINIA !!!! LIGA PRA SUPPREFEITURA DE CAMPINAS E ELES FALAM QUE NAO É DE CAMPINAS …… É FICA NESSE JOGO DE EMPURRA !!!! QUE AS AUTORIDADES DE PLANTÃO TOME PROVIDENCIAS O POVO ESTA SOFRENDO COM O DESCASO .

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