Os casos recentes de Campinas e São Bernardo do Campo foram parte dos últimos 140 homicidios por motivos de homofobia no Brasil em 2014, mantendo a média anual desse tipo de crime, ainda não reconhecido no Brasil. Um morto a cada 28 horas. Os dados são do site “Quem a homotransfobia matou hoje” do Grupo Gay da Bahia (GGB) que realiza tal levantamento ha mais de 20 anos. Em 2013 foram 313 assassinatos e em 2014 , 326. O levantamento é feito há mais de 20 anos pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) e coordenado pelo professor da UFBA Luiz Mott. (Vejam o relatório completo em https://homofobiamata.files.wordpress.com/2015/01/relatc3b3rio-2014s.pdf.
O caso de São Bernardo do Campo ocorreu dia 30 de maio com um heterossexual, porém por homofobia. O massagista e percussionista Gustavo Guazzelli de 33 anos fazia um show de seu próprio aniversário em um bar no bairro Rudge Ramos em São Bernardo do Campo. No intervalo do show foi com um amigo também heterossexual comprar cigarros do outro lado e se abraçaram por descontração. Nesse momento o caminhoneiro Wilson Romão Batista parou seu caminhão e xingou-os de “viados” e … sem se importar voltaram ao bar onde estava acontecendo o show, e esse caminhoneiro foi atrás dele com uma barra de ferro… o pessoal conseguiu segurar Wilson e desarma-lo, e ele voltou. Porém quando Gustavo terminou o show, foi atravessar a rua sem imaginar que o caminhoeiro estava a espreita. WIlson, que estava com um cegonheira carregada deu a ré em cima do Gustavo e o arrastou por 15 metros na avenida O caminhoneiro foi preso em casa assistindo televisão na sala como se nada tivesse acontecido. Pagou a fiança por ser primário e está solto.
Veja a reportagem http://www.abcdmaior.com.br/noticia_exibir.php?noticia=66727
GGB luta pela criminalização da homofobia e sua paridade com o crime de “racismo”.
Segundo o antropólogo Luiz Mott, “os crimes contra LGBT desafiam a imaginação sociológica devido a sua imprevisibilidade: há estados que num ano matam-se mais gays, no outro, mais travestis; em janeiro de 2014 foram assassinados 45 lgbt, caindo para 17 em fevereiro, perfazendo uma média de 27 mortes mensalmente, sem possibilidade de interpretar-se cientificamente tal oscilação; enquanto nos anos anteriores sempre prevaleceu o uso de armas brancas na execução dos homicídios, nesse ano dominaram as armas de fogo. Ninguém consegue explicar tais oscilações anuais. ”
Para o coordenador do banco de dados desta pesquisa, o analista de sistemas Eduardo Michels, do Rio de Janeiro, “a subnotificação destes crimes é notória, indicando que tais números representam apenas a ponta de um iceberg de violência e sangue, já que nosso banco de dados é construído a partir de notícias de jornal e internet. Infelizmente são raríssimas as informações enviadas pelas mais de trezentas Ongs LGBT brasileiras”. Para Michels, a realidade deve certamente ultrapassar em muito tais estimativas, sobretudo nos últimos anos, quando policiais e delegados cada vez mais, sem provas e sem base teórica, descartam preconceituosamente a presença de homofobia em muitos desses “homocídios”.
“Lastimavelmente, a violência anti-homossexual cresce incontrolavelmente no Brasil. Nos 8 anos do governo FHC, foram documentados 1023 crimes homofóbicos, uma média de 127 por ano; no Governo Lula, subiram para 1306, com média de 163 assassinatos por ano; em apenas 4 anos, no Governo Dilma, tais crimes já atingiram a cifra de 1243, com média de 310 assassinados anuais – quase o dobro dos governos anteriores. Daí a urgência da Presidenta cumprir sua promessa de campanha de criminalizar a homofobia!” – declarou Luiz Mott.
mais detalhes no site https://homofobiamata.wordpress.com
E SE FOSSE COM VOCE???