A AMPROVIC (Associação dos Proprietários e Moradores do Village Campinas) está movendo uma ação junto ao Ministério Público (MP), desde 2017 , apontando as principais necessidades do bairro, tais como saneamento, drenagem, pavimentação, iluminação, limpeza e manutenção de praças e ruas (com pedido de equipamentos de ginástica e brinquedos) denunciando a Prefeitura de Campinas, por não cumprir suas obrigações de manutenção e melhorias básicas no bairro, sempre prometidas. Afinal todos os anos o IPTU é quase dobrado, já e muito alto, e os moradores não podem questionar. A não ser o retorno do IPTU altíssimo com melhorias que o bairro tem direito. O MP abriu um inquérito civil.
A ação está na fase preliminar conciliatória. O M.P envia questionamentos à Prefeitura cobrando respostas E a Prefeitura ja fez a devolutiva por duas vezes. Porém as respostas não são sobre todas as queixas e demandas E as que são contempladas – como drenagem, praças e guias – não são satisfatórias. Os problemas se acumulam, os trâmites são lentíssimos e o bairro Village continua sem soluções de infraestrutura básica. Já existem vários abaixo-assinados, inclusive com mais de 100 páginas com a manifestação dos moradores.
PROJETO DE ESGOTO É O MAIS AVANÇADO;
Conforme informou a presidente Cintia Baldrighi , o projeto de implantação de esgoto apresentado pela SANASA ja está em andamento ha 2 anos. O levantamento topográfico das vielas do bairro já foi concluído em 2018 e está esperando a abertura de licitação para início da construção no início de 2020. “A proposta prevê a construção de 4 estações elevatórias que bombearão o esgoto recolhido até a ETE Barão Geraldo. E serão construídas em espaço público (não necessitando de uso de terrenos particulares) com um custo inicial previsto de R$ 6.200,00 para cada terreno e com parcelamento em 36 vezes, mas com negociações possíveis. Haverá também uma comissão de moradores para acompanhar as obras.” – disse Baldrighi
Em reunião, alguns moradores reclamaram que esse valor é alto demais e querem saber da possibilidade de uma “tarifa social”; Outros questionam, caso a maioria não queira ou não tenha como pagar, se a implantação precisa ser feita obrigatoriamente e se as atuais fossas precisam ser fechadas.
E A DRENAGEM ?
Para que seja feita a pavimentação de maneira eficaz é necessário que primeiro as obras de saneamento e esgoto, e a realização da drenagem e colocação de guias e sarjetas. A AMPROVIC luta para que a Prefeitura realize a drenagem, juntamente com a implantação da rede de esgoto. Segundo a moradora Ana Claudia Santos, a respeito da drenagem, já foram apresentadas pela AMPROVIC, soluções alternativas estudadas e elaboradas por profissional competente, sendo encaminhadas para o MP. Mas ainda nao tem previsão.
URGÊNCIA E POSSIBILIDADES DE PAVIMENTAÇÃO
Mas é a pavimentação das ruas , principalmente o percurso do ônibus o que, na prática, é a mais necessária para os moradores por vários motivos: o tráfego é muito grande e constante e as ruas de terra sofrem muita erosão em períodos de chuva e a poeira levantada pelos veículos causa problemas respiratórios na população.Com a erosão, as ruas ficam dificeis de guiar As tentativas da subprefeitura de Barão Geraldo para arrumar as ruas são de ordem provisória e paliativa, sendo realizada com resto de entulho esmigalhado (RMC), o que tem causado ainda mais transtornos devido à irregularidades. A grande irregularidade das ruas causada por buracos e erosão provoca ou produz quebras ou problemas nos veículos, causando mais prejuízos aos moradores.
Além desses transtornos individuais, a moradora Nelly Nahum cita o que chama de “transtorno coletivo”: “os ônibus de linha municipal e os veículos de transporte escolar acabam se danificando cada vez mais, o que leva essas empresas, público-privadas, a colocar em serviço seus piores carros ( já que vão quebrar mesmo, como eles dizem…)”
Entretanto, não ha previsão nem mesmo para as obras de drenagem necessárias para a pavimentação
“Fica aqui uma realidade que é a nossa: É a população que sofre com o descaso desse des-serviço publico!”
CUIDADO PRECÁRIO DE RUAS E PRAÇAS
Há anos os moradores do Village lutam com a Prefeitura pelos cuidados básicos mínimos obrigatórios com o bairro – onde pagam taxas de IPTU altíssimas – e poucas vezes tem retorno. Enquanto nada de melhorias urbanas são feitas, a Associação recebe constantemente queixas dos moradores e cobra o serviço público.
Para muitos moradores, a impressão que dá é que, até hoje, já com 45 anos de existência, o Village parece não ser parte de Campinas, é um bairro inserido em área rural, sendo considerada área urbana, porém sem o benefícios que deveria ter.
Tantos problemas levam a Associação a ter que sempre que procurar a Subprefeitura para melhorias no bairro. Segundo a Subprefeitura, não há maquinário , material e efetivo de trabalhadores suficiente para atender as demandas de sua imensa área (que vai até quase a Anhanguera) e o trabalho acaba sendo esporádico e precário , e às vezes até fora da legalidade. A prefeitura diz que disponibiliza e deixa cotidianamente uma máquina no Village para atender somente serviços dessa região… Raramente, utilizam-se do serviço de manutenção e limpeza das áreas ditas praças ( na verdade espaços vazios e sem equipamentos) com equipes de reeducandos. O que podem fazer – e fazem mais constantemente – é levar o material de entulho triturado (resíduo de material de construção, moído em usina própria da prefeitura) em caminhões para o pequeno trator ir nivelando as ruas.
Outro problemas que vem se avolumando é o descarte de entulho e móveis feito à noite e às escondidas, em esquinas ou mesmo nas áreas de praças. Esse descarte de entulho, muitas vezes se confunde com o entulho colocado pela Subprefeitura, que sugere a “arrumação” das ruas. Várias vezes a AMPROVIC reclamou disso junto à Subprefeitura de Barão Geraldo
No final de maio (2019), um morador do Village presenciou e tirou várias fotos do despejo de um material de má qualidade na rua, “entre a escola e o mercadinho“, que estava repleto de entulhos de grande volume, peças de metal, pedaços de concreto com ferro, pregos, vidros, plásticos imundos e outros tipos .Na semana, outra moradora flagrou um caminhão depositando entulhos grandes e conseguiu fotografar o caminhão em ato e sua placa FTM 4276 e enviou para Nelly Nahum da AMPROVIC que postou as fotos na rede social.do bairro. No material haviam telhas , ferro, porcelana pregos e outros materiais Segundo a AMPROVIC , por informações anteriores de outros moradores, a empresa desse caminhão é terceirizada pela Prefeitura de Campinas para fazer o (“des”)serviço!
Ela informa que, em reunião da AMPROVIC, o subprefeito Donizeti disse que o material era telha porque, segundo ele, elas ajudam a segurar a terra arenosa evitando erosão, por algum tempo. Mas também comunicou que eram jogados entulhos de maior porte nas grandes valetas, para possibilitar a passagem dos automóveis.
” Fica a pergunta: quem ganha com isso? Os moradores do Village e arredores SOFREM com seus pneus rasgados, rodas DANIFICADAS,dificuldades para o PEDESTRE, impossibilidade de transitar com CARRINHO DE BEBÊ (e que dirá para pessoas com deficiência!) ” – perguntou Nelly
E A SEGURANÇA ?
Outra questão é a da segurança – inclusive de trânsito – que sempre ocorre no bairro . Apesar de policia e guarda se fazerem presentes em alguns momentos, são muitas as ocorrências de furtos, roubos, agressões,
O CONSEG – Conselho de Segurança de Barão Geraldo – também protocolou junto à SANASA solicitação para que a empresa inicie a substituição dos canos antigos para novos, em todo o distrito para evitar os constantes problemas nas redes de abastecimento. O Conselho também solicitou podas e limpeza do mato na estrada Weimar Morandi e Vizinal Anara e também a iluminação da Weimar Morandi entre o Village e o Bosque das Palmeiras que serve como atalho de saída para a rodovia Campinas- Mogi.
Arney Barcelos